Texto recebido em 23/10/2019
2019, certamente, permeará as grandes memórias na vida do mineiro Helton. Aliás, também, os 19 de sua idade que, circulam sem parar pelas bocas, carregam consigo a imaturidade e o despreparo. Fato é que Helton não se deteve (nem se detém) diante das críticas negativas, mas possui autoconfiança o bastante para assegurar as positivas e utilizá-las como combustível. Ainda resguardado de certa modéstia foi como pôde dar a cara a tapa e enfrentar, em menos de um ano, os altos e baixos de toda a pressão de duas temporadas do MasterChef Brasil e três eliminações. Se o talento é discutível, a coragem é inegável!
Não serei de todo imparcial, A Revanche trouxe muitos dos rostos mais saudosos para quem acompanhou todas as temporadas e isso mexe com afeição; fora que o episódio marcou o início da dinâmica do Mata-Mata: apenas dois cozinheiros se enfrentarão em cada Prova de Eliminação. Ou seja, foi difícil para o telespectador aqui assistir à equipe favorita perder de lavada e, logo em seguida, ver um dos seus participantes preferidos disputar a permanência contra o um de seus maiores preteridos.
Tudo começou a bordo do maior navio da nossa Marinha, o Porta-Helicópteros Multipropósito Atlântico. Ana Paula Padrão recebeu os dez já-não-amadores classificados para mais uma, segundo a mesma, “maior prova em equipes do MasterChef Brasil”. A missão era servir a 150 marinheiros uma entrada guarnecida de peixe litorâneo brasileiro e (para desespero geral e eterno) uma sobremesa, dentro de generosas 2h30min.
Nosso prodígio nos lembrou que suas eliminações decorreram das derrotas de provas em equipes. Um presságio já estava em curso; independente de suas ações. A formação dos times é um momento oportuno para fazer escolhas e traçar destinos. E quem disse que deu tempo? Padrão deu rara liberdade para os cozinheiros formarem parceria todos de uma vez e, por falta de agilidade e de sorte mesmo, a contragosto, Helton foi puxado/selecionado por Bourguignon para fechar com Fabio-Perfeito e os Fernandos no time vermelho – supersticiosos contam a lenda da Maldição da Equipe Vermelha... Bom, a sorte estava lançada. Fechou o grupo, fechou também a premonição.
Na prática, o que se viu foi um grupo vermelho trabalhando a nível profissional de mestrados na Le Cordon Bleu de Paris. Objetividade, foco, organização, tranquilidade, harmonia (apesar de Helton)... Estava tudo lá. O nível amador residia na Equipe Amarela, capitaneada pelo Major Thiago. Houve troca de receita por três vezes devido à escassez de ingredientes, de auxílio e por rodízio de praças. Tudo desandava, Sabrina estava à beira de um surto. Os jurados notavam ao longe a disparidade entre ordem e caos dos dois times e o resultado aparentou o mais óbvio possível.
Mas... MasterChef é MasterChef, todos sabem(os) que reviravoltas mirabolantes saem daqueles caldeirões. Principalmente quando o paladar provém de um júri que não preza por toda a finesse gastronômica. O resultado foi um baque esmagador contra todas as apostas e a acuidade empregada na cozinha pela Equipe Vermelha, que recebeu apenas 23/150 votos dos marinheiros. Maiores explicações e ajustes foram dados nos estúdios, às vésperas da Prova de Eliminação.
Os chefs tinham a opinião de que textura e sabor não eram unanimidade, realmente era impreciso apontar um vencedor, no entanto, era nítido o desempenho excepcional dos integrantes da Equipe Vermelha – convém recordar que Helton apresentou traços de sua teimosia novamente durante a prova. Os demais foram só elogios. Por toda a conduta maestral, o capitão Fernando Kawasaki foi salvo da Prova de Eliminação. Um braço-direito forte pode manter o bom curso do navio, assim, o mezanino também recebeu a graça do Fernando Cavinato. Mas esse bote dos sobreviventes tinha lugar para mais um, infelizmente não deu para Vitor Bourguignon, Fabio foi o contemplado.
À deriva, literalmente, Bourguignon e Helton duelariam pela tábua da salvação num mar tenebroso. Ana Paula assustou a todos, de verdade, quando, na presença de um gigantesco cone apinhado de guloseima, anunciou o nada inédito bordão “a prova mais difícil até aqui”. O susto foi amenizado, os cozinheiros deveriam construir uma torre de Croquembouche (sobremesa comumente servida em batismos e casamentos na França e na Itália) miniatura de apenas 40cm de altura, em 2h30min. Aqui, Helton já demonstrava a insegurança diante de uma receita que somente provara (e várias vezes, da muy amiga Haila). O mezanino foi um farol e tanto! Tsunami de ajuda para o nosso talentoso rapaz. Bourguignon, solitário na vastidão, conhecia a receita das carolinas porém encontrou dificuldades.
Ambos os competidores tinham noção da pouca guarnição obtida, por conta do número limitado e reduzido de ovos para as receitas, e optaram por rejeitar o molde cônico oferecido pela produção do programa, partindo para a construção da torre sem qualquer apoio adicional. Visualmente, Helton fez um trabalho louvável, a estrutura oca permitiu melhor acabamento e a forma cônica reconhecível. A torre de Bourguignon, com pilhas maciças desalinhadas de carolinas fixadas pelo próprio caramelo pincelando entorno, assemelhou-se a uma pirâmide. Todavia, os chefs consideraram as tentativas válidas como torres.
Ainda no quesito apresentação, Bourguignon conseguiu envolver o cone com bastantes fios de caramelo, requisito da prova. Helton apenas pontuou com alguns fios. Fora isso, utilizou o melado somente para fixar os croquembouches, quando deveria também utilizar o insumo como cobertura.
Nunca é de mais lembrar que o que mais importa é o sabor. Bourguignon poderia levar a culpa se algum jurado quebrasse um dente, pois a massa de seu Croquembouche foi além do crocante. No entanto, os chefs avaliaram o prato como saboroso, assim como o caramelo, e o recheio estava de bom tamanho. Não foi o caso do menino Helton, Jacquin teve uma mão ruim e pegou na “sorte” croquembouches ocos, só com um cheiro de recheio. Apesar disso, balanceando os deslizes e acertos dos nossos candidatos, a maré não parecia favorável ao Bourguignon, mas, rastejando, o paranaense chegou à praia. Helton afundou.
Comentários13
Helton sempre foi um menino queridinho, com torcida e tudo.
ResponderExcluirMas sempre foi arrogante demais e se achava a última bolacha do pacote.
Acho que não tinha necessidade de chamá-lo para essa Revanche já que todos sabiam de sua infantilidade.
Mas a torcida...
Saiu na hora certa, na 1ª eliminação da nova fase.
Lédson, mais um texto primoroso.
Bjs
Que alívio saber que temos o mesmo ponto de vista! Não estou sozinho.
ExcluirE pensar que a Raquel ou Juliana Nicoli poderia estar no lugar dele... Ao menos gostei de saber que um dos meus favoritos está na final, infelizmente, com alguém que não curto.
Muito obrigado, Ester.
Bjs!
Poxa... Pois é, fica sem graça mesmo. Tanta gente trabalhando na produção, esses anos todos, não é possível que não pensem numa estratégia que impossibilite esses vazamentos. Melhor até seria acabarem com essas provas em equipe para convidados anônimos.
ResponderExcluirAffe guriaaaaaa
ResponderExcluircomo é q tu faz um coisa dessas de jogar um spoiler aqui???
Apaga aí Votalhada puta sacanagem ela mandar essa bola fora...Qual a graça de estragar o programa dos outros???
O que houve?
ExcluirJá teve uma prova dessas de fazer Croquembouche em outra edição. Até no da Austrália já teve. Esse povo deveria estudar um pouco em casa pra fazer ao menos uma prova decente e não passar vergonha. Ficou horrível os dois e como torço pro Victor B. adorei q ele ficou, mas q tava feio tava. Helton e Haila acabaram de sair, pra q voltar tão cedo? Dois chatos e imaturos competindo com gente muito mais capacitada.
ResponderExcluirNão tinha ninguém melhorzinho pra trazer não?
Ficaram terríveis mesmo, a torre do Vitor pior ainda. Mas que bom que ele ficou. O Helton disse que foi sua última participação no MasterChef; torçamos!
ExcluirMas, dados os detalhes do vazamento foi alguém de dentro, né?
ResponderExcluirCom ctz foi, o difícil vai ser descobrir qm
ResponderExcluirAdorei a saida de Helton. Nao deveria nem ter entrado.
ResponderExcluirConcordo. Ocupou a vaga de qualquer outro melhor.
ExcluirNgm da ultima temporada deveria ter entrado.
ExcluirPenso q foi por falta de opção mesmo, eu estava falando com o Victor Hugo do MasterChef 5 e ele disse q muita gente foi convidada mas não aceitou participar. Nem tudo é como gente vê né, bastidores deve ser tenso.
Tem isso também. Além de que muitos devem estar dedicados a algum trabalho.
ExcluirATENÇÃO:
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