Ensaio aponta falhas de integração e resultado confirma  a leitura do produtor  

Noite de Clássicos no Estrela da Casa foi aquele combo: nostalgia, técnica e ego sambando no limite. Na segunda-feira (22), o programa homenageou grandes encontros da MPB e botou a galera para atravessar gerações no gogó. Teve Tribalistas, Milton Nascimento, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo no cardápio. Resultado: palco quente, ranking afiado e bastidores fervendo como chaleira esquecida no fogo.

O destaque da noite veio de Juceir Jr e Hanii com “Nada Será Como Antes”. Afinação firme, dinâmica limpa e química sem esforço. O público comprou a entrega: média 9,35, prêmio de 5 mil reais para cada um e um carimbo indireto de “dupla a ser temida”. Quando encaixa desse jeito, não tem plateia que resista.

Do outro lado do placar, o trio Bea, Biahh Cavalcante e Camille Vitória encarou “Velha Infância” e tropeçou. No ensaio, Alexandre Castilho já tinha cantado a pedra: faltava integração, não de coreografia, mas de energia. Em palco, isso apareceu. Entradas tímidas, blend de vozes irregular e pouca conversa musical entre elas. Ficaram por último no ranking dos Clássicos, e aí o clima azedou rapidinho.

Pós-show, Bea e Biahh trocaram farpas rápidas no CT. A leitura da Biahh foi pragmática: em competição, alguém perde para outro ganhar. Bea carimbou que a colega estava sendo injusta. Traduzindo: divergência de estratégia com embalagem de “não me incomoda, mas me incomoda”. É o clássico clássico do reality: performance termina, narrativa começa.

O repertório do episódio foi dividido em quatro frentes: “Admirável Gado Novo” (Zé Ramalho), “Dia Branco” (Geraldo Azevedo), “Velha Infância” (Tribalistas) e “Nada Será Como Antes” (Beto Guedes e Milton Nascimento). Para fechar, todos juntos em “Maria, Maria”, aquela que exige pulmão, intenção e respeito à mística da canção. Nem todo mundo alcançou esse triplo salto, mas quem chegou perto, brilhou.

Tecnicamente, a votação em tempo real deixou claro que a plateia está sensível a arranjo inteligente e conexão entre intérpretes. Quando um puxa e o outro responde, a média sobe. Quando cada um canta sua própria versão dentro da mesma música, o público sente o desencaixe e a régua cai. Simples. Cruel. Televisivo.

Entre uma treta e outra, rolou cuidado com a mente e o corpo. À tarde, os participantes tiveram sessão com Juma Lima, Master Coach de Low Pressure Fitness, aprendendo respiração e alongamento para segurar a ansiedade. Útil, porque se a mão treme no microfone, a nota escapa e a internet não perdoa. Resumo da ópera: quem alinhou técnica, parceria e presença levou. Quem confundiu trio com três solos simultâneos, pagou em pontos e em paz de camarim.


 
 
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