O Aprendiz | Leo Bacci é demitido, por Lédson Guimarães

Texto recebido em 30/04/2019

Sétima tarefa de “O Aprendiz”, terceira derrota seguida da equipe Hashtag, no total de quatro contra três da Share. É interessante, e lastimável, lembrar que por caráter de desmotivação e/ou apatia já foram demitidos: Jessica, Rúbia, Estevam, Júlia, Alice e, agora, Leo Bacci. Apenas Carlos Santana, o mais jovem do elenco, apresentou-se ávido nas provas e disposto a defender a própria permanência no programa na sala de reunião, onde foi demitido sendo líder e quando declarou que, caso tivesse uma nova chance, persistiria na ideia que afundou sua equipe.

Entre os remanescentes ainda há aqueles que, a julgar pelas imagens da edição, parecem estacionados em sua performance inicial, sobrevivem na competição ou através da vitória da equipe à qual pertencem ou, quando da derrota, por proteção ou por rixas alheias de seus achegados. As indicações para a segunda parte da sala de reunião nos fornecem essa triagem, nem sempre justa. 

Montalvão que o diga. Mas o diz sem veemência. Pela primeira vez expôs, serenamente, a indignação por estar presente às portas da demissão, por escolha de seus colegas, todas as vezes, por motivos diversos e até não condizentes com sua postura, visto que de maneira clara colegas com rendimento inferior na tarefa deveriam ser indicados no seu lugar, como deveria Alice, duas derrotas atrás.

O caso de Montalvão não me parece totalmente esclarecido quanto ao material que dispomos para acompanhar sua trajetória. O goiano é pouco quisto pelos colegas, o vemos agindo mais que muitos, tropeça na própria defesa; parece participativo mas, afirmou-se meio desconectado da equipe. O moço é uma montanha-russa. Deixo para discorrer sobre ele no momento mais oportuno, com maior bagagem assertiva.

O episódio da semana trouxe em dose dupla um passe aguardado por mim e, creio, por muitos que assistem ao programa: a liderança de figuras mais tímidas, mais apagadas no jogo. Nathan encarou a responsabilidade do cargo na equipe Share e Leo Bacci na equipe Hashtag. Lembrando que essa última precisou ser reforçada e Leo remanejou PC Siqueira para o seu time.

A tarefa ocorreu nas instalações do IBC (Instituto Brasileiro de Coaching), a escola de Coaching do conselheiro de Justus, José Roberto Marques, e testava as competências empreendedoras dos aprendizes em quatro dinâmicas, aparentemente simples, de pesos diferentes na pontuação. Houve empate de 4x4, resolvido com a torre mais alta de objetos e alimentos construída por cada equipe. A diferença de apenas 6 centímetros levou os Share à terceira vitória consecutiva e às maravilhas de Machu Picchu, no Peru, e os Hashtag à já não tão temível sala de reunião. 

A equipe Hashtag venceu as duas primeiras tarefas do programa, voltou a vencer na quarta, numa lavada que não se pode dizer esmagadora. A guarda baixou, os Share reagiram e vêm apresentando ótimo trabalho em conjunto, funcionando como uma unidade de peças que é o corpo humano. Quando não há essa unidade, há desordem e o corpo padece. Há uma letargia crescente em consoante com a sucessão de derrotas na equipe Hashtag. 

O conselheiro José Roberto apontou o fato trazendo à tona uma solução estratégica para reanimar o grupo chamada de âncora, que, segundo ele, é um estímulo externo (como um movimento ou um som) que dispara sensações fortes e poderosas que alteram a química cerebral e, portanto, a energia. A estratégia pode ser uma meditação e deve ser realizada anteriormente à execução das tarefas. 

A fama e o sucesso garantidos podem ser os grandes responsáveis pelas baixas doses de stamina dos influencers, assim como a certeza de que bons frutos estão a caminho tem travado a entrega de BBBs naquele reality? Parece muito provável. Ninguém quer manchar a própria imagem diante dos seguidores já conquistados e dos que poderiam vir a ser. Raramente temos visto nessa temporada de “O Aprendiz” alguém lutar pela permanência, seja nas tarefas seja na sala de reunião. 

Soma-se isso ao receio, justo, de infringir regras do programa e levar um esporro em rede nacional, fato levantado pelos aprendizes na reunião do episódio da semana passada, e olha que Roberto Justus está um cordeirinho se compararmos com sua postura agressiva nas temporadas anteriores. Os integrantes das equipes simplesmente seguram ao máximo suas defesas, apenas apontam as falhas e fraquezas dos seus colegas e pouco fazem para rebater as injustiças contra si mesmos ou ressaltar os próprios méritos. 

A tarefa não exigia muito da liderança, ademais, Leo deu continuidade à sua compostura “morna” nas duas seções do episódio e foi indicado como melhor opção de demissão pelos dois conselheiros. Roberto Justus também avaliou o histórico dos três concorrentes em xeque (a reclusa Karla, Leo e Montalvão) e viu boas perspectivas em Karla e Montalvão.

Ótimo resultado. Qualquer líder que saísse enxugaria um pouco o time de candidatos sem pique. Porém Leo era o mais apropriado a ser demitido. 

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