13 novembro 2019

MasterChef - A Revanche | Fabio Nunes, por Lédson Guimarães


Texto recebido em 13/11/2019

Sete cozinheiros restantes na competição e, dentre eles, apenas uma mulher. O episódio desta semana chegou logo nos apontando esse detalhe posto à mesa como presságio. Tanto se fala na pressão da cozinha do MasterChef que é interessante pensar no cenário envolvendo Katleen: enfrentar desafios culinários com tempo reduzido parece ser sufocante, somando-se a isso a sensação de estar sozinha num grupo masculino e as cobranças externas e internas que isso pode acarretar, uma vez que a cozinha sempre foi vista como “lugar de mulher”.

Para a felicidade geral, é verdade que o quadro tem mudado bastante na era dos realities gastronômicos. A cozinha tornou-se ambiente compartilhado, trouxe maior liberdade às mulheres mais avessas ao fogo enquanto aproximou os homens com talento para as panelas sem ambos correrem o risco de virarem chacota. Por toda mudança, Katleen pode administrar melhor a autoconfiança e encarar mano a mano o que vier. Não importa que as duas últimas eliminações tenham sido femininas.

Chegou a hora da provação, número ímpar de cozinheiros vem resultando em provas individuais e foi o que aconteceu. Uma cloche causou o pânico na primeira prova e exigiu que nossos participantes trabalhassem com o pesadelo da confeitaria. A sobremesa da vez era uma terrine de chocolate de quatro camadas contendo, obrigatoriamente, chocolates da Cacau Show e um banho de brilho na camada externa, a chamada glaçagem. Os competidores nos deram condensada 1h30min de agonia diante de tanto desastre estrutural – com direito a Fernando Kawasaki sofrendo para desenformar uma camada que, por fim, nem era a dele. 

Ana Paula Padrão repetiu durante o episódio que as receitas são testadas várias vezes para garantir que a realização é possível num tempo curto de prova. Dito isso, os jurados foram muito complacentes apesar dos resultados assustadores. O sabor manda. A técnica também. Isso fez toda a diferença para que, finalmente, ninguém tomasse uma baita bronca como já estamos acostumados a assistir. Após inéditos dez minutos de tomada de decisão dos jurados, as poucas terrines firmes brindaram Bourguignon e os Fernandos com o mezanino. Cavinato não continha a alegria de vencer sua primeira prova individual. Mas foi o considerado chef em pâtisserie, Estefano, quem angariou os maiores elogios pelo melhor prato da noite.

Sobrou para Thiago, Katleen e Fábio disputarem a última vaga no mezanino por meio de uma Prova de Pressão. A culinária asiática entrava em cena com a produção de guiozas, prato chinês popular no Japão que consiste numa massa cozida no vapor ou frita envolvendo recheio de carne moída ou legumes. Além disso, era obrigatório aderir as guiozas a uma tuile, literalmente uma telha de massa crocante. Aqui, o desgaste emocional já estampava nitidamente o rosto de Fábio e abatia Katleen. Do contrário, Major exalava plena tranquilidade. 

Os resultados não foram diferentes e imprimiram toda essa transparência. Foram apenas trinta minutos de prova, onde os três participantes já começaram errando, quando deveriam selar os recheios ainda crus em vez de cozinhá-los primeiro. Fábio se enrolou nos preparos e piorou sua situação caindo na besteira de abafar com um papel o vapor necessário para o cozimento das guiozas. Elas ficaram cruas. Katleen queimou parte da tuile. Thiago entregou uma apresentação perfeita e escapou do duelo.

A Prova de Eliminação não saiu da Ásia e exigiu de Katleen e Fábio uma releitura da marmita tradicional do Japão, o bentô, contendo arroz, carne de porco, tempurá e conserva de legumes. A dupla trabalhou arduamente por 1h30min, tendo ainda de tomar cuidado com a escolha da louça para apresentar a receita de forma elegante. A concentração de ambos era tamanha que precisaram de ajuda para perceber a ajuda dos chefs e, assim, trocassem as louças escolhidas por outras...

O resultado da prova foi satisfatório, o gaúcho e a mineira conseguiram reproduzir a receita e agradar o paladar dos chefs, dando a eles outra difícil decisão a ser tomada, a forma de embate que gostaríamos de acompanhar com frequência. Jacquin informou que ninguém cozinhou mal, porém um alcançou a complexidade da culinária asiática e arrebatou o paladar dos jurados, e, por muito pouco, o bentô de Katleen sobressaiu-se ao do cansado Fábio e o eliminou da Revanche.

Conhecemos um Fábio Nunes muito mais seguro na terceira temporada do MasterChef Brasil, não à toa, sua mania de dizer que faria o prato “perfeito” tornou a palavra um bordão interno para os cozinheiros e jurados. Dessa vez, testemunhamos a pressão da cozinha e da competição abater o forte concorrente. É uma pena, mas era dia de Katleen brilhar. 



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