Texto recebido em 24/06/2019

O décimo terceiro episódio do MasterChef Brasil 2019 preparou o caminho para o top dos cozinheiros amadores. Felizmente, os chefs têm recebido maior quantidade de bons pratos, provando que a cozinha do show é um laboratório eficaz. E nós telespectadores sofremos e vibramos com as dinâmicas proporcionadas. O episódio foi de roer as unhas.

A disputa teve início com uma prova individual na qual os participantes precisavam mostrar que sabem cozinhar sem a cotidiana proteína. Em 1h30min, deveriam entregar um prato protagonizado por um grão escolhido por Helton. Os milhares (ou milhões) de fãs do garoto ganharam, a partir daí, um aperitivo da guerra infinita entre ele e Juliana, é lógico que a moça receberia o grão mais difícil de ser trabalhado. Mas a graça recaiu também para os fãs da administradora hospitalar e para os haters do mineirinho, pois ele não soube escolher um bom grão para a própria receita.

A prova correu tranquilamente, sem qualquer motivo para preocupação, ninguém ousou arriscar demais... Ou melhor, Helton tentou. Todos sabiam que não utilizariam proteínas, Helton pretendeu reproduzir um cassoulet, que leva o insumo. Para completar o risco, preparou um snack com o feijão branco, batata e abacaxi. Não teve harmonia, desagradou o paladar dos chefs e garantiu vaga na prova eliminatória.

Os destaques positivos foram Eduardo Mauad, Ecatharine, muito elogiada com a rara exceção de um prato onde “mais é mais”, e Rodrigo, muito elogiado por seu tempero sutil e trabalho refinado. O moço fez a melhor receita e vacilou na pose de durão, uma lágrima invisível de felicidade surgiu rapidamente entre o sorriso de alegria que não conseguiu conter dessa vez.

Falta um destaque negativo, não é mesmo? Sinceramente, não poderia ter sido melhor, nessa ocasião. Juliana foi duramente criticada por errar tudo na receita da soja entregada por Helton. Os chefs não sabiam definir se o prato era doce ou salgado, não viram sentido no avocado com mel e sentiram falta de sal e mais temperos na soja. Acredito que muitos haters de Juliana aplaudiram temerosos, porque algo não estava certo na derrota dos dois maiores concorrentes dessa competição.

A certeza veio! E veio com gosto para provocar as torcidas enlouquecidas. A Prova de Eliminação trouxe uma das receitas mais deliciosas, geralmente, preparadas nos domingos em família, a italiana lasanha. Para complicar o que parecia estar fácil demais, a dinâmica era matadora: o preparo seria feito em duplas. Os 60 minutos correntes para a confecção das lasanhas seriam divididos em tempos de dez minutos para o revezamento entre os membros de cada dupla. Enquanto um botava a mão na massa o outro ficaria a distância apenas observando. Ou sofrendo.

Calma, que tá pouco! Aliás, “calma” foi a palavra de ordem do episódio, repetida “trocentas” vezes dos trabalhadores para os aflitos/observadores da prova em questão. Uma regra da temporada para não esquecer: toda a vez que Rodrigo tiver feito o melhor prato e subido para o mezanino é hora de rezar e manter a calma para não se perder, porque problemas virão. O moço robótico selecionou as duplas, foi até misericordioso e atendeu às súplicas  de Weverton para cozinhar com Fernando – Weverton estava convicto da vitória. Haila pôde ficar feliz com o parceiro Eduardo Richard. Janaína e Lorena é que não ficaram satisfeitas, as duas têm estilos culinários muito diferentes. Agora o melhor momento (da temporada?): a punição para os piores destaques era o trabalho forçado em dupla. Juliana e Helton juntos e shallow now ! Aguenta esse feat.

Jacquin falou com a maior segurança do mundo que Lorena e Janaína seriam a dupla mais harmoniosa. Foi nada! Sorte que havia o limite de distância entre as duas, porque o duelo de estilos também limitou-se ao campo verbal. E foi tudo reverso nessa prova. Haila e Eduardo trabalharam melhor que o esperado, Ju e Helton também. Já Fernando e Weverton não foram felizes no resultado, serviram a lasanha com a salada no mesmo prato. O calor na salada murcha incomodou Jacquin, além de que cenoura não combina com lasanha. Pior dupla, eliminação para um dos dois. Os melhores foram justamente os quase-amigos Juliana e Helton. O prodígio até brincou que quer a colega no seu time na próxima prova em equipes.

Para decidir o eliminado do dia um duelo culinário dividiria a dupla de amigos. Fernando e Weverton teriam 30 minutos para preparar a sobremesa crepe Suzette. O trabalho foi árduo, ambos nunca reproduziram a receita e recorreram a algumas ajudas da galera do mezanino. Apesar disso, Weverton não ouvia bem as dicas dos amigos. Fernando, mais atento, captou tudo e seguiu os conselhos. Porém a dupla igualou um grave erro: escolheram uma louça retangular para empratar, sem espaço suficiente para a massa repousar sem tocar as bordas do prato. Os chefs não aprovam. Mas Weverton cometeu mais equívocos, a baunilha não perfumou a receita como pretendido, ela empesteou o sabor.

Fernando sentiu-se muito culpado por levar o amigo para a Eliminação quando exagerou na limpeza da bancada no tempo que deveria ser dedicado ao trabalho da massa da lasanha. A dor da despedida foi intensa, mas agora ele figura entre os dez melhores e tem muita capacidade de chegar à final.