Três Anas estão dando o tom desse BBB.

Uma é despojada. Faz o estilo clean. Não usa maquiagem, não é vaidosa, não acorda pensando no que vai vestir pra chamar a atenção e seu cabelo está quase sempre em desalinho. Uma moleca ruiva, que agrada a alguns, desagrada a outros, e que não está nem aí pra opinião alheia, lá dentro ou aqui fora. Como participante, é inteligente, generosa e cheia de vida. Entregou-se por inteiro ao jogo, e em pouco tempo construiu enredos e uma dinâmica própria, o que rendeu boas edições; reúne todas as características e perfil de uma protagonista bbbniana. A outra é belicosa. Uma bruxa, como ela mesma se autointitula, de causar inveja a muita bruxa dos Contos de Fada, só lhe faltando a vassoura. É irritante, maldosa, manipuladora, descontrolada, falastrona, linguaruda, e em duas semanas despachou pro seu caldeirão fervente mais da metade da casa. Como jogadora, faz o jogo acontecer em especial nas votações. A terceira é uma participante que nunca se viu antes em nenhuma outra edição. Sua presença se faz notar especialmente nas festas. E que presença!!! Uma sombra diáfana, a mais fiel das presenças, capaz de confundir o “eu” e “ela” com o “você” e “nós”.

Ana Clara está atrelada ao pai, Ayrton. Ele conseguiu realizar um sonho acalentado há quinze anos. Do extremo contentamento por haver, a final, conseguido estar ali, ele se retraiu diante da difícil e complexa arte de conviver, em especial, no meio de pessoas mais jovens. Talvez tenha se dado conta de que o tempo passou pra ele... Na casa é visto com rejeição. Quiçá por – em suas atitudes – despertar em alguns, reminiscências da autoridade dos pais. Ana Clara, por sua vez, é encantadora e nobre. Há quem não concorde, eu sei. Infelizmente, as redes sociais passaram a ser abrigo de julgadores vorazes e impiedosos: ou se ama ou se odeia, não há meio termo. E na primeira semana o veredicto já havia sido dado: “vamos odiá-la”, mesmo sem conhecê-la.   

Ana Clara, no entanto, faz jus ao nome. É transparente. Não é um personagem, não faz tipo, uma das poucas, senão a única, que está sendo quem de fato ela é sem alegorias. Clara é gente como a gente, o que pode explicar a sua rejeição. As pessoas tendem a “comprar” ilusões e personagens perfeitinhos, cheios de amor, que simulam viver no mundo de Polyana, rejeitando as imperfeições de que somos feitos. Ana Clara é de verdade. É divertida, mas também mal humorada. É politicamente incorreta, mas também sensível e acolhedora. É complicada, mas também simples e cristalina. É firme em suas opiniões, mas também sabe ser boa ouvinte. Não finge afinidade com quem ela não gosta pra se mostrar boazinha. Ela é o que é. 

Não é glamourosa como a Jéssica ou a Paula, por ser em essência uma pessoa simples. Não à toa deu seu carinho à Gleici, quando todos a viam como alguém descartável. Ninguém prestava muita atenção na menina do Acre, até mesmo porque ela nunca fez muita questão de se mostrar. A única que reparou naquela menina de jeito tímido e olhar doce foi a Clara. A ruivinha que também soube dar sua solidariedade ao Mahmoud, quando todos pisavam em quem consideravam “cachorro morto”. Uma coisa é não se gostar de alguém; outra, bem diferente, é tripudiar da pessoa que está por baixo. Ana Clara agasalhou os dois até o fim. Enquanto todos acreditavam que Jaqueline seria figuração no paredão, ela não se importou em mostrar a sua preferência ou se preocupou em desagradar os demais, mesmo que isso pudesse representar sua indicação para o próximo paredão. Fez o que entendeu ser o certo. Foi fiel a si mesma. E cresceu como pessoa no jogo.

A relação entre pai e filha é de respeito e confiança. O ar de independência e rebeldia de Ana Clara e a preocupação do Ayrton com ela, que já rendeu bons momentos, acabam matizando o vínculo de afeto entre os dois. Enquanto ele pedia para o Lucas não parar de conversar com a filha em razão da indicação ao paredão, Ana Clara pedia ao Mahmoud para convidar o pai ao almoço do anjo, como forma de aliviar a rejeição que ele vem sofrendo na casa. O ponto alto do cuidado que Clara tem com o pai, foi quando ao vê-lo ser atacado injustamente pela Nayara, que de forma irresponsável o acusou de estar olhando de forma abusiva pra ela durante o banho, a ruivinha não pensou duas vezes: saiu em sua defesa. Ali era o amor filial falando mais alto. Aliás, como a Nayara é medíocre e pobre de espírito!!! Quem está sempre à espreita, olhando o que os outros fazem para “patrulhar” e forçar bandeiras “feminazis” ou contra o preconceito, é ela. O ar que essa moça respira é asfixiante. Vê ofensa em todo lugar. Afff... Que personagem forçado, desagradável, reles e intolerante é o dela!!! Quanta maldade, ódio, rancor e hipocrisia por trás daqueles enoooormes óculos, que usa para se esconder. Como pode, após haver conhecido a Eva, uma mulher elegante e discreta, de estar convivendo com a Ana Clara, fazer uma afirmação tão leviana e maldosa?!? Sim, Clara, como você disse, Nayara deveria entender a gravidade do que falou, mas ela não o fará, porque é de uma estupidez abissal. Palmas pra você, garota!!! 

