25 agosto 2019

MasterChef | Rodrigo Massoni é o grande vencedor do reality, por Lédson Guimarães



Texto recebido em 26/08/2019

E chegamos à grande final do MasterChef 2019, que consagrou o paulista Rodrigo Massoni campeão e na qual, felizmente, pudemos acompanhar um embate protagonizado por uma dupla de competidores de alto nível. O caminho para eles até aqui não foi fácil, ambos participaram de uma edição caprichosa na escolha dos desafios culinários e tiveram de enfrentar os picos gastronômicos esporádicos de adversários, digamos assim, arroz com feijão.

À frente de muitos classificados, a mãezona Lorena Dayse chegou chegando na cozinha do programa e rapidamente despontou como forte candidata às finais. Ligeira nas panelas e nas respostas, dona de todo o coentro, a piauiense arretada sempre buscou imprimir a própria personalidade forte e o orgulho natal nos pratos através de receitas afetivas.

Do outro lado, de poucas palavras, poucos sorrisos, poucas lágrimas (e pouco equilíbrio com o sal), mas de imenso coração expressado no ato de cozinhar, Rodrigo Massoni saiu sorrateiramente dos cantos da cozinha para mostrar que não estava ali para fazer amizades e nem para se envolver com picuinhas de jogo, com toda a calma do mundo o foco era por em prática os estudos e o talento. Ele estava em casa agora; antes, o enclausuramento de um escritório sufocava a verdadeira vocação do engenheiro ambiental: produzir satisfação, com um gesto de amor, através do paladar.

Sabores, texturas, temperaturas, técnicas, produção visual e controle emocional, requisitos essenciais nas avaliações do jurados, tudo isso nós vimos em abundância na trajetória dos finalistas da décima edição do MasterChef Brasil. A bagagem que trouxeram aliada ao empenho fervoroso permitiram-lhes alcançar mais depressa que seus colegas o título referido pelo chefs como “semiprofissionais”. A soma de vitórias individuais e em equipe deixa mais claro: Lorena, 11 e Rodrigo, 9.

A prova conclusiva dessa disputa foi simples como tradicionalmente ocorre nas finais do MasterChef Brasil. Lorena e Rodrigo precisaram criar um menu autoral completo para servirem a Fogaça, Carosella e Jacquin dentro de uma hora para cada uma das três etapas do processo.

Nada fugiu do habitual, exceto pela ausência marcante do coentro. Os finalistas estavam confortáveis com suas escolhas para o cardápio e Rodrigo não fugiu da calmaria extrema que lhe é característica, nem mesmo diante do alvoroço da torcida por Lorena vinda do mezanino.

De modo geral, a piauiense apresentou um conceito criativo interessantíssimo remetente a fatos históricos e geográficos de seu estado de origem sob composição única e refinada, no menu que denominou “Uma viagem pelo Piauí”. O maior destaque fora o prato de entrada, um ravióli de vinho branco recheado com caranguejo e emulsão de bacuri. O ravióli feito com gelatina transparente surpreendeu a todos e assustou Paola, que imaginou que a gelatina teria gosto forte e atrapalharia o sabor do conjunto.

Rodrigo compôs o menu apelidado de última hora de “Meu mundo” e teve como entrada um tortellini de camarão com caldo asiático; barriga de porco com feijão manteiguinha Santarém, para o prato principal, e sorvete de coco com gengibre e limão para a sobremesa.

Lorena complementou seu cardápio com um carneiro ao leite de coco com baião de dois de feijão verde para o prato principal e um crumble de mel com pólen, sorvete de coco e abacaxi na cachaça com chantilly de mel para a sobremesa. Tudo e todas as escassas críticas negativas pareciam apontar para a vitória da nordestina.

As avaliações dos jurados também não fugiram da cartilha costumeira das finais do programa, como que para formalizar uma cerimônia de competição equilibrada, bonita e emotiva, quando magicamente os participantes parecem acertar a mão nas três receitas, independente de qual seja o tempo estipulado, e a sobremesa fica encarregada de apitar o desempate. Outro ponto negativo das análises finais das temporadas mais recentes tem sido a crítica minimalista, rasa. Entendemos muito pouco quais foram os fatores determinantes para definir as escolhas de melhor prato.

No entanto, nada disso estragou o espetáculo e a sensação de uma final justa e merecida, fosse para quem fosse a vitória. Meus parabéns aos dois finalistas e sucesso em suas carreiras! Agora ficamos no aguardo do MasterChef: A Revanche, que promete trazer em outubro alguns dos mais queridos ex-cozinheiros para uma nova batalha gastronômica.

Meus agradecimentos a quem ficou comigo até aqui e à equipe do Votalhada, especialmente, ao Luís, que confiou e cedeu esse espaço para minhas impressões. Abraços a todos! 




5 comentários:

  1. O Rodrigo sempre foi muito bom em todas os pratos que fez durante o programa porém ontem achei que ficou na zona de conforto, não arriscou. A Lorena também foi bem durante o programa e ontem, na minhas opinião, foi melhor. Mas, os jurados escolheram o Rodrigo então parabéns pra ele.

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    1. Eu vi da mesma forma. Toda aquela referência à seca, às pinturas rupestres, a técnica com o hagar-hagar, foi de longe um trabalho digno de final do Profissionais. Não sabemos o sabor, mas os chefs não nos entregaram informações suficientes que convencessem da decisão dos três. Porém o Rodrigo também fez por merecer a temporada inteira.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Lédson, muito obrigado pela tua participação.
    Espero contar contigo para A Revanche.
    As portas estão abertas para tua colaboração em qualquer reality que queiras.
    Valeu!!!!
    Luís

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    1. Por nada, Luis! Eu que agradeço, novamente.
      Sobre A Revanche, tô dentro.
      Abraço.

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