Apresentadora defende cautela e afirma que emissora não
combina com programas religiosos fixos 

Silvia Abravanel resolveu bater de frente com a tendência que começa a ganhar força dentro do SBT e não poupou sinceridade ao dizer que vender horários para programas de pastores pode ser um verdadeiro “tiro no pé”. A apresentadora do Sábado Animado destacou que seu pai, Silvio Santos, sempre rejeitou propostas de líderes evangélicos interessados em comprar espaço na grade. “O dono da emissora era judeu. Ele nunca quis”, pontuou, em entrevista ao podcast de Antonio Tabet.

Durante o papo, Silvia lembrou que o SBT, ao lado da Globo, resistiu por décadas à invasão de cultos religiosos na programação. Para ela, esse era um posicionamento que respeitava a pluralidade do público. Apesar de reconhecer que hoje parte da família tem outra visão, ela deixou claro que não se sente confortável com a ideia de transformar a emissora em palanque evangélico. “De repente pode abrir um espaço ou outro, como aconteceu no final do ano, mas inflar demais não agrada a todos”, disse.

A apresentadora explicou que não se trata de rejeitar a fé, mas de respeitar a memória do pai e manter o DNA da emissora. “Quando você começa a colocar coisas que eram convergentes ao pensamento que ele não tinha, pode afastar o público mais antigo, que é fiel ao SBT há muito tempo”, avaliou. Para Silvia, é uma questão delicada, já que a emissora sempre teve um perfil popular, mas nunca se alinhou institucionalmente a nenhuma religião.

Tabet insistiu na pergunta se ela seria a favor de programas fixos de igrejas na grade. Silvia foi taxativa: “Acho muito bonito, mas pontuais. Não acho que cabe ter um programa evangélico no SBT”. Ela reforçou que, no Brasil de hoje, há “um milhão de religiões” e que o público não é homogêneo. Na visão dela, emissoras segmentadas já suprem esse espaço e o SBT perderia identidade se apostasse nisso como estratégia.

Questionada sobre sua própria relação com a espiritualidade, Silvia contou que acredita muito em Deus, mas que não segue nenhuma religião específica. “Ele é meu melhor amigo”, declarou, sem esconder a emoção. A fala contrastou com a frieza dos números de audiência que muitas vezes pautam essas decisões, mostrando que, para ela, manter o legado também passa por ter coerência com a história da empresa.

Mesmo com o Bom Dia Esperança já no ar, programa aprovado por Daniela Beyruti que traz mensagens diárias de Deive Leonardo, Silvia deixou claro que prefere cautela. Entre a fé e o ibope, ela parece não ter dúvida de que é preciso preservar o equilíbrio. E se depender da filha de Silvio Santos, o SBT vai seguir sendo uma vitrine de entretenimento plural — sem virar templo eletrônico. 
 
Fonte: noticiasdatv
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