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Foto: Reprodução/Instagram |
Um momento ao vivo no programa Fofocalizando, do SBT, gerou repercussão nas redes sociais. Durante uma entrevista com a advogada Márcia Passalini, que representa Rayane Figliuzi (namorada de Belo), a profissional usou o termo “denegrir” para se referir à forma como a cliente estava sendo tratada por seu ex-marido. A fala foi imediatamente interrompida por Cariúcha, que fez uma correção direta e educativa: “Doutora, desculpa por interromper, mas a gente não usa mais essa palavra denegrir. Essa palavra é muito racista. Peço que a senhora não utilize mais essa palavra, por gentileza”.
A atitude de Cariúcha foi elogiada por grande parte do público, especialmente por trazer à tona uma discussão importante: o uso de termos de conotação racista no vocabulário cotidiano. A própria apresentadora Gaby Cabrini também se posicionou, sugerindo à advogada que trocasse o termo por “difamar”. Embora pareça inofensiva à primeira vista, a palavra “denegrir” carrega um peso histórico que precisa ser entendido.
Etimologicamente, o termo vem do latim denigrare, que significa “tornar escuro”. De acordo com o dicionário Michaelis, um dos significados é justamente esse: “ficar ou fazer ficar escuro”. Mas o problema não está aí. O uso mais comum da palavra é no sentido figurado, como “manchar a reputação”, criando uma associação negativa direta entre o que é “escuro” ou “negro” e algo ruim. E é justamente essa associação que reforça estereótipos racistas enraizados na cultura brasileira.
A Defensoria Pública da União (DPU) já se manifestou diversas vezes sobre expressões como essa, explicando que muitas delas são reflexos de um longo período de escravidão no Brasil. Frases como “serviço de preto” ou “inveja branca” também perpetuam ideias racistas mesmo quando usadas sem intenção ofensiva. O alerta de Cariúcha, feito com respeito e clareza, é um passo importante para promover mudanças na forma como nos comunicamos — e mostra que linguagem também é uma forma de resistência.
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Foto: Reprodução/Redes Sociais |