BBB25 E O LAGO DOS CISNES
Por: Mariasun Montañés / Shadowtweetando
Muito tem se especulado sobre a edição do BBB25 e seus participantes. Grande parte do público afirma que os bbbnianos foram mal selecionados e transformaram o reality em uma colônia de férias enfadonha, apesar dos esforços hercúleos da direção para entregar entretenimento.
Não compactuo com a opinião da maioria. Há participantes interessantes na casa mais vigiada do país.
Por que então a sensação de que eles não rendem? De que estão lá a passeio? Não pegam nem no tranco?
A meu ver o maior problema está na forma como eles entraram na disputa: em duplas. Mãe e filho (Vilma e Diogo), pai e filha (Edilberto e Raissa), marido e mulher (Marcelo e Arleane), genro e sogra (Guilherme e Joselma), irmãs com 16 anos de diferença (Gracyanne e Giovanna), gêmeos idênticos (João Gabriel e João Pedro); irmãs melhores amigas (Thamiris e Camila); amigas bailarinas inseparáveis (Renata e Eva), amigos de sexos diferentes (Aline e Vinícius), amigos unidos pela natação (Maike e Gabriel), atriz global e o arquiteto (Vitória e Mateus), irmãos atletas olímpicos (Diego e Danielle).
Por óbvio, que para conseguir esse perfil de duplas diverso e diferenciado e conciliar, num mesmo casal, sintonia e vontade de estar no programa, entrega, motivação, determinação, desempenho... seria uma missão desafiadora para a direção do programa. Como mostrou ser.
Entrar na casa acompanhado de alguém com quem se tem laços afetivos, gera -naturalmente- uma sensação de acomodação e conforto, notada pelo público e entendida como um mau elenco. No entanto, mais do que uma má seleção dos participantes, há a questão em poder contar de antemão com uma companhia fiel, que torna o confinamento mais fácil.
Ao ter um familiar ou um amigo ao lado, a tendência é que um veja o outro como seu alicerce, seu porto seguro. A necessidade de interação, entrega, confiança, simpatia, até mesmo, rivalidade com os demais participantes, não é um obstáculo que desestabilize, porque há um laço construído com a sua dupla para o qual tudo converge. O stress, a pressão do isolamento, a superação dos conflitos, acabam sendo amenizados com a presença do seu parça, irmão, filho. Aliás, os gêmeos já verbalizaram mais de uma vez, que ali eles só contam um com o outro.
Por outro lado, isso pode ser uma cilada para quem está a fim de jogo. Aquele que aceita o desafio e quer jogar, pode sentir-se travado por sua dupla, que não está na mesma vibe e não tem a mesma visão e estratégias, intensidade e energia para lançar-se, brincar, dispor e embaralhar as peças no tabuleiro. O Edilberto, por exemplo, tinha potencial para ter ido mais longe, não fosse a filha. O Guilherme já deu sinais de que poderia render mais, não estivesse ancorado na Dª. Joselma, que se perde pela língua. O rapaz tem uma capacidade camaleônica nata de transmutar conforme a direção dos ventos e, talvez, até aqui, tenha sido o mais estrategista dentre todos; não à toa, no último Sincerão” ganhou o “resta um”, sendo premiado com o áudio enviado por sua mulher.
Após a eliminação do Diogo, Dª. Vilma apareceu, cresceu e se revelou, dando vida a uma participante muito interessante, que estava contida e represada. Diga-se, uma grata surpresa quando se pensa no etarismo social. Ela comprova que para viver e ser feliz, basta preservar o espírito jovem. É baladeira e se entrega a um arrasta-pé com vontade. Aceita todos os desafios sem reclamar, tendo melhor desempenho em provas até que os atletas olímpicos da casa, medalhistas, que colocaram a ginástica artística do país em outro patamar (estes, a propósito, a surpresa melancólica do game). As falas de Dª. Vilma são cirúrgicas e contundentes. Não faz média com ninguém, porque aprendeu os ensinamentos que a vida lhe deu. E, ainda, a bichinha tem sorte. Já ganhou mais prêmios e dinheiro que o destinado ao segundo colocado. Barbaridade!
