Texto recebido em 05/08/2019

Chegamos ao Top 5 da sexta temporada do MasterChef Brasil para amadores. Haila, Eduardo Richard, Lorena, Rodrigo e Juliana Nicoli passaram por altos e baixos na competição, entre desempenhos ascendentes, decadentes ou oscilantes.

Haila ascendeu. Sua trajetória foi marcada por tirar os jurados do sério, principalmente Paola Carosella, durante cerca de dois terços do programa, por apresentar-se imatura e estabanada. As duras críticas negativas não abalaram o entusiasmo persistente da jovem, que sonha trabalhar com confeitaria. A força de vontade transformou broncas em apelos construtivos e... Quase deu certo. Haila ainda carece de muitos estudos, técnicas e controle emocional para chegar ao nível profissional.

Eduardo Richard e Rodrigo descreveram uma linha oscilante, muito embora exista um abismo entre o nível técnico de ambos. Eduardo sempre trabalhou sob o domínio do medo, da insegurança e com pouco conhecimento quando comparado aos grandes adversários. Alguns de seus pratos receberam críticas pesadas de tão horrendos. Rodrigo comia pelas beiradas e foi conquistando seu espaço entre os destaques positivos até provar que merece estar no Top 3. A calma, conhecimentos e ousadia rendem espaço para pratos, no mínimo, medianos.

Lorena e Juliana fazem parte da linha decadente com um porém: elas são acima da média. O declive na trajetória competitiva da dupla é ocasional mas, a qualidade está lá, no modo de preparo confiante de quem administra a própria cozinha diariamente. Acredito que Lorena está no topo da pirâmide, a fase inicial da enfermeira no programa foi apenas elogios. O desgaste da saudade da filha pequena somou-se aos diversos fatores de pressão na cozinha e o cozinhar desandou levemente. 

Juliana, também advinda da Enfermagem, teve desempenho inicial oscilante e decaiu suavemente. Ai de mim se disser isso em outras redes, mas, algumas derrotas da moça podem ter tido um empurrãozinho do rival Helton, quando o estudante, privilegiado com a vantagem por ter feito o melhor prato, selecionava os piores ingredientes para a colega se virar para entregar um prato tragável. Fora isso, a paulista cozinha serena como Rodrigo, com a diferença de algumas vitórias a mais (individuais e como capitã) na conta.

O episódio desse domingo teve a participação garantida por temporada de Alexandre Costa, fundador da Cacau Show. Chocolate é tudo de bom, exceto na cozinha do MasterChef, onde os cozinheiros temem a confeitaria. E por que não amedrontar os amadores com outro de seus terrores? A Caixa Misteriosa! Dessa vez, toda feita de chocolate. A delícia escondia frutas, vinho, chocolates da Cacau Show e a nova sensação suíça, o chocolate Ruby, de pigmentação natural rosa proveniente das sementes, de mesma cor, de uma variação de cacau.

Em apenas uma hora os competidores deveriam entregar uma receita doce ou salgada com o protagonista da noite. Tempo curto, ninguém acreditou que alguém arriscaria fazer um prato salgado com chocolate a essa altura do campeonato. Como Lorena não atreveria usar coentro aqui... E não usou. Mas Rodrigo é cabra macho e deu a cara a tapa. E doeu, deu ruim a carne de avestruz com o Ruby. Lorena e Haila também foram criticadas por seus pratos medianos. Os destaques positivos da prova foram Juliana, com um ravióli recheado com Ruby, e Eduardo, com uma tímida tartelete desconstruída. O curitibano, finalmente, se destacou positivamente e reinou sozinho no mezanino, lembrando da ausência de torcida e de ajudas dos coleguinhas para sua pessoa na semana passada.

A Prova de Eliminação veio sedenta para matar violentamente todo o sabor doce da Caixa Misteriosa. Se era sal que o Rodrigo queria, tome bacalhau. Novamente, nossos candidatos às quartas de final improvisaram uma receita para apenas uma hora de prova, com a vantagem de trabalhar com o peixe já dessalinizado - não o bastante. A tensão pairou sobre a cozinha e por muito pouco Haila não deixa de entregar o prato.

O risco de ir embora do MasterChef pesou para os quatro cozinheiros, Jacquin negou-se a parabenizar um deles que fosse. No entanto, Rodrigo venceu, com o bacalhau no vapor com tomate confit e purê de inhame, por pensar fora da caixa e por acertar o ponto do alimento. Sem delongas, Lorena também pôde subir para o mezanino e deixou para trás as concorrentes à última vaga. 

Juliana cometeu um erro crasso, digna da repreensão proferida por Jacquin. É que a paulista ignorou na cara dura os sobreavisos do chef a respeito de temperar o bacalhau com sal. O resultado era óbvio e parecia não haver saída para tamanha petulância tola. Ao menos, talento Juliana parece ter e conseguiu provar isso com todo o conjunto restante de sua obra gastronômica.

Haila, por sua vez, cometeu uma série de erros que, juntos, soaram mais graves aos critérios dos três jurados. O bacalhau gratinado foi apresentado de maneira grotesca, com um caldo no fundo do prato, que a cozinheira não sabia dizer de onde viera, e os demais ingredientes estavam fora do ponto ideal. Pior que isso foi ver Rodrigo e Lorena sorrindo diante das críticas negativas recebidas pela colega.

Com a eliminação de Haila, Eduardo está jogado às feras, deslocado e sem o auxílio de uma prova em dupla. Ou acerta nas escolhas de seus pratos ou conta com a sorte do mau desempenho de um adversário para chegar à final.