Texto recebido em 22/07/2019
Semana passada, comentei a ocorrência de uma série de bons cozinheiros deixando o avental nessa reta final do MasterChef Brasil. No último episódio a sequência não foi quebrada e Ecatharine foi a vítima da vez. Não que a baiana fosse dos melhores candidatos à vitória, mas certamente demonstrou ter cacife para não ser lembrada como qualquer mediana, pois cresceu levemente nas avaliações dos pratos e apresentou autonomia considerável para um amador.
Quando falo em autonomia na cozinha é exatamente sobre o fato de se ter conhecimento suficiente para dominar alimentos e receitas desconhecidos com o auxílio das técnicas aprendidas e um certo feeling adquirido através da prática e da astúcia de valer-se dos sentidos e da memória para identificar diferentes texturas e sabores, o que implica calma e atenção, dispensando ao máximo a xícara de açúcar do vizinho. Tudo isso pudemos observar na conduta da eliminada.
No episódio morno desse domingo, essa observação ficou evidente durante as duas provas, que foram individuais e muito intuitivas. Ficou claro quem sabe e quem não sabe cozinhar e a sobrevivência na competição parece ser pura sorte de estar com o psicológico equilibrado para se manter acima de quem ainda tem muito a aprender. A avaliação dos jurados no MasterChef não leva em conta o histórico de desempenho. Um mísero escorregão e a sorte de qualquer oponente menos assertivo dá a ele a oportunidade para ser o melhor do dia.
Ainda, os laços afetivos e a generosidade esportiva facilitam os caminhos para essa oportunidade alheia. Vez ou outra, todos os participantes serão vistos solicitando aos colegas uma dica de preparo ou um ingrediente que esquecera de pegar no mercado (ou faltante para um plano B). Os solícitos menos competitivos ajudarão. Helton, Haila e Eduardo Richard pertencem à categoria do vizinho que precisa com frequência de uma xícara de açúcar, Rodrigo, Lorena, Juliana e Ecatharine são aqueles que emprestam.
Todavia, enquanto Eduardo e Helton não arredam mais o pé das provas eliminatórias, a amiga Haila tem conquistado os frutos de muito esforço, depois de muito puxão de orelha. A primeira prova da noite homenageou a culinária alemã, uma gastronomia familiar porém pouco reconhecida por nós brasileiros. Depois de uma apresentação de quatro tipos da cerveja nacional Eisenbahn, por Juliano Mendes (um dos fundadores da marca), os competidores tinham uma hora para preparar uma receita que levasse dois ingredientes remetentes às notas aromáticas das bebidas.
A distribuição dos pares de condimentos foi feita por Helton, vencedor da última prova. O estudante deixou em casa toda a bagagem do seu famoso talento e deu início a uma sucessão de erros grotescos daquele dia. A intenção do garoto era ajudar os amigos Haila, Eduardo e Lorena – e prejudicar Juliana, sempre. Deu a si mesmo e à Haila o coentro e maçã verde e viria tão cedo a arrepender-se da escolha! E, sim, deixou a “amiga” do coentro sem coentro, mas é óbvio que a enfermeira pegaria a preciosidade no mercado. E lá no mercado, Helton e Haila mostraram o desconhecimento com a folhinha, precisando que a especialista Lorena indicasse qual era o coentro entre as hortaliças...
No tablado dos apresentadores, Ana Paula Padrão notou a insistência de Helton, nas provas, em escolher os mesmos ingredientes para si e para Haila. Seria uma competição? Uma maneira sutil de tentar provar ser melhor que ela? Jacquin apostou em paixão. Ainda dentro do tema “insistência” couberam Lorena e o coentro, mas Paola não se incomodou muito com a dupla, pois garantiu que a folhagem passaria longe da prova seguinte.
Os resultados da culinária alemã foram surpreendentes para os jurados, os cozinheiros trabalharam com certa tranquilidade e entregaram pratos satisfatórios, com exceção de Eduardo, que fez uma apresentação feia e endívias amargas, cruas e sem tempero, e Helton, sem dúvidas com uma das composições mais amadoras e horríveis de todos os MasterChefs ao redor do mundo. As duas uvas decorativas dispostas ao lado do entulho de comida foram duramente zoadas por Jacquin. Fogaça se recusou a comê-las. A bronca de Paola foi referente à insistência do menino em nomear os alimentos por qualquer coisa, como “creme branco” e “massa crocante”. Insistência e vergonha foi a real dupla selecionada por Helton para aquele episódio, e por que não em dose dupla? Essa foi a primeira parte.
Os pratos de destaque foram de Haila e Lorena, que resolveram as pendengas do episódio anterior com muito amor no mezanino que foi só delas. Lorena fez o melhor prato e deve ser a capitã de um time na última prova em equipes, na próxima semana.
A Prova de Eliminação era outra homenagem, agora para Paola Carosella. O desafio era a réplica de um almoço de domingo da família da chef, um ravióli de espinafre ao molho de tomate. Carosella explicou o passo a passo sem preparar toda a receita. As dificuldades aumentaram para Eduardo e Helton, que, punidos pelos piores pratos, não puderam provar do almoço pronto. A complexidade de processos exigidos afetou a memória recente dos cozinheiros e prejudicou o desempenho dos mesmos.
Paola deu um último aviso importante, de que o molho responsável pela suculência do frango necessita de 1h30m de cozimento, ou seja, deveria ser o primeiro a ser manejado. Ninguém captou a mensagem. Certamente a grande falha da eliminada. Lorena e os apresentadores apostavam no sucesso de Ecatharine, pois a dançarina era destaque positivo em provas de réplica. Infelizmente, o fato não se repetiu. Ecatharine teve muito trabalho com o molho, precisou mudá-lo de panela umas três vezes para não deixar que queimasse. Por fim, sua permanência no MasterChef foi disputada ao lado de Juliana, esta estremecida por lembranças da avó, relembradas fortemente pelo caráter afetivo da receita de Carosella.
O melhor prato da noite teve um amargor no molho criticado pelos chefs mas garantiu a Rodrigo a provável segunda vaga de capitão da próxima prova. E acompanhamos a segunda parte da bronca de Helton por decorrência de repetição de erros. O mineiro apresentou uma salada murcha e depositou a culpa no refrigerador. Escapou por pouco da eliminação e ouviu esporro ainda quando subiu para o mezanino. Helton e Eduardo Richard precisam urgentemente se reinventar como Haila tem conseguido fazer para continuar no programa.
Quem deveria ter saído era a Juliana, o prato dela foi mais criticado que o da cath porém, Juliana x Helton é mais interessante. Acho bem ridículo uma mulher madura se trocar com um menino que tem idade pra ser seu filho. Ele é deslumbrado por ser jovem e cozinhar bem e parece que ela tem ciúmes. Ela acha que pode escolher ou influenciar que escolham as piores coisas pra ele e não quer o troco. Quanto a ecatharine, foi bem em algumas provas, outras não, se livrou de provas de eliminação por estar na equipe vencedora da prova em grupo. Infelizmente perdeu a disputa por conta das lágrimas derramadas pela adversária
ResponderExcluirEssa eh a pior temporada do Masterchef ,os participantes sao muito fracos ,mesmo sendo amadores nunca teve um grupo tao ruim ,inclusive no quesito carisma ,temporada fraca em todos os aspectos!
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