Entretanto, outros sem o seu par tiveram dificuldade em encontrar-se. Com a saída do Gabriel, Maike ficou por um tempo feito biruta de aeroporto, dividido entre os grupos. Até que se encontrou na boa energia e leveza do Fantástico.
Vitória, por seu lado, desde que pisou na casa, tenta manter viva a persona da mocinha das seis: ingênua, fofa, engraçada, pura e do bem. Para isso, tanto fez a presença ou não do Mateus. Sua existência dependia do suporte e palco dado pelos seus contrários: Camila, Thamiris e, depois, Aline. Assim é que o enredo de “era uma vez uma jovem que -em meio aos desafios- encontrou amizades inesperadas”, roteirizado de bandeja pelas irmãs, travestidas de irmãs da Cinderela, se foi juntamente com elas. Não, ela não se deixou iludir pelas “meninas malvadas”; sabia muito bem com quem estava lidando e convivendo, até por força de suas vivências na profissão. Não por acaso, aproximou-se de outra “menina malvada”, Aline, o que não lhe rendeu o mesmo destaque. Compreensível. A mais nova amiga, sempre quis brilhar mais do que ela e do que qualquer outro.
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Por sua vez, Gracyanne -ao perder a Giovanna mais as duas irmãs de alcova e diante dos incômodos fuxicos do seu Fifi,- optou por encolher e isolar-se cada vez mais, na clara tentativa de comover e preservar sua imagem pública. Foi, quiçá, a participante mais ardilosa e com maior capacidade de persuasão no jogo interno.
O último a perder seu par foi o Vinícius. Isso não o afetará. É um jogador frio e calculista, tal qual era sua parceira, só que mais sorrateiro, dissimulado e menos histriônico que ela. Por isso mesmo, mais perigoso.
Neste ponto, impossível não mencionar outra dupla: seu Fifi e o público. Que parceria da peste! Quando parecia que mais nada seria capaz de surpreender, eis que surge a vitrine do seu Fifi com a participação especial do público. Icônico! Por sinal, estratégia ousada e arriscada: tirar alguém do confinamento para receber uma tempestade de informações externas, feita de sol, vento, chuva, raios e trovões... foi jogar com a credibilidade, o imprevisível e o imponderável. Audácia e coragem definem. E eis que, contrariando as previsões mais pessimistas, o resultado foi fantástico! Veio na forma de ouro dourado, dando nova dinâmica ao jogo.
A escolha da Renata mostrou-se acertada. Qualquer outro dos que estavam na casa, pelo que se conhece deles em termos de vaidade, egocentrismo, não exposição, vacilos, medos, inseguranças, não teria tido o mesmo filtro e controle que a bela bailarina teve. Se a dinâmica foi bem-sucedida, deve-se muito a ela também.
Foi interessante ver o seu retorno em meio à incredulidade, inveja e assombro dos demais. Não foi egoísta. Nada omitiu. Com discernimento e inteligência, soube transportar a todos para a vitrine do seu Fifi, comunicando de forma direta e contundente as impressões do púbico quanto à edição e aos participantes. E, ainda, teve o cuidado de passar recados mais delicados -em separado- aos seus destinatários. Fez o que prometeu ao público que faria. Quem não ouviu ou não quis ouvir, perdeu. Quem não assimilou as informações, não irá até o final.
E, voltando a falar em duplas... Renata precisou separar-se de sua dupla por um dia, para transformar-se.
Enquanto alguns queimavam os neurônios sobre a votação que a escolheu e não a eles, ela se transformava diante de todos, naquilo que sempre foi e já representou com graça na ponta dos pés: um cisne. Elegante. Leve. Bela. Segura. Confiante. Unida pela amizade verdadeira a Eva, esse, o seu melhor enredo.
Para firmar-se no jogo, não precisou pisar na garganta de ninguém a troco de nada ou alimentar-se de carniça em busca de protagonismo. Afinal, um cisne nunca será visto ou confundido com um abutre. Ele reina no meio do lago por aquilo que é... um cisne.
E assim, continua performando em sua dança ao lado da amiga, também, uma bela e graciosa cisne, agasalhada pela mãe cisne, sob a proteção e admiração de um ganso, cercada por dois marrecos confusos, desconfiados e trapalhões.
Mariasun Montañés / Shadowtweetando
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