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José Eduardo Bernardes


Bela Gil, Leandro Karnal e internautas condenam
ataque à fé e à memória da artista  

A morte de Preta Gil, no dia 20 de julho, deixou o Brasil em luto — mas a paz nem chegou a durar. Durante uma missa no último domingo (27), o padre Danilo César, da Paróquia de Areial, na Paraíba, resolveu usar o púlpito não para consolar fiéis, mas para atacar diretamente as crenças da família Gil. Com uma fala que muitos consideraram cruel e intolerante, o sacerdote questionou os orixás por “não terem ressuscitado Preta Gil” e insinuou que a morte da artista seria prova da fraqueza dessas entidades.

A declaração, além de desrespeitosa, foi registrada em vídeo e viralizou nas redes sociais, causando profunda revolta. A repercussão foi tamanha que até a Polícia Civil da Paraíba entrou no caso, instaurando um inquérito para investigar o padre por racismo religioso. A fala também gerou repúdio da Diocese de Campina Grande, que se posicionou publicamente prometendo apuração, mas ainda tentou suavizar o impacto da polêmica dizendo que o sacerdote prestará esclarecimentos.

Quem também não ficou calada foi Bela Gil, irmã de Preta e apresentadora do GNT. Em seu Instagram, ela compartilhou uma publicação de Leandro Karnal e chamou o padre de “desrespeitoso”. Karnal, por sua vez, não mediu palavras: ironizou a lógica do padre, perguntando quantos católicos, papas e religiosos já ressuscitaram com orações. E foi além: “De acordo com Mateus 25, esse padre é sério candidato à condenação eterna por ser cruel e preconceituoso”. O recado foi direto — e inflamado.

O que era pra ser uma missa comum virou palco de intolerância, e o Brasil, mais uma vez, viu o racismo religioso escancarado em praça pública — ou melhor, no altar. Questionar a dor de uma família, zombar de sua fé e ainda atrelar a morte de uma pessoa querida à ineficiência de crenças de matriz africana é mais do que desrespeito: é perversidade. E não é exagero dizer que o padre jogou gasolina em um incêndio que a sociedade brasileira já vem tentando apagar há anos.

Enquanto o caso segue sob investigação, fica o alerta: não se pode usar a fé para atacar a fé do outro. E neste caso, quem zombou da morte de Preta Gil pode acabar tendo que prestar contas à Justiça — divina e terrena. 
 

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