O que faltou dizer de Paula, por Acioli

Bom, tô aqui por causa da Paula, mas daqui a pouco a gente conversa. 

É que não consigo ficar calada diante dessa final, gente!

Preciso falaaarrr! 🙄

Kaysar x Gleici x Família Lima é para comemorar. Deu tudo certo! O temido paredão entre os três não rolou! Obrigada, Boninho. As torcidas agradecem. Se você interferiu, ou se deixou a sorte rolar sem interferência, o importante é que o resultado não decepcionou. 

Essa final é sem dúvida a mais justa que poderia sair deste elenco. 

Primeiro porque esses brothers foram, por unanimidade, os protagonistas. 

Cada um deles (com exceção de Papito, rs), conquistou uma  apaixonada e por vezes cega, torcida.

Não se pode negar que eles fizeram por merecer. Foram os que mais entregaram o coração ao jogo. Porque este é um jogo que se ganha com o coração, não com a razão. 

Por exemplo, não adianta estudar todos os BBBs passados para imitar performances campeãs, se o que chamar mais a atenção não for um bom coração.  

Não adianta ter uma história de vida triste se não emocionar o público com a sua trajetória lá dentro.

Não adianta precisar muito do prêmio para ajudar a família, se não mostrar para o público que as decisões são tomadas pelo bom coração.

Não adianta ficar fazendo VT ou dando espetáculo, se não se jogar nesse jogo com o coração puro e sincero.

Este ano as teorias da conspiração alcançaram níveis recordes, foram alimentadas por conspiradores profissionais. Afinal, quanto maior a paixão, maior a cegueira e o ódio. 

Lê-se de tudo nas redes, de total fake a multimilionários que não precisam do prêmio, passando por histórias bem mais sofridas que as reais, minimização de fatos, tretas que não foram bem assim, declarações fora de contexto e maledicências criadas pelas fanáticas cabeças adversárias.

Mas RS é, como o próprio nome diz, um espetáculo de realidade, e quem vemos lá dentro, minuto a minuto de 90 dias inteiros, são pessoas reais. Que estão vivendo de verdade, já que ninguém conseguiria atuar ininterruptamente nem se estivesse valendo um Oscar. 

E essas pessoas erram e acertam, lógico! Quem nunca? Mas as torcidas não perdoam, como se elas mesmas não fossem formadas por pessoas! 

Ô, humano, ser maluco que nunca vou entender...

Mas não importa, porque os três concursantes que estão na final, nos mostraram que mesmo errando, é possível acertar, se o coração for o protagonista. 

Pois que vença o coração que tocou mais corações, e que verdadeiramente nos emocionou!

Bom, mas bora falar de Paula? 

Sensata, fria, focada, pragmática, segura. 

Foi o bastante para vencer o jogo? Não. Só confirma o que acabei de dizer. É o coração quem vence esse jogo, e muitas vezes Paula pareceu ter deixado o dela fora da casa. 

Ao mesmo tempo que pareceu ser uma sister legal, do bem, teve atitudes que deram muitas margens a especulações sobre quem era ela de fato. 

Entrou disposta a formar casal, e por mais que seu discurso fosse contrário, sua expressão corporal não deixava nenhuma dúvida, e a maioria dos homens percebeu isso. 

Apesar de passar quase metade do jogo dizendo que não iria ficar com Breno para não trair a amiga, foi exatamente o que fez depois de muito pressionar a amiga apaixonada a lhe dar uma autorização formal. 

Sua determinação em proteger um aliado durava até vislumbrar a possibilidade de alfinetar esse mesmo aliado ao vivo, com tanta lógica que quase fazia parecer um elogio. 

Paula se aliou e manteve alianças por pura necessidade, pois sinceramente, de verdade, nunca confiou em ninguém além dela mesma. Fez o jogo do "eu por mim e cada um por si", mascarado de "estamos juntos até o fim". 

Procurava disfarçar se mostrando preocupada cazamiga, solícita, assumindo a cozinha - dica de ouro pra quem quiser avançar beeem no jogo -  para logo em seguida se trair quando dava em cima do crush da amiga, ou "quebrava as memórias" de um coleguinha com uma satisfação que ninguém mais ousou mostrar, ou quando se disse "brasileira de raiz", como se isso sequer existisse nesse povo miscigenado, e como se fosse requisito básico para vencer. Caso fosse, e existisse, a brasileira de raiz seria Gleici, descendente dos habitantes naturais desta terra, os índios. 

Ou seja, não perdeu a oportunidade, na hora do seu próprio marketing pessoal, em alfinetar Kaysar, assim como já havia alfinetado a Família com a desculpa da vantagem deles em ser dois. Coisa da qual eles não tem a menor culpa, assim como Kaysar não tem de ser sírio e ter sido selecionado para o BBBrasil. 

Seus VTs finais, sempre dando um jeitinho de lançar uma farpa no ar com conotação xenofóbica ou invejosa, foram a pá de cal na sua trajetória bem planejada mas mal executada. 

E o quarto lugar foi o resultado perfeito para a participação calculista que usou razão demais e coração de menos.

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