O casal Tatí e Nizo se despediu do Power Couple esta semana. Eles, juntamente com os casais Aritana e Paulo, Letícia e Marlon, pertencem a uma geração única e última.

O modelo de casamento que inspiram é o do amor, do respeito mútuo, da compreensão, da sintonia e afinidade, apesar dos dissabores e contrariedades inerentes ao dia-a-dia, até mesmo, num jogo que pressupõe estratégia e competição entre casais.

Eles são fruto do que receberam de seus pais, avós, professores, da convivência com os amigos... Frutos de uma geração embalada pelo rock´roll e que cultiva os valores, a ética, o trabalho, a luta pessoal pelo sucesso, a boa educação, a partilha, o respeito pelo próximo, que ultimamente vêm se perdendo.

Cresceram aprendendo a dar bom dia, a agradecer, a pedir “por favor”, a perdoar, a serem flexíveis e a ter deferência pelos mais velhos. No seu cotidiano e no convívio com outras pessoas sabem ser polidos e separar o “joio do trigo”. Entendem que apesar de não ser possível gostar e ser gostado por todos, afinal os amigos a gente escolhe por afinidade, manter a boa educação, a gentileza e o respeito pelo outro são fundamentais e necessários no relacionamento humano.

Talvez, e em razão disso, se surpreendam e se sintam incomodados quando alguém dividindo a mesma casa passe por eles com “cara de poucos amigos”, sem cumprimentar ou lhes dar um “olá”, ou, tenha a frieza de ficar de costas durante um descontraído churrasco em sinal de desprezo a todos e àquele que toca o violão para animar o ambiente. Mentes tacanhas invejam o talento que não têm e aquilo que não podem dar. Então desdenham. Fato!!!

E ser tacanho não faz parte daquela rica geração, que aprendeu a valorizar o mérito e a lutar para obter o sucesso.

Nizo, por exemplo, cresceu nos bastidores da televisão, acompanhando o pai, inegavelmente um dos grandes e maiores humoristas do país. Desde pequeno desenvolveu o seu talento e a paixão pela arte. Mesmo assim, teve que lutar para conquistar seu espaço e provar em quarenta de anos de carreira que o seu sucesso era/é mérito próprio, não do pai famoso. Ninguém se mantém tanto tempo na televisão, se tiver apenas a fama do outro para se apoiar. Ele, juntamente com a Tatí, sua parceira e mulher, atriz, que também deve ter pelejado para seguir a carreira, não precisaram participar de um BBB ou de esquemas de corrupção para ganhar dinheiro fácil. Não. Tudo o que conquistaram, foi a partir do seu trabalho e do exemplo de vida que receberam.

E... eles estudaram!!! São de uma geração de ouro que soube valorizar os estudos e a boa leitura. Tatí e Nizo são cultos, assim como, Letícia e Marlon, Aritana e Paulo. A forma de se expressarem, de argumentar, o poder de análise, demonstra um didatismo e erudição invejáveis. Ah... como isso incomoda a quem é pobre de espírito, parco de recursos e gosta de se dar bem na vida e de conseguir as coisas sem fazer o menor esforço!!!

Os três casais, aliás, trazem a bravura, o esforço, a cumplicidade e o investimento que um casamento duradouro deve ter; alicerçado no conhecimento mútuo e amor construído ao longo do tempo. Sem isso, ele (o casamento) não sobrevive. Para essa geração única, união não é sinônimo de “ficada” assim como o termo “ficante” não faz parte do seu vocabulário, mas, companheirismo e entrega.

Seu desempenho nas provas, em especial na dos casais, mostra a parceria, sintonia e afinidade que formam a identidade, conexão e compatibilidade de duas pessoas que decidiram caminhar juntas. Quando fazem suas apostas em dinheiro, o fazem analisando a possibilidade de sucesso em determinada prova, a partir do conhecimento que cada um tem do parceiro. Diferente daquele casal que aposta por apostar, na certeza de que o público o salvará desta DR e da próxima e da outra...

Por isso, há aqueles que não sabem o que seja menosprezar e depreciar o outro, como Nadja fazia/faz diante de um passivo D´Black; ou, subjugar, como Anderson faz com a Munik, ao tratar a companheira como alguém que está ali para servi-lo e atender todas suas necessidades; ou, gritar histericamente e se descabelar, como Tati faz com Marcelo quando as coisas não vão bem e ele, submisso e constrangido, ouve calado, até porque - quase sempre - não consegue identificar e acertar as preferências e os gostos de sua mulher. Que casais disfuncionais!!! Vivem em vicioso descompasso!!! Não é a toa que, prova sim e outra também, perdem os desafios, vão para a DR e acabam no perrengue.

Eles são cria de uma geração acomodada, egoísta, fútil, em busca das coisas fáceis e da fama, ainda que passageira. São emblemáticas as cenas deles sentados no sofá, debochando dos demais, criando apelidos pejorativos, enquanto os outros estão na cozinha, trabalhando, preparando o almoço ou a janta que todos irão comer. Nem um obrigado. Nem um elogio à comida que lhes é/era servida. Pelo contrário, sempre encararam isso ou qualquer tentativa de aproximação ou até mesmo um “bom dia” como falsidade. Verdade há quando dizem que somos como um espelho. Vemos refletido no outro aquilo que somos.

Casais como Tatí e Nizo, Aritana e Paulo, Letícia e Marlon, são uma edição limitada. A cada dia há menos casais como eles no mundo. A escolha e a preferência do público sinalizam isso.

O fato de Munik e Anderson, Tati e Marcelo, estarem no topo da preferência popular, diz tudo. Eles são grosseiros, mimados, mal-educados, prepotentes, arrogantes, intratáveis, desconhecem o que seja respeito ao próximo, desfazem do sucesso dos demais, se isolam por opção, não sabem partilhar, e mesmo assim há quem os aplauda. São incapazes até de compartir um café da manhã oferecido a eles e a mais dois casais. Longe das câmeras, Anderson chegou a destratar um motorista da Record, o que ilustra o tratamento dado a quem considera seu subalterno e o desprezo que sente por aqueles a quem julga não estarem à sua altura. O pior é haver quem apóie, desculpe ou amenize tais atitudes atribuindo isso a uma perseguição dos outros, que inexiste. Os perseguidores são eles!!!

“Na alegria e na tristeza até que a morte nos separe". São esses os votos de casamento proferidos pelos casais que prometem uma longa vida a dois. A realidade, porém, é que muitos casamentos chegam ao fim nos primeiros anos ou primeiros conflitos e dificuldades pela falta de tolerância, respeito e de amor ao próximo.

Nesse sentido, Thais e Douglas não deixam de ser uma grata surpresa. Em meio ao mimimi de uma geração mimada, preguiçosa e fútil, feita de relações tóxicas, eles ainda preservam algo da geração de ouro de Letícia e Marlon, Aritana e Paulo, Tatí e Nizo. A leveza, o carinho, a delicadeza, o respeito, a compreensão, a sociabilidade, a afinidade, o lúdico, dos quais as pessoas e os casais estão cada vez mais carentes.


Shadow / Mariasun Montañés
cantinhodashadow.blogspot.com.br
@Shadowtweetando