O Aprendiz | Taty Ferreira demitida, por Lédson Guimarães

Texto recebido em 18/06/2019

O Aprendiz se aproxima de sua semifinal neste décimo terceiro episódio com apenas cinco candidatos ao prêmio de R$ 1.000.000,00 e uma equipe Hashtag à beira da falência. Era o último suspiro para Taty e Gaspa trazerem de volta aquela sorte que o acompanhava e garantirem, ao menos, um embate de equipes em número equiparável de componentes (dispensando o remanejamento) no penúltimo episódio.

O anúncio da tarefa, realizado por Roberto Justus através de uma videoconferência com as duas equipes, deu o start no conceito da divulgação da vez, a internet 4.5G da Vivo, promovida como sendo dez vezes mais veloz que a 4G. A edição do programa não deixou isso tão claro, afinal. Ou fez o que pôde para mascarar incongruências da operadora/patrocinadora.

A prova em si também não estava à altura da reta final. A proposta soou melhor que a execução. As equipes sairiam às ruas de São Paulo para uma caça ao tesouro fracionada em três etapas, cada qual lançando uma meta a ser cumprida para a liberação da próxima etapa e a conquista de uma de três sequências de três números misteriosos. Em consoante ao serviço da Vivo a tarefa requisitava rapidez e qualidade dos candidatos. O pior desempenho sofreria uma penalidade de tempo no resultado.

Na primeira etapa, os aprendizes deveriam reunir 45 pessoas dispostas a tirar e postar uma selfie diante de um totem da Vivo, fazendo uso da hashtag da equipe. Feito isso, Justus entra em contato, libera os primeiros três números e indica novo local e o segundo objetivo: encontrar 10 clientes Vivo para gravar stories abordando a velocidade do 4.5G. Outro trio de números, novo local, última etapa: um integrante da equipe deve protagonizar um vídeo com a temática “Quais as 10 coisas que você faria se a sua internet fosse 10x mais rápida?”

Como visto em muitas outras provas, algumas localidades selecionadas para as equipes realizarem as tarefas destoavam demasiadamente em quantidade de transeuntes. Somando o fato ao número também desigual de integrantes de um grupo para o outro, não parece muito justo contar com a união de sorte, estratégia e habilidade da equipe menor para vencer a maior. Mas o apresentador garantiu que ambas se saíram bem nos dois primeiros desafios, havendo inclusive um empate, apesar de um vídeo ter ficado consideravelmente superior ao outro.

Ainda segundo Justus, o desempate foi gritante. Realmente, pudemos conferir a rapidez que Nathan levou para desvendar o mistério dos nove números: o contato do celular-fantasia de Roberto Justus para a ocasião. Tudo bem que o tempo de prova e as dicas permitissem às mentes mais tranquilas matar a charada antes mesmo da última etapa. Entretanto, a diferença de um minuto para vinte e dois é mesmo ultrajante. Vitória, terceira seguida, da Share, que foi curtir compras, jantar italiano e um show de Paul McCartney como recompensa.

O clima, dali em diante, foi de desolação para Taty Ferreira e Gabriel Gasparini. Ambos criaram laços muito fortes e afirmam ter o perfil muito semelhante. A dupla fez um bom currículo na competição, Taty sempre Hashtag, foi líder três vezes, teve uma vitória e foi poupada da segunda parte da reunião pelos líderes Sandra e Gaspa, que não tinham o que queixar do desempenho da colega. Gaspa possui uma passagem mais brilhante, também veio da Hashtag, foi requisitado para a Share e, novamente, para a equipe original; participou das três primeiras vitórias, sofreu a primeira baixa na Share e fez uma carreira de seis vitórias consecutivas até retornar para a Hashtag como líder numa sequência de derrotas.

A primeira parte da Sala de Reunião explicitou a comunhão e a paridade dos concorrentes. Justus e seus conselheiros teceram as duras críticas necessárias ao trabalho medroso das duas potências e não encontravam a indicação para a demissão. O medo de agir nas provas estava embasado, com justificativa plausível, na reunião da tarefa anterior, quando a Hashtag fora aconselhada abrir mão da criatividade em favor do tempo. Atrasar se tornou inadmissível e mexeu com a cabeça dos aprendizes ao ponto de elevarem a magnitudes caminhos/lógicas que na verdade são simples, como foi o caso das sequências numéricas da prova.

Gaspa e Taty prezaram por não colocar à mesa quaisquer defeitos um do outro, se restringiram a enaltecer as próprias qualidades capazes de levá-los adiante no programa. Justus recorreu aos conselheiros e, como sempre, Viviane demonstra a paixão que tem pelo formato do reality e por seu cargo através das críticas, questionamentos e posicionamento cirúrgicos (dá pra sentir o orgulho em Roberto Justus). 

E, dessa vez, Zé Marques concordou com Vivi: Taty e Gaspa têm espírito comunicativo que deveria contrastar com a boa organização, mas ambos possuem as duas coisas. São perfis raros. O diferencial reside nas oscilações de rendimento quando da necessidade de remanejamento de pessoal. Taty sentiu o baque da mudança de Gaspa de equipe, enquanto ele manteve-se firme onde quer que transitasse. Para reforçar a tese, Vivi notou a constante participação de Gaspa como braço direito dos líderes, um traço forte da proatividade do jovem.

Tais considerações foram fundamentais para, acrescidas de novos olhares de Justus, adquiridos através de pequenos exercícios feitos com os candidatos durante a segunda parte da reunião, o apresentador decidir, com muito pesar, por demitir Taty Ferreira.

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