Quando o Fanatismo das Torcidas Mata o Jogo e Enterra a Competição
O resultado da décima roça de "A Fazenda 16", nesta quinta-feira, 28 de novembro, já parece certo, e não é surpresa que a previsibilidade tenha sido uma constante nesta edição. Embora algumas surpresas possam surgir, a maioria das eliminações tem sido previsível. A questão que me intriga é: quando o programa de TV deixou de ser apenas entretenimento e se tornou um campo de fanatismo de torcidas?
No Brasil, os reality shows são uma verdadeira mania nacional, mas, nos últimos anos, vimos um crescimento perigoso das torcidas fanáticas, que defendem seus favoritos com uma paixão cega. Esse fanatismo distorce o propósito do programa, que deveria ser sobre o jogo e não sobre idolatrar um participante como se fosse infalível.
Na roça atual, temos dois competidores fortes e um participante que é visto como "planta" (Juninho Bill). Porém, a eliminação de Fernando não se deve apenas às suas falas problemáticas, mas porque ele incomoda as torcidas, especialmente a de quem é considerado "protagonista". O jogo, que deveria se basear em mérito, acaba sendo influenciado por preferências pessoais das torcidas. Já vimos isso em roças passadas, como com Suelem, Gizelly e Zé Love, que foram eliminados não por seu desempenho, mas porque desafiaram as figuras favoritas.
Fernando, embora polêmico, cumpre um papel essencial no programa: o de antagonista. Toda história precisa de um vilão para que o enredo se desenvolva, e a eliminação dele, nesse sentido, representa não um castigo, mas uma forma de libertação para ele e para o público. O problema real é que, quando as eliminações são guiadas pela paixão das torcidas e não pelo jogo, o reality perde sua essência e se torna previsível e sem graça.
Em última análise, o castigo não é para o participante, mas para o público, que acaba assistindo a um programa onde a competição verdadeira fica em segundo plano. Torcer é saudável, mas precisamos lembrar que o objetivo é acompanhar uma disputa, não um jogo onde as torcidas ditam as regras.
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