Da insegurança à vitória: o dia em que Leo brilhou

A grande final do MasterChef Confeitaria, exibida na noite de 11 de novembro, foi tudo o que se esperava — e um pouco mais. “Épica e linda”, como resumiu bem o próprio Ramiro Bertassin, vice-campeão da temporada.

Na linha de frente, dois confeiteiros completamente distintos em estilo e personalidade. De um lado, Leo Salles, o artista da cozinha, que cresceu de forma impressionante ao longo da competição e transformou cada sobremesa em uma forma de expressão. Do outro, Ramiro, veterano com mais de 30 anos de experiência, dono de uma confeitaria clássica e precisa — um verdadeiro mestre da Velha Guarda, que conquistou o público pelo conhecimento e serenidade.

No mezanino, os ex-participantes vibravam a cada movimento dos finalistas, revezando torcida, gritos e conselhos (quase sempre ignorados). O clima era de final de campeonato: tensão, emoção e uma energia que só quem já esteve diante de um cronômetro sabe descrever.

Como manda a tradição, as famílias dos finalistas marcaram presença e trouxeram um toque de afeto à competição. Abraços, lágrimas e olhares de orgulho deram um tom humano a uma noite que prometia ficar para a história.

Mas o momento mais aguardado veio com a entrada triunfal do chef Antonio Bachour, um dos maiores nomes da confeitaria mