E mais uma edição chegou ao fim, para imediatamente despertar mais um ano de saudade. 

Essa temporada foi a melhor dos últimos tempos, mesmo com o resultado final diferente daquele que eu gostaria. 

Mas já estou até acostumada, difícil eu conseguir eleger um campeão.

Sabe há quanto tempo não consigo eleger um parlamentar? Mas nesse caso acho até bom, assim não me sinto cúmplice. 

E já me conformei em pensar diferente da maioria. A gente aprende.
Mas nem por isso deixo de falar o que eu penso, lol.

Well, vamos começar a falar do que interessa.

Cap. I   Campeã

Apesar de não morrer de amores por Gleici, estava tudo muito bom, tudo muito bem, até que ela soltou um "Lula livre". 
Mesmo sabendo da militância, eu procurava me forçar a esquecer do fato, para não ficar predisposta contra a fadinha

Só que foi demais pra mim. Ali, todas as minhas boas intenções foram para o espaço. 

Quem tem a coragem de levantar essa bandeira em público, ou é completamente sem noção, o que não parece ser o caso, ou é conivente com todo o prejuízo e vergonha que ele causou à Nação. 

Se já não tinha muito a dizer sobre ela, porque essa fada não me encantou, depois dessa tenho menos ainda. 

Mas tentarei ser justa como sempre, só que não vou lançar flores. 

E, claro, espero que respeitem a minha opinião assim como eu respeitei a opinião de cada um de vocês, e principalmente porque sempre respeitei todos eles que se expõem lá dentro ao cruel escrutínio da opinião pública. 

Gleici teve uma trajetória linear e uma conduta correta, mas isso é o mínimo que se espera de um campeão. 

Ser digno e leal costuma ser motivo de mérito por aqui, e no entanto, não é assim que todas as pessoas devem ser? Então, onde está o mérito? Porque mérito, no meu dicionário, é algo extraordinário, que merece exaltação. 
Triste sociedade que acha que ser do bem é extraordinário. Significa que ser do mal é padrão.

Bom, mas Gleici não é padrão, porque fez um jogo do bem, apesar de sem graça. Sempre na sombra de Ana Clara. 

Se Ana Clara não a adotasse, talvez ela tivesse sido eliminada no seu primeiro paredão, pois de tão apagada, chegou a ser confundida com uma planta por grande parte da audiência. 

Deu muita sorte de encontrar esse anjo da guarda, de ter uma personalidade meiga, e de ter uma história triste. A junção destes três fatores foi fundamental para que ela chegasse ao pódio. 

Torcidas são obcecadas em coitadizar os brothers, e criar um enredo muito mais interessante aqui fora no passado do que lá dentro no presente. Incrível, né? 

Quando ela foi escolhida para a falsa eliminação, cresceu no jogo, promoveu um clímax e se tornou protagonista, mas ao mesmo tempo começou com um vitimismo que irritou muita gente. 

Até que os desafetos foram sendo eliminados e ela se aquietou um pouco. Mas a mania de perseguição nunca a abandonou. 

O namoro esquisito com Wagner, o vilão da edição, pegou mal, ainda mais depois do quarto Farol, quando ela teve a oportunidade de conhecer mais dele. Se ela não percebeu ou fingiu que não, talvez saibamos agora. Mas depois da tatuagem da rosa amarela e do 1,5 milhão, acho difícil Wagner se afastar.

Gleici não tinha personalidade nem carisma de campeã, mas quando a estrela está programada para brilhar no caminho, não tem jeito. Essa edição estava predestinada a ser dela e pronto. Se não fosse assim, para que ela pudesse crescer até a vitória, Kaysar não teria perdido o favoritismo na reta final e Ana Clara não estaria em família

Bom, faço votos que ela saiba aproveitar a grande oportunidade que a vida lhe proporcionou. E que saiba fazer melhores escolhas daqui pra frente. 

Capítulo II  2° Lugar

O sincero sorriso de Kaysar não abandonou sua expressão nem com a derrota. Se alguém achava que a alegria dele era fake, taí a resposta, não havia mais motivos para fingir. 

Bacana a inciativa da Globo junto com a ONU em trazer os pais dele. Aliás, acho que ele não entendeu o que Leifert disse no meio daquela euforia. Ficou com uma expressão meio perdida e com certeza a reação seria outra se tivesse entendido. No mínimo soltaria um daqueles gritos guturais.
Mas pra quem achava que era tudo fake, que a família vivia feliz e satisfeita na Síria, taí a resposta, de novo. 

Com dois carros + 150 mil, dizem que ele poderia trazer a família da Síria tranquilamente. Bom, acho que a ONU não seria acionada se fosse taaaão tranquilo assim. As pessoas esquecem que na ditadura e no meio da guerra não existe a liberdade de ir e vir quando bem entender. Não basta comprar uma passagem de avião. É bem mais complicado que isso. Daí o nome refugiado, e não imigrante.
Os esquemas de travessia das fronteiras, que abrem e fecham de acordo com o conflito da vez entre árabes, palestinos e israelenses, custam muito caro, e são extremamente perigosos. 

E Kaysar, um sobrevivente do mundo, foi a parte lúdica desse game de gente grande. 

As tiradas engraçadas, o exagero, as reboladas desengonçadas, os inéditos e horrorosos cortes de cabelo, os gritos, a confusão com o idioma, as xavecadas, a garrafinha, o histrionismo. Isso tudo divertiu, confundiu ou irritou, ou todas as alternativas anteriores ao mesmo tempo. 

Mas o que emocionou foi a felicidade estampada na cara, a alegria contagiante, o sorriso fácil, a amizade sincera, a generosidade e o coração bondoso, além do carisma inegável. 

Claro que Kaysar errou, se não tivesse errado, seria o campeão. 

Ele se tornou uma caricatura de si mesmo, que não era necessária para contar sua narrativa por si só já tão rica e interessante. 
Sendo over, causou uma overdose que o enfraqueceu. 

Aplicando os estudos das edições anteriores, perdeu a espontaneidade, característica tão importante num legítimo campeão. 

Fez algumas alianças equivocadas, mas se redimiu ao justificar os votos com sinceridade. 
E na verdade, com seu jeito amigável e aparentemente ingênuo, passou o jogo inteiro sendo aliciado, e não teve muito fair play para se esquivar de certas situações. 

Mas Kaysar, mesmo sendo só um vice, foi um grande protagonista, e será lembrado como um dos ícones mais controversos da história do programa. 

Faço votos que consiga viver junto da família no Brasil, e que nunca perca essa alegria genuína e a fé. 

Cap. III  3° Lugar

Bom, Ana Clara merecia um capítulo à parte, porque pra mim, foi a grande merecedora, pelo conjunto da obra. 

Ana Clara consegue ser várias ao mesmo tempo. É menina e mulher, madura com toques de imaturidade,  louca, sensível, sensata, rabugenta, simples, divertida, inteligente, autêntica e muito espontânea. 

A lucidez do speech, a lógica do pensamento, a entrega de corpo e alma e a generosidade alçaram Ana Clara ao estrelato da edição. 

É regida pelo coração, e justamente por ser passional, cometeu alguns pecados da emoção, mas que para os fãs, não embaçou o brilho da sua trajetória. 

Foi a grande responsável pelo sucesso da Família, e se não fosse por Papito, acredito que seria a grande campeã. 

Mas Papito, apesar da polêmica que despertou, tem seu valor. 

Costumo dizer que seu jeito amorojoso, amoroso e pegajoso de ser, foi ao mesmo tempo sua ruína e sua glória. 

Papito foi chato, inconveniente, insistente,  sem noção, de vez em quando venenosinho, mas também foi amigo, leal, protetor, prestativo, compreensivo e generoso. Além de muito emotivo, rs. 

No jogo, Ana Clara reinou soberana, colocando o pobre Papito expert em BBB na palma da mão. 

Ambos, como pai e filha, se intrigaram o público com uma relação em princípio estranha, por outro lado emocionaram com o tamanho do amor envolvido.

A family next door que a gente amou conhecer e reconhecer nas nossas próprias dinâmicas familiares, em diálogos mais ou menos assim como esses:

- Ana Clara, não bebe! Ana Clara, vai dormir! Ana Clara, tô de olho em você! Ana Clara, acorda pro raio x, só falta você!

- Ai que saco estar confinada nessa casa maravilhosa com meu pai! Ninguém merece aturar meu pai 24h! Socorro! 

- Cadê minha filha? 30h de prova! O pezinho dela vai doer! Está com sede e fome! Ana Clara, desiste minha filha, esse sonho é meu. Não quero o seu sacrifício!

- Eu só fico triste pelas coisas que fazem com o meu pai. Por mim tudo bem, eu sou cascuda, mas ele é muito sensível. Pega leve com meu pai, por favor. Ele é o meu pai e eu o amo muito.

E foi assim que essa família chegou merecidamente na final. 

E se o grande público soubesse escolher direitinho, Ana Clara e Eva seriam as divas absolutas desta edição. 

Mas tudo bem, Ana Clara já é. 

É isso, gente, essas foram as minhas mais sinceras impressões. Espero que gostem, e se não gostarem, que sejam educados. 

Some não. Amanhã tem mais. 

O que faltou dizer de Leifert e do grande BBB18.

Beijos de paz.