Texto recebido em 28/05/2019

“O Aprendiz” vai chegando à sua reta final com sete participantes na disputa até o episódio dessa semana. O afunilamento tem sido difícil, restam excelentes candidatos e alguns medianos que sobrevivem seja por mérito da vitória da equipe seja por falhas pontuais dos mais promissores.

Roberto Justus que o diga, afirmou que provavelmente essa tenha sido a Sala de Reunião mais difícil de ser resolvida. Precisou valer-se de muitos artifícios, com a ajuda de seus dois conselheiros, (a sempre ótima) Viviane e José Roberto, para chegar a uma conclusão.

A tarefa era direcionada ao Banco Santander, um dos patrocinadores do programa. O objetivo era criar e desenvolver um produto financeiro inexistente em um dos três segmentos carentes de maior engajamento (gastronomia, atividade física ou moda) que pudesse ser agregado pelo banco. 

Para isso, as equipes precisariam atrair 20 microempreendedores para uma reunião onde seriam consultados e colhidas as informações essenciais para a elaboração de um produto interessante ao Santander. Além disso, era necessário apresentar o trabalho para os jurados e a vice diretora de RH do banco na grande São Paulo e entregá-los uma lista de potenciais interessados em contratar o novo produto. 

A tarefa era complexa, os aprendizes manifestaram durante o briefing as muitas dúvidas em relação ao que exatamente era considerado como produto financeiro. O líder da Hashtag, Gaspa, ressaltou a maior dificuldade dele e de seus colegas: a falta de conhecimentos técnicos na área. Sua equipe escolheu trabalhar com a gastronomia.

Em suas pesquisas, Gaspa descobriu que muitos microempreendedores possuem vontade e aptidão, no entanto, são bloqueados por barreiras como o medo de arriscar. A proposta do grupo era fornecer meios para que os clientes pudessem deslanchar nos negócios. 

Nathan, líder da Share, tomou nota que o nicho gastronômico é o mais visado nas ações da empresa enquanto a moda é a mais carente de projetos. A equipe sentiu-se mais à vontade com o segundo tema. Erasmo já trabalhou como modelo e pôde contribuir bastante conseguindo suporte nas pesquisas através de seus contatos no ramo. Gabi propôs a criação de uma guia sobre moda no aplicativo do banco e o desenvolvimento de um produto que incluísse diversas soluções para o trabalho dos clientes. 

As execuções das duas equipes aparentaram semelhantes. Mas as disparidades não foram poucas, contudo, distribuídas. Roberto Justus e seus conselheiros tiveram um pouco de trabalho para reconhecerem qual equipe fora mais assertiva.

Viviane se surpreendeu com a organização de uma equipe. Zé Roberto não deixou de notar a proposta de maior abrangência de uma equipe ao passo que a outra atuou sob foco regional. Roberto Justus foi específico e elogiou a apresentação da Hashtag, que exibiu nos slides toda a pesquisa realizada. A Share faltou no embasamento, falou sobre a pesquisa sem apresentá-la nas imagens. Seus slides pobres pareciam amadores.

Quanto ao conteúdo, a equipe Hashtag não inovou, apenas reciclou produtos já existentes na empresa; as pesquisas utilizadas continham dados antigos e o produto ficou restrito ao território da capital paulistana. Roberto Justus considerou que o conteúdo é mais importante que a imagem: vitória da Share! E Gaspa não estava lá dessa vez. 

A recompensa veio na hora certa para o trio e merece ser mencionada. Além de curtirem um musical da Broadway e conhecer seus bastidores os felizardos puderam jantar com os familiares num bom restaurante. Certamente um alívio imenso para suportar o isolamento e um gás para avançarem na competição.

No Edifício Sheraton, Roberto Justus já entrou na Sala de Reunião destacando que não adianta alguém estar bem vestido e apresentado se não possui conteúdo. A equipe Hashtag venceu por criar um produto viável para o banco. Faltou à Share mais visão e uma ótima sacada. 

Os equívocos coletivos do quarteto tomaram curto espaço de tempo na reunião, pois Justus queria logo encontrar o indivíduo menos propenso a prosseguir no programa e tomar a decisão estava praticamente impossível. Mas ele chegou lá através de atalhos, como pedir que PC sentasse em sua cadeira de apresentador e perguntasse algo aos colegas. O resultado foi PC ouvir de Gaspa e Sandra que ele era o mais limitado a uma função e equipe necessita de versatilidade. 

Não fosse o bastante, o próprio PC desconstruiu gradativamente seu potencial diante dos jurados e facilitou a escolha de Justus. O youtuber reconheceu que sua participação no programa sempre esteve restrita à uma só função. Pior ainda, questionado por Viviane o que faria da vida se fosse demitido ele, muito tranquilo, admitiu que voltaria normalmente para casa e seguiria a vida sem muito a lamentar. Gaspa e Sandra, ao contrário, lutaram o tempo todo para mostrar quanto o programa representava uma oportunidade única na vida e que gostariam de ir até o final.

Acredito que Gaspa construiu seu lugar de merecimento no topo, mas a figura que é o PC seria a demissão de maior pesar, como visto através das declarações de Justus, Viviane e mesmo de Zé Roberto, que votou contra o rapaz.