Ética e Honradez


"Acioli
25 de março de 2018 14:22

Boa tarde, Frank! Obrigada pela verdadeira resposta! Adoro o seu jeito nu e cru de se expressar, lol.

Sobre sentimentos e jogo, você acha possível dissociar quem "eu sou" do como "eu jogo"? Tipo, conseguir, com muito sangue frio, lógico, se conduzir apenas em função do jogo? Como se dissesse assim "Não vou me deixar envolver por nenhum tipo de afinidade. Vou seguir no jogo com ética, mas vou apenas jogar, e jogar com tudo. Serei frio e calculista como um bom estrategista. Meu foco é vencer. Mas com honra, sem dar rasteira em ninguém."
Alguém conseguiria ser tão frio? Acho que só um psicopata.
Mas isso estaria errado? Eu não vejo erro nenhum de conduta em jogar declaradamente, pelo contrário, aquilo ali é um game ou não é? O mérito não é justamente avançar no tabuleiro, se manter dentro dele então é fundamental, lol, com ética e honra? O xeque mate não é tão honroso justamente porque foi um avanço conquistado no tabuleiro?
Então porque a audiência vê como vilania? Porque é tãaaao errado jogar dentro de uma competição? Ai, Frank, eu já desisti de tentar entender... Bjo, querido!"


Ética é incompatível com quase tudo o que você parece entender como jogo. Se está apenas querendo levantar uma bola, tudo bem, eu chuto em gol!

Mateus 5:39 - "Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas se alguém te ofender com um tapa na face direita, volta-lhe também a outra".

Quem disser assim: "Não vou me deixar envolver por nenhum tipo de afinidade. Vou seguir no jogo com ética, mas vou apenas jogar, e jogar com tudo. Serei frio e calculista como um bom estrategista. Meu foco é vencer. Mas com honra, sem dar rasteira em ninguém." estará numa linha de conduta suicida em minha visão.

Nesta linha de raciocínio que você aventou, de frieza e calculismo "como um bom estrategista". Seu (dele, a pessoa hipotética) "foco é vencer. Mas com honra, sem dar rasteira em ninguém.", pergunto a você: Jesus seria psicopata?

Captei que você tropeçou nas próprias palavras, mas julgo que não foi sua intenção ou não atentou para as palavras. Não estaria adornando uma mentira?

Em primeiro lugar não evitará dar rasteiras em ninguém e, ao não se deixar envolver por nenhum tipo de afinidade já estará caindo em falta de ética. Seria uma perversidade nítida como a citada no versículo acima. Quem lhe voltar "a outra face" já estará ganhando dele na Final. É aético negar sentimentos, principalmente os bons, como os de afeto de amizade, em nome de qualquer coisa.

Como o foco seria unicamente ganhar dinheiro (vencer), a honradez já estará indo pro beleléu. Simplesmente não se trata de uma partida de Xadrez, onde a honradez dos disputantes não está em jogo.

O como "eu jogo" em RS é inerente ao como "eu sou" de uma forma altamente definidora do caráter. RS não é "game". Videogames e jogos de computador são.

Portanto, 'dissociar quem "eu sou" do como "eu jogo"', não é possível. Vamos fazer um paralelo com o jogo de xadrez, citado por você:

Trata-se de um jogo. Correto? A ética dos disputantes consistiria em não tentar abalar ou não tentar desestabilizar o adversário com qualquer atitude que não se refira ao movimento das peças no tabuleiro segundo as regras do jogo de como movimentá-las. Correto?

Diga-se de passagem que fazer isto (desestabilizar o oponente com recursos aéticos) é proibido pelas regras das Sociedades e associações enxadrísticas em todo o Planeta. 

Em um RS, que nem é jogo, mas um concurso, a situação é aparentemente a mesma. SQN. Em ambas as situações um vilão é quem transgride as regras ou não se conduz com ética, seja a pura ética geral e filosófica ou a ética da disputa em particular. Pelas regras dos realizadores um concursante é livre para jogar como preferir. O Xadrez não tem relação com ética, vilanias e honra ou honradez entre os competidores em si. RS tem, e como!

Pelas regras da Audiência, a qual tem a responsabilidade de eleger a melhor pessoa (ou a menos pior), ser aético, desonesto, etc, não pode, embora a produção queira ou torça para que seja. A produção quer que ganhe o melhor jogador, não importa seus métodos ou estratégias, mas o público (e eu também) acha que méritos se refere a bom caráter, bom comportamento, boa índole, boas atitudes e atos maneiros e não um bom jogador.

O mérito para vencer um RS não é a eficiência de jogo ou de estratégias. Dir-se-ia que a "qualidade" desse jogo ou estratégia define o caráter do jogador (não "de" jogador) no sentido positivo ou negativo. Jogar com ética é muito diferente do cenário que você desenhou. Diria até que contrário.

Esta é a razão pela qual escalam jogadores que ajam ou possam agir como vilões e não pessoas direitas.

O melhor jogador do mundo em RS não tem mais méritos para vencer do que quem não joga, abstraindo-se todos os demais atributos pessoais de cada um, em tese. Por aí já se vê que jogar é mal visto ou ruim.

Suponha uma pessoa que alega não ter feito nada de errado e nem jogar, ser jogada no Paredão 4 vezes e suponha que ela tenha razão e fala a verdade. Seria justo um jogador como o descrito por você fazer isto contra ela? A falta de ética consistiria nisto.

Jogar com ética, procurando utilizar suas palavras, seria mais ou menos assim, "Não vou me deixar levar por nenhum tipo de inimizade. Vou seguir no jogo com ética, e não vou jogar ou vou apenas jogar de maneira saudável, e procurando não jogar com falsidades e hipocrisias. Serei cordial, amigo e sem segundas intenções e sem empregar nenhum tipo de estratégia. Meu foco é conviver sadiamente e, com honradez, sem dar rasteira em ninguém."

A questão crucial nesse ponto é definir ética e honradez (não honra). A honradez é uma conduta de quem tem honra e esta é um princípio ou atributo. Isto é, são coisas diferentes. A ética é uma parte da filosofia e um conjunto de regras valorativas e morais de um indivíduo, de um conjunto de pessoas afins, grupos diversos ou das sociedades.

Diante disso, combinar votos não é ético, porque transgride uma série de preceitos morais e atributos tidos na ética como princípios sadios e valorizados, como honestidade, lealdade, bondade, nobreza, etc.

Embora você queira ou não (ignoro), o público em geral não julga jogo ou qualidade de jogo. Ou melhor, julga-o como nódoa do caráter, desvio da ética, desonestidade, etc e, o público está certo em minha visão. Não existe nenhum método meritocrático que veja com bons olhos jogo e estratégias de jogo, principalmente quando envolve dinheiro.

Não se trata de ser frio e calculista, mas de não ser frio e nem calculista. É lamentável e deplorável alguém que não consegue entender isto.

Que tal não jogar? E se jogar, porquê não com ética? E se jogar com ética, porquê não usar o coração, ao invés da razão, do calculismo, da ganância, etc?

Jogar não é quebrar a canela de ninguém. Isto é antijogo. Jogar não é passar por cima de princípios, principalmente os básicos.

É justamente avaliando o "eu sou" sem dissociá-lo do "como eu jogo" que a Audiência escolhe quem tem maior mérito para levar a grana e não o contrário. E este mérito não é quem simplesmente joga melhor ou de maneira mais efetiva, ou mais friamente ou mais calculadamente ou de forma mais vilã.

Você confunde estrategista em Xadrez com estrategista em RS de uma maneira sofística esquecendo que em Xadrez não se mede caráter, mas raciocínio holístico das variantes que se produzem ou podem se produzir após cada lance ou jogada. Aí a frieza é necessária para não se perder no raciocínio e não cair numa variante perdedora. Em RS ninguém precisa ser fera em raciocínio. Basta ter coração, sensibilidade, nobreza e caráter. Isto já dá para ganhar na maioria dos casos.

Um jogador inteligente que seja elegível para vencer um RS, não empregaria estratégias e táticas enxadrísticas, porque não é um jogo de tabuleiro e as pessoas não são peças de Xadrez. Muito menos empregaria estratégias de Videogames ou de jogos de computador, porque está lidando com gente de carne e osso e não com caracteres (sprites) virtuais.

O Jogo de computador que mais se aproxima do jogo em RS é um jogo conhecido como "Pets Game", onde os jogadores compram e revendem pessoas reais (Pets - assinantes do Site de Relacionamentos) com dinheiro virtual e onde há relações afetivas. Aqueles que não querem jogar ou não querem ser comprados e "negociados" têm a opção de fazê-lo. Mesmo neste caso, são observadas algumas regras básicas, mas existem jogadores aéticos nele.

Um enxadrista prescinde de relações afetivas com seu oponente, ao contrário de concursantes em RSs, onde essas relações são necessariamente importantes e não podem ser frias e calculistas. Por isto é que é um jogo de convivência, mas não de conviver bem com todos obrigatoriamente. Se for possível, tanto melhor!

Um enxadrista não é aético com seu competidor e tombar um Rei em xeque-mate não é deselegância ou afronta. Ele não joga para permanecer no tabuleiro, e tanto é assim, que existem mates rapidíssimos, como o "mate do louco", "mate do pastor" e muitos outros. 

Ele joga para dar xeque-mate o mais rapidamente possível nas peças da outra cor e não exatamente no outro jogador, porque não há nada de pessoal neste tipo de jogo, e isto nada tem a ver com ética ou falta de ética. Ludismo e jogo são coisas diferentes sob certos pontos de vista.

A graça deste tipo de jogo (de convivência em RS) está nisto, porque há um prêmio na frente que força-os (pelo menos aos mais gananciosos) a transgredirem as regras (consideradas pela Audiência) que os levariam a ele (o prêmio) e aonde são inapelavelmente eliminados da disputa. Para a Audiência é ludismo, exceto para uma parcela minoritária e para esta parcela minoritária, os realizadores e a maioria dos concursantes é jogo, jogo desenfreado ou vale-tudo.

Daí surgem os fatos que denotam os atributos pessoais e os princípios morais e éticos de cada um. É claro que ninguém á obrigado a empregar métodos "científicos" para determinar quem tem mais méritos para vencer.

Basta a intuição de cada um, mas o errado é focar o que é errado para chegar-se ao veredito de quem tem mais mérito para vencer e, focar jogo ou apenas jogo (por parte inclusive dos concursantes) é o mais errado entre as apreciações que definem méritos.

Não é porque os realizadores chamam isso de jogo, que devemos ver apenas jogo. Neste caso, deveriam punir quem não joga, quem não tem estratégias, quem faz casal, quem é amigo de alguém, quem pratica boas ações e tem boas atitudes e quem é ético e bem comportado. Simples assim, porque estariam supostamente "atuando" para serem bem vistos pela Audiência, ao invés de jogarem o mais rasteiramente e falsamente possível. Não é mesmo?

Torcedores não são em sua maioria comentaristas de RS. Basta ser torcedor para inadequadamente sê-los (comentaristas) e, neste caso, seriam maus comentaristas. Passariam a ser influenciadores, coisa que todo torcedor ou jogador é ou procura ser.

Se os realizadores querem que vejamos ou apreciemos apenas jogo, porquê mostram as falhas de caráter e as enfatizam? Não seria por que é isto que a Audiência quer ver e condenar para eliminar os que as fazem?

Em resumo, qualquer jogo por dinheiro é aético. Qualquer concurso envolve competidores, mas não é necessariamente jogo. Num vestibular ninguém age com falta de ética com os demais "competidores", que estão ali competindo por vagas nas Universidades e Faculdades. 

Isto é similar a um RS, onde há um prêmio em dinheiro, mas que poderiam ser medalhas como em uma Olimpíada. Num concurso de miss acontece algo similar, assim como em vários outros tipos de concursos, como o "Oscar". O mérito no Oscar para pessoas que atuam em ficções tem a mesma conotação dos prêmios em RSs para pessoas reais que principalmente não atuam e não encarnam personagens.

Em RS o que importa (e que é julgado) são os meios e não os fins. Quem inverte isto se ferra! O objetivo a ser atingido não é o dinheiro em si, mas merecê-lo como consequência de quem se é no transcurso e não de como se faz! No Oscar é como bem se ilude o telespectador ou cinéfilo e em RS é o contrário, isto é, quem não ilude. Competir e jogar são coisas diferentes e muitos têm dificuldades em discernir isto. Boa tarde, Acioli. Beijo.

PS: No Brasil está virando moda chamar o RS de "game", mas isto é uma fuga camuflada ou subterfúgio dos que querem caracterizá-lo como jogo, porque nem nos países onde o idioma oficial é o Inglês ele é denominado assim. O motivo é a palavra "Reality" (Realidade), que querem opôr à "Vida Real". A denominação Correta é Reality TV Show (simplificadamente RS).



O Correto era primeiro comunicar a missão ao Viegas para depois mandá-lo buscar o ou os colares do monstro na despensa. Do jeito que foi feito pareceu indução ou para obrigá-lo a prosseguir em seu intento inicial, já que nos dois casos alegou razões estratégicas.

No confessionário, ao votar na Gleici, alegou outros motivos não estratégicos e na Indicação de Ana Clara e Ayrton nem quis falar de outros motivos. Incoerência total!

O Kaysar queria o quê? Que a Gleici ficasse arreganhando os dentes para ele depois que votou nela a pedido da Patrícia e do Diego e de depois ter votado no Wagner nas duas semanas seguintes (sétima e oitava)? Para ficar se esfregando nela como faz com todas ou massageando "profissionalmente"?


"Butterfly 24 de março de 2018 15:03
Oi Frank, legal sua resposta. Acho que o significado de amigo dentro da casa é bem diferente do que usamos fora da casa. Daí a minha opinião.
Quanto ao Ayrton, foi por competência dele sim que a história se reverteu, mas ele teve muito empenho da Ana Clara para que isto acontecesse.
Também acho que ele foi ainda melhor aceito, quando a Gleici voltou e se posicionou em nome dele.
Mesmo discordando com algumas opiniões suas, leio e reflito sobre elas pq vc tem bom embasamento e argumentos para tal."


Oi. É bem verdade que num concurso onde todos estão jogando, os conceitos de "gostar" e "ser amigo" são um tanto difíceis de acreditar, mas suponha alguém com sólidos princípios morais ou apenas básicos. Não estou falando que é o caso do Ayrton, porque estou falando em tese. Existem exemplos de casos assim que venceram e outros que chegaram perto da vitória. Obrigado.


"Gaúcho. 24 de março de 2018 21:55
Breno foi advertido porque viu e comentou sobre o coração do Viegas estar encaixado,mandaram que calasse a boca ou seria eliminado. Maior falcatrua, só não entendo o motivo.

Rodrigo 24 de março de 2018 22:33
    Que absurdo. Eu vi que ameaçaram expulsar ele do programa por ele ter falado algo sobre a prova do anjo, mas não tinha entendido muito bem, a produção disse que ele foi grosseiro/agressivo(?) Tipo, nunca vi ele sendo agressivo hahahah tavam querendo é que ninguém falasse dessa prova ridícula mesmo"


Dormi no ponto neste momento, mas se todos estão falando disso, é bem a cara deles.


"Ricardo Ferreira Paizan 24, 25 de março de 2018 18:34, 04:20
Frank Killer! Sabe quem segurou o coraçãozinho do Viegas? O Trio Mandinga!
Frank Killer! Parabéns pelo texto!"


LOL. Será? Frases para seu microblog:

"Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay" — Espanhol.
"eu non creo nas meigas, pero habelas hainas" - Galego.
"Não creio em bruxas, mas que existem, existem" - Português.

"Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia". William Shakespeare.

Saudações para Adele, Anderson (falou bonito, irmão, autorize publicá-lo), Consuelo, Denise e Graça (voltarei em breve). Fatinha (obrigado), Marcelo, Mary, Miguel, Mirabel, Stacy (hugs in return), Waldir e Zilda. Mais no próximo post.