Já a Ana Paula é o oposto da Clara. É egoísta, inflexível, controladora e manipuladora. É intriguenta e vingativa. A maquiagem pesada e cílios postiços realçam um olhar impiedoso. Quer ser conhecida como bruxa e, convenhamos, não deixa nada a dever à Malévola. Se algum dia a encontrarem e ela lhes oferecer uma maçã, agradeçam educadamente, mas não aceitem o mimo. Confiem no que digo!!!

Ela traz para o jogo um protagonismo pesado, que faz mal. Parece haver incorporado o papel de bruxa, com tudo o que tem de pior. Choca não ver piedade ou afeto naquela garota tão nova. É como se houvesse de fato sido abduzida pelo personagem que se propôs a representar. Só temos a certeza de que a bruxinha é de carne e osso, porque seu corpo adoece. É minha gente... o corpo físico não se deixa enganar. Ele manifesta e reflete a desarmonia e o desequilíbrio de quem deseja o mal, não tolera contrariedades e é prisioneira de suas fantasias e impiedosas intenções.

Aliou-se ao Diego e Patrícia, que apoiam as suas vilanias. A relação entre eles é obscura e sombria. Patrícia, cujo personagem na primeira semana era engraçado e divertido, não se sustentou ao lado da bruxinha, se desfez feito fumaça, dando lugar a uma pessoa fria e calculista. Eles se divertem também causando a discórdia. Ana Paula foi a responsável pelo primeiro barraco desta edição, fomentado pela maledicência e desejo de humilhar o seu desafeto, Mahmoud. E nesse quesito, Jaqueline não decepcionou, extrapolou na perfídia e foi eliminada. Novamente o público acertou ao votar.

A outra Ana, por sua vez, é intangível. 

Pera lá!!! Que Ana??? Só tem duas!!

Tem sim!!! Essa Ana é a Ana Lúcia, por sinal, uma participante nunca antes vista. E que nem se verá!!! É a protagonista que se destaca na ausência, e que por meio de sua presença invisível, angariou uma grande torcida, que vibra e torce por ela, já tendo inclusive levantado tags no twitter. Comentou-se até que ela teria patrocinado o show da Naiara Azevedo pra cantar ao ouvido do Lucas e Jéssica: “Não sei se dou na cara dela ou bato em você; mas eu não vim atrapalhar sua noite de prazer; e pra ajudar pagar a dama que lhe satisfaz; toma aqui uns 50 reais...”. Tomaaaaa... Ana Lúcia além de protagonista é ícone!!! Desponta no queridômetro à frente de participantes como Nayara, Caruso, Diego e Jéssica.

Quem é elaaaa??? A noiva do Lucas. Aquela que marca presença especialmente nas festas ao lado do noivo fiel e coloca a Jéssica no seu respectivo quadrado. Ana Lúcia é dura na queda. É como um monólito que em vão o Lucas tenta contornar e a Jéssica transpor. Não adianta, apesar de sua participação etérea, ela ali está atrelada ao Lucas, tal qual Ana Clara ao Ayrton.
Aliás, convenhamos, Lucas tem um jeito torto para contornar o que quer que seja. Quando líder indicou a Gleici, apesar de querer indicar os Lima. Convidou a Paula para o cinema e dormir no quarto do líder, para - a seguir - excluí-la da prova do líder. Saiu em desembalada carreira para atender o big fone, que - segundo ele - não queria atender. Então por que correu feito um guepardo? Achou que a Ana Lúcia estaria do outro lado da linha?!? Não cansa de repetir que é fiel à noiva, mas convida a Jéssica pra dormir no quarto do líder... na mesma cama!!! Oiiiii??????

Tá certo que depois de cinco anos de namoro com o Lucas, Ana Lúcia deve entender o que pra nós não tem explicação.

Como não tem explicação o poder de manipulação da Ana Paula, Patrícia e Diego no jogo. Tiveram a habilidade de formar um G-7 para se proteger e formar paredões ao seu bel prazer, sem que os outros se importem com as manobras do trio, apesar das advertências do Ayrton. É espantoso que Wagner, Caruso e Viegas não vejam a cilada dessa aliança com os três. Na prova de resistência do líder, Diego barganhou, prometeu, negociou e conseguiu convencer adversários, fisicamente mais resistentes que ele, a abrirem mão da liderança em seu favor. I-ná-cre-di-tá-vel!!! A trinca está sendo o epicentro do jogo, um jogo calculado, premeditado e feroz, que mais uma vez ficou na mão deles. Até quando?!?

Paula foi emparedada pelo Diego por haver despertado a inveja de Ana Paula e de não pertencer ao G-7 na combinação de votos. O jogo dela é claro e aberto: está lá para competir, se divertir e seduzir. Não posa de menina meiguinha ou finge “brincar de contente”. Mostra-se vaidosa, segura e independente. No entanto, parte do público não gosta desse perfil. Prefere adotar o personagem com olhar doce, embora os olhos sejam de lince. Mahmoud, por sua vez, quase foi indicado pela segunda vez pelo G-7, faltou o voto do Diego... Foi por pouco!!! Com isso “o feitiço virou contra o feiticeiro” e Ana Paula mais uma vez está no caldeirão, digo no paredão. Sinceridade??? Ameiii!!!


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