Foto: Reprodução
Youtuber revela rotina com carro blindado e segurança após expor influenciadores e cobrar mudanças na internet  

Felipe Bressanim, mais conhecido como Felca, decidiu enfrentar de frente dois temas que considera urgentes: a “adultização” de crianças e adolescentes na internet e a publicidade de casas de apostas online. Em entrevista ao PodDelas na última quinta-feira (7), ele revelou que passou a andar de carro blindado e com segurança particular devido às ameaças recebidas após suas denúncias.

O vídeo “Adultização”, com mais de 50 minutos e já ultrapassando 27 milhões de visualizações, expõe o influenciador Hytalo Santos, acusado de criar conteúdos sexualizando menores. A produção traz ainda a fala de uma psicóloga sobre os perigos dessa exposição e como ela alimenta redes de pedófilos. Hytalo, investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde 2024, teve sua conta no Instagram desativada após a repercussão.

“Adultização” é o termo usado para definir quando crianças ou adolescentes são expostos a comportamentos, responsabilidades e conteúdos típicos do mundo adulto antes de estarem preparados. Essa antecipação pode causar ansiedade, depressão, dificuldades de relacionamento e prejudicar a criatividade. Quando envolve sexualização, o impacto é ainda mais grave, com perda de inocência e traumas duradouros.

Embora não haja uma lei específica com esse nome, o Brasil já conta com proteção jurídica no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Código Penal. Produção e divulgação de pornografia infantil, estupro de vulnerável e exploração sexual de menores são crimes com penas que podem chegar a 15 anos de prisão. Além disso, tramita o PL 4416/24, que busca criminalizar explicitamente a erotização infantojuvenil nas redes sociais.

Felca afirmou que, mesmo ciente dos riscos, não poderia ficar em silêncio. “Se ninguém fala, ninguém vai falar e eu não aguento. Então vamos lá, vou assumir essa desgraça”, disse. Além da questão da adultização, ele também recebeu ameaças ao criticar influenciadores que promovem casas de apostas, afirmando que eles lucram com as perdas de seus seguidores. Ele mesmo recusou propostas desse tipo e orientou o público a não cair nesse tipo de publicidade.

Sua postura reacendeu o debate sobre o papel de criadores de conteúdo na proteção de menores e na responsabilidade ética online. A repercussão de suas denúncias não apenas trouxe investigações, mas mostrou que, além das leis, a pressão social e a exposição pública também podem gerar mudanças concretas.



Fonte/Reprodução/Imagens/Vídeos
Créditos: Internet