Lorena, no seu meio, antes da fama, tinha como concorrentes as "gostosas comuns" do dia a dia, aquelas meio gordas, com suas calças justas e bumbuns arrebitados que são vistas por aí a cada olhar desavisado. Mulheres que, assim como Lorena, recebem como elogios os olhares mais maliciosos, as frases mais sacanas e se sentem ainda mais "gostosas". Mas quando, elevada ao nível de sub-celebridade, que também não é muita coisa, mas é muito, Lorena se depara com mulheres bonitas de verdade - não as do tipo comum como ela, a normal entre as feias que acaba se destacando por ser mais "bem feitinha".
É quando ela dá de cara com mulheres realmente bonitas, como Débora Lyra, de longe a mulher mais atraente desta edição, e também com a beleza inocente e despretensiosa de Babi Rossi. A partir daí, ela se sente ameaçada, porque deixou de ser linda para se tornar uma mulher comum. E passa a odiar participantes que podem se tornar sérias ameaças ao mesmo objetivo que ela tem: ser a "musa" do programa.
O problema é que tanto Débora quanto Babi não se restringem a isso. Babi é a caixinha de surpresas mais agradável na casa, porque vinha de uma imagem de mulherão e se mostrou uma menina ingênua, repleta de fragilidades, qualidades e alguns defeitos. Talvez o primeiro objetivo dela, já que a possibilidade de ganhar os dois milhões é muito remota, seja se desvincilhar da imagem de sensualidade. O pior defeito de Babi é querer ser amiga de todos e ouvir pessoas que podem prejudicá-la dentro do confinamento. Mas estas falhas, talvez, sejam pelo excesso de humanidade de alguém que já se sentiu incompreendida, já que foi "panicat" e já posou nua e, a partir disso, taxada como uma superpantera do sexo. Babi ouviu Felipeh Campos no momento em que ele estava mais "queimado", logo após a votação quando declarou o seu preconceito contra Pepê e Neném, e vem conversando com Lorena, quando todos sabem que a "panicat" é alvo da índia.
Débora também tem diferenciais. É articulada e tanto cavou a história de casal que conseguiu. Tentou primeiro com Léo, depois partiu para Marlos - Lorena, maldosa, insinuou que até com Oscar Maroni a miss queria ficar. Não chega a tanto, mas nítido é que ambos, Marlos e Débora, viram, um no outro, a possibilidade de seguir um script. Não foi à toa que ele vestiu a fantasia de príncipe, numa das festas promovidas pelo programa - se foi esperto, e é, porque se afastou do grupo "Ovelha" em tempo de o público esquecer as vilanias que cometeu no início do programa, ele pode ter percebido a dica subliminar "seja o príncipe desta edição, faça casal". Marlos, como bom observador, viu que havia duas únicas opções para desempenhar este roteiro: Babi e Débora. Mas ainda havia Diego Cristo que, de alguma maneira, acabava impedindo alguma aproximação amorosa de Marlos, pois captaneava para si até as amizades, sem que nada dela sobrasse.
Quando Diego saiu, Marlos, que já havia se aproximado de Sorvetão, ficou mais disponível. Debora queria, desde o início, um parceiro de jogo e, convenhamos, encarna muito bem o papel de princesa. Gosto dos dois, mas não como casal, porque soa fake demais os beijos, os sorrisos, as declarações de amor, os olhares apaixonados, as flores entregues à mão da amada quando ele voltou da roça... É tudo plástico, e ensaiado demais, para ser verdade. Aliás, pegou muito mal, na roça anterior, ele ter salvo a Sorvetão, mesmo que tudo já estivesse combinado - fosse a Bárbara Evans, na edição anterior, tacava o "foda-se" ao grupo e teria salvado o namoradinho Matheus Verdelho.
Outro ponto de observação é que Debora e Marlos, como casal, pode sintetizar a maldade de Felipeh Campos. Em um dos comentários venenosos sobre o romance dos dois, o ex-dublê do "Qual É a Música" soltou o seguinte comentário: "Boi preto conhece boi preto", reflitam o que ele quis dizer. Verdade ou mentira, fazer uma insinuação dessas sobre um rapaz que vive da imagem de galã é de um mau-caratismo sem tamanho. Lorena, que disputa a berlinda com Felipeh, disse que o problema do jornalista é que ele vê tudo com maldade e enxerga os outros como se todos fossem assim.
Gosto da Lorena quando ela não é a personagem horrorosa que está interpretando. Em algumas conversas no ao vivo, durante a transmissão do R7 (quando não está fora do ar ou nos "melhores momentos" - uma vez apareceu isso na primeira semana e eu pensei: "mas já?"), ela apresenta muita lucidez em seu discurso. Lê o jogo como ninguém, pena que não sabe jogá-lo para si mesma.
O problema é que quando ela pinta a cara para fazer tempestade em copo d'água e distorcer o que Heloisa Faissol disse sobre a cultura africana, ou quando força uma briga diante das câmeras e fica mexendo o cabelo, ela se torna patética. Lorena é capaz de prejudicar quem quer que seja dentro do jogo, mesmo sabendo que está errada, para aparecer. Ela não tinha nada que desmascarar Marlos a respeito das declarações anteriores dele sobre um relacionamento fora do jogo, ela não tem nada com isso. Assim como não entendi porque Robson Caetano abriu o seu voto para o grupo, e com que direito TODOS os participantes, inclusive os do grupo que não eram o dele, viraram a cara para ele, se o voto era DELE e Robson poderia ter votado em quem quisesse. Lorena vê em Felipeh a maldade. Neste caso, um alienígena reconhece, mesmo, o outro.
Gostaria apenas de dizer que fiquei surpresa com a sensibilidade que você viu Lorena e sua passagem pela fazenda. gosto dela. Vejo nela uma menina insegura que aposta na plástica para se ver e se sentir visível. Obrigada pelo texto. Parabéns
ResponderExcluirse merece isso ou aquilo eu não sei, mas que qualquer dia ela não vai conseguir abrir mais os olhos de tanto cilio postiço e rimel ahhh isso vai
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