O Que Faltou Dizer de Lucas Bissoli, por Hanne Brandenburg

Texto recebido em 30/03/2022

Lucas Bissoli Garcia é engenheiro e estudante de medicina, nascido em Serra, no Espírito Santo. Muitas de suas atitudes no confinamento me fez acreditar tratar-se de um jovem de classe média que foi criado pela mãe e avó, típico mimado que tem sempre suas vontades satisfeitas e que também o tornaram uma pessoa com dificuldades para tomar decisões ou se posicionar com opiniões próprias quando tem que enfrentar alguma situação conflituosa ou que saia de seu dia-a-dia natural. Até para se comunicar e conseguir completar um raciocínio, o próprio revelou, por diversas vezes, não ter muita facilidade ou firmeza. 

Diante dessa constatação, cheguei à conclusão de que o eliminado dessa semana em nada contribuiu como participante do BBB 22 e até classifiquei sua trajetória como um típico planta saboneteira. Sua principal estratégia foi sempre se apoiar em pessoas ou grupos que o levassem a acompanhar nas votações ou decisões que tivesse de tomar para se defender do paredão, o que aliás, ele conseguiu saber muito bem porquê, por suas atitudes na casa, ter ficado até agora no jogo, foi realmente algo surpreendente, porém também contou com sorte ao ganhar provas que lhe deram duas lideranças e consequentemente as imunidades decorrentes disso, ou ainda escapar de estar na berlinda em uma prova bate e volta. Fora isso, era um tal de escorregar e pular de um barco a outro, sem precedentes, onde sentisse que poderia não ser votado, ali ele se enturmava, mesmo que por pouco tempo. Chegou a afirmar que estaria jogando com o grupo do G3 em um determinado momento, mas não conseguiu seguir muito longe com essa posição e logo foi procurar outro ninho para se abrigar e ser bem aceito.

Nas primeiras semanas engatou um relacionamento com a Eslovênia que, embora eu sempre gostei de ver casais se formarem na casa, não consegui achar muita graça na relação, ou até mesmo sentir que existisse uma grande paixão recíproca, apenas um casal, que se encontrou no confinamento e resolveram que estariam juntos trocando carinhos, se respeitando e se protegendo mutuamente. Penso até que, mesmo não sendo o típico casal formado apenas por conveniência de jogo, para a forma escorregadia com que Lucas se situava na casa, ter uma aliada como sendo sua ficante, era algo que lhe garantiria também não ser votado por ela e até por quem gostasse deles e, assim, encontrou mais uma forma para ir se safando em seu jogo, sem querer se fixar em nenhum grupo.

Como não tenho o hábito de frequentar as redes sociais não sabia a origem do apelido que o Lucas carregava de Barão da Piscadinha, que foi por ter feito um vídeo onde se apresentava com aquele gesto de colocar um braço pra trás e dar uma piscada para os internautas, que foi muito comentado e lhe rendeu o tal título. Confesso que, desde o momento que o vi divulgando essa sua faceta para os demais confinados na casa e até o Tadeu Schmidt que ficou sabendo da estória, fazia questão de citá-lo, achei tão sem noção quanto o próprio autor, totalmente sem graça, talvez pela falta de beleza (embora tivesse um par de olhos bem azuis) mas lhe faltava carisma e simpatia para que o gesto pudesse agradar, uma questão pessoal, opinião bem particular minha, respeito quem pense diferente e até concorde com o apelido que lhe rendeu.

Pegando o gancho explicitado no parágrafo anterior, Lucas também se destacou com outra faceta, essa com um viés até grave, que era o hábito de gostar de pegar objetos que não lhe pertenciam e se apoderar de forma bem natural. Isso foi verificado no programa quando levou protetores solares em grande quantidade, que a produção disponibiliza para uso coletivo e guardou em suas bagagens pessoais, o que rendeu assistirmos uma cena burlesca, quando foi intimado pela direção do programa a devolver os objetos na despensa, o que ele, sem o menor constrangimento pela atitude, até sorrindo, obedeceu. Esse fato também lhe rendeu o trocadilho em seu conhecido apelido na web de Barão da Piscadinha para Barão da Roubadinha. Li em um comentário aqui no Votalhada, que o fato se repetiu quando ele guardou em suas coisas o colar do monstro, após o término do castigo, que deveria devolver junto com a fantasia, e foi advertido para deixá-lo onde deveria. Esse com menor teor moral, eu achava até que eles ficavam com os colares de liderança, anjo, monstro ou imunidade, que tivessem recebidos durante o programa, como recordação.  Não poderei jamais afirmar que esse hábito desagradável e lamentável que ele possui seja algo que também faça em sua vida fora do confinamento, porém como diz o ditado que “costume de casa vai à praça”, essa é a conclusão que poderemos chegar que, sim, ele já teria essa triste mania antes de entrar no BBB 22.

Ainda sobre detalhes que podemos destacar na trajetória do Lucas na casa, também sentia muita fome, comia em demasia, algo que foi observado pelos demais participantes na primeira vez que fez parte do grupo vip, na liderança de Tiago Abravanel. Assim sendo, costumava atacar a geladeira nas madrugadas para saciar sua vontade, enquanto os demais que iriam também precisar contar com a comida existente, dormiam. Em suas lideranças, alegando não ter trazido muitas roupas em suas bagagens, se apropriou do roupão de líder e uma sunga como look diário e constante, até que numa das festas ele chegou a tirar a roupa enviada pela produção e voltou vestindo seu uniforme preferido. Não sei se fazia de caso pensado ou sem se importar de servir de chacota para os internautas, que não perdoam esses tipos de comportamentos em um participante, gerando muitos memes.

Como disse anteriormente conseguiu ganhar duas lideranças e nessa ocasião era muito perceptível sua falta de segurança ou personalidade para decidir quem mandaria para o paredão, sempre precisando de seus aliados do momento que lhe dariam as sugestões ou hipóteses possíveis, que ele seguiria, mesmo contra à sua própria vontade ou ideia inicial. Assim indicou a Brunna, que lhe rendeu a satisfação de ver eliminada (o principal objetivo de uma liderança), porém o mesmo não aconteceu na segunda oportunidade quando indicou o Scooby e quem saiu foi o Vini. A partir daí ainda chegou a ganhar mais uma liderança, na segunda semana consecutiva, porém como a prova havia sido disputada em dupla, cedeu o posto para o Arthur. Com esse seu gesto não só foi garantido que estaria no vip, como conseguiu, mais uma vez, não ser votado, permanecendo em sua condição confortável de não estar no paredão e, consequentemente, ser eliminado pelo público.

Finalmente a estratégia sabonete do Lucas chegou ao fim. Uma vez que já não contava com seus aliados mais próximos que seriam também amigos de sua ficante e com o afastamento do grupo G3, foi o mais votado pela casa, recebendo 06 votos, que lhe deixaram chateado com as pessoas de quem não poderia jamais esperar: o Douglas, com quem sempre foi bem próximo e nunca havia trocado votos, o Arthur, que até então também não havia votado nele, e foram aliados muito próximos semanas atrás, e ainda o Gustavo com quem também mantinha um bom relacionamento e sem sequer imaginar que seu grande número de votos teria sido uma estratégia arquitetada por esse último que, sempre defendeu, desde que entrou na casa, não aceitar que nenhum participante chegasse à final sem ter passado pelo paredão e ser julgado pelo público, que aprovaria ou não seu jogo e, nessa condição, só se encontravam atualmente, ele e a Eslovênia. 

E assim, é fim de linha para o Lucas no BBB 22. Por mais ruim e ensaboado que tenha sido para criar suas estratégias, ainda podemos creditar-lhe uma certa inteligência ou sorte para conseguir sobreviver no confinamento sem podermos incluí-lo no rol de bons estrategistas ou jogadores, de uma maneira geral.    

    

Um abraço a todos. 

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