Texto recebido em 25/06/2019

“O Aprendiz” começou, está de volta! Não. Infelizmente, todo o clima saudoso dos tempos da Rede Record foram condensados somente nos primeiros minutos da longa Sala de Reunião da semifinal. Vejamos os caminhos que levaram nossos quatro concorrentes a resgatarem o temido Roberto Justus de outrora.

Após a demissão de Taty a equipe Hashtag faliu novamente e precisou de reforço. Gaspa teve a oportunidade de escolher seu parceiro para a última prova em equipes e optou por Nathan. Certamente que a decisão acendeu muitas reflexões nos sofás do país. O que pudemos apreender desde a estreia do programa é que Erasmo e, principalmente, Gabi apresentaram maiores esforços e versatilidade nas tarefas. Seriam as escolhas óbvias.

Fato é que não sabemos de tudo o que rola nos bastidores, como os recorrentes e denunciados pactos entre participantes; qual o verdadeiro nível de afinidade e fidelidade ou rixa entre eles... Gaspa pode ter sido estrategista optando por quem poderia ser eliminado ou pode apenas ter dito a verdade mesmo. Não estiquei o assunto à toa, no fim da Sala de Reunião, o próprio apresentador alegou que seria adepto da tática de votar para manter na disputa um adversário considerado fraco para facilitar a chance de vitória para si mesmo. Não seria, segundo ele, atitude condenável dentro da competição empresarial ou do programa.

Voltando à tarefa, novamente a operadora Vivo queria promover a tecnologia 4.5G, agora através de uma ação de merchandising teoricamente realizada ao vivo durante o programa de Cátia Fonseca, o “Melhor da Tarde”. O merchan de um minuto de duração deveria apresentar a marca, o serviço e as vantagens. A verba foi baixa, R$ 1.000,00, mas os aprendizes complementaram os custos dos materiais produzidos com permutas. As duas duplas trabalharam tranquilamente; elaboraram roteiros, storyboards para a confecção de um vídeo e se empenharam para decorar as falas. Tudo levava a crer que o embate seria majestoso e digno de semifinal. 

O resultado é dado no Sheraton. A Sala de Reunião começa com os sorrisos no rostos. Justus entra na onda. Mas, para tirar onda. Nunca mais havíamos assistido a uma bronca daquelas vinda dele. Quando o empresário desembucha, nos mostra como somos leigos e não notamos a quantidade absurda de falhas nas apresentações das duas equipes. A vergonha dos candidatos foi carimbada pelo desapontamento, também, do diretor de marketing móvel da Vivo, que esperava criatividade na apresentação e o toque pessoal do universo dos influenciadores. No entanto, o material seguiu cartilhas tradicionais e houve sugestões sutis de que a tecnologia atual empregada pela empresa é problemática e que os clientes passem menos tempo na internet, justo a maior fonte de lucros.

Já é de praxe Justus dizer que não faz ideia de quem demitir e que, para tal, precisará da ajuda dos conselheiros e dos próprios participantes. É perceptível a carência de dinâmicas criativas que sejam instigantes e empolgantes para os aprendizes. O resultado dessa falha da equipe de produção pode influir na pobreza de critérios para a análise do apresentador, gerando os impasses. 

Por outro lado, os conselheiros cumprem a função de sempre terem uma decisão, nem que ela seja alterada posteriormente. Vivi e Zé concordaram que Nana (eu não consigo ler com a última sílaba sendo a tônica, aposto que o Justus também se treme de agonia, pois falta o acento) é o participante com menor energia, o que mais demorou a crescer na competição. Vivi lembrou da liderança de Nathan, em vez de liderar ele foi liderado, não se impõe. Portanto, apesar da unanimidade dos votos dos candidatos pela demissão de Erasmo, Justus viu coerência nas opiniões dos conselheiros e demitiu Nathan.

O episódio emocionou com tristes relatos pessoais de Nathan, com o choro de felicidade do trio finalista e trouxe ainda a surpresa de uma recompensa merecida – uma viagem para a Jamaica - antes da grande final.