A saída do âncora histórico levanta dúvidas sobre audiência, identidade e futuro do principal telejornal do país  

O Jornal Nacional completou 56 anos nesta segunda-feira (1º) e, junto com a data histórica, veio um anúncio que balançou a televisão brasileira: William Bonner vai deixar a bancada. Depois de quase três décadas no comando, o jornalista decidiu virar a página. Mas a grande dúvida é inevitável: o que vai acontecer com o JN sem Bonner?

É verdade que César Tralli assume a cadeira em novembro, ao lado de Renata Vasconcellos, e ninguém duvida da competência dele. Mas será suficiente para segurar a audiência? A imagem de Bonner não está completamente vinculada ao telejornal? Se o público aprendeu a confiar no JN pela presença dele, como será quando esse rosto não estiver mais lá? Bonner não leva consigo uma parte da credibilidade conquistada nesses 29 anos?

A Globo preparou a transição com cuidado. Desde 2020, já se falava em um plano de sucessão. A editora-chefe será Cristiana Sousa Cruz, parceira de longa data, e a emissora aposta na continuidade da fórmula que sempre deu certo. Mas a pergunta que fica é: continuidade basta? O público quer estabilidade ou vai sentir falta da figura que se tornou sinônimo de Jornal Nacional?

Bonner, por sua vez, não ficará no limbo. Em 2026, estreia no Globo Repórter ao lado de Sandra Annenberg, em uma fase com mais liberdade, menos pressão e espaço para a vida pessoal. Mas será que o telespectador não vai seguir o jornalista? Será que parte da audiência do JN não vai migrar junto, curiosa para ver Bonner em um novo formato?

O fato é que o Jornal Nacional está prestes a viver um de seus maiores testes de sobrevivência. A saída de Bonner não é só a troca de um âncora — é o fim de uma era. A Globo pode até se orgulhar da estrutura que construiu, mas a pergunta que ecoa é simples: depois de novembro, quando a vinheta tocar, o público ainda vai sentir que está diante do mesmo JN? 
 
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