Eliminados abrem o jogo sobre Dudu, Carol, Saori, Will e tudo o que o público não viu  

Shai e Michele saem da Fazenda tentando reorganizar a própria narrativa na live de eliminados. Ele rebate o rótulo de agressivo dizendo que foi reativo num único ato em 60 dias, coloca contexto de festa, bebida, panelaço, remédio tomado sem autorização, pressão lá em cima e crise de ansiedade. Admite que errou feio nas falas (“vontade de esmurrar 10 pessoas”, etc.), pede perdão, mas tenta separar: o discurso foi horroroso, porém não virou agressão física de fato. Fica aquele clima de: o contexto explica… mas não apaga o que o público já viu no VT.

Michele vai por outra linha: ela fala como jornalista de 26 anos, preocupada com imagem, palavra, carreira e tudo o que vem junto. Reforça que sempre quis fugir dos ataques estéticos entre mulheres e dos níveis mais baixos de ofensa que viraram rotina na casa. Ao mesmo tempo, admite o principal vacilo de jogo: falou pouco por ela e muito pelos outros. Agora, aqui fora, solta o verbo com clareza, mostra que tinha argumento e leitura pra confrontar Carol, Rai, Saori e companhia, mas que, lá dentro, preferiu prudência em momentos em que o reality pedia porrada retórica pra virar VT.

No meio disso, Dudu vira o personagem central da análise dos dois. Para Shai e Michele, ele é o maior manipulador da edição: incentiva briga, empurra os outros pro confronto, pensa em VT e movimenta a casa como se dirigisse o programa por dentro. Ao mesmo tempo, eles reconhecem: o cara é extremamente inteligente, lê bem as pessoas, honra o cachê e entrega entretenimento. A dupla deixa claro que vê um “pacote Dudu”: maldoso no jogo, mas carismático, articulador e, sim, candidato forte ao prêmio. Já a relação com Saori é tratada quase como um contrato de interesses: ela reconhece o carisma dele, ele reconhece a visão de jogo dela, e os dois surfam juntos no impacto.

O melhor trecho pra live, claro, é o momento das plaquinhas. Ali, Shai e Michele fazem ao vivo o que muita gente cobrou que eles tivessem feito com mais força lá dentro: rotulam os peões sem filtro. Shai pesa a mão em Carol (agressiva, vitimista, VTzeira, insuportável), em Saori (insuportável, mentirosa, sem noção, VTzeira), em Will (mentiroso, falso, arregão, covarde, planta) e em Fabiano (planta de sofá, traidor, falso, arregão). Michele também carimba Dudu como manipulador, VTzeiro, fofoqueiro, maldoso, mas ao mesmo tempo inteligente e “honra o cachê”. É o tipo de sinceridade crua que, se tivesse vindo antes, renderia semanas de conteúdo dentro da casa.

Eles ainda abrem espaço pro lado humano, que sempre ajuda a virar a chave do público. As mensagens da família mostram um Shai visto como campeão pelos seus por ter encarado o reality de peito aberto, e uma Michele celebrada pelo filho e pela família como elegante, forte, determinada, sem perder quem é no meio do caos. Ela destaca o papel do filho segurando redes, vida e boletos aqui fora, enquanto ele fala de amigos e irmão orgulhosos da trajetória. É aquele momento de lembrar que, por trás de cada cancelado da semana, tem gente de carne e osso segurando a bronca do lado de fora.

No fim, os dois fazem autocrítica. Shai assume que foi um bom jogador em estratégia, mas errou na “malícia midiática”: pensou o jogo para dentro da casa, não para a novela que o público assiste. Michele admite que faltou verbalizar mais, em momentos-chave, as próprias dores, limites e posicionamentos, principalmente quando questionavam a personalidade, o relacionamento e a imagem profissional dela. A live acaba virando uma espécie de manual invertido: eles explicam exatamente o que faltou para ficarem. Quem ainda está na Fazenda, se tiver um mínimo de esperteza, deveria rever essa entrevista com bloquinho na mão – porque entender o jogo é uma coisa, vender a própria história em tempo real para o público é outra completamente diferente.

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Créditos: R7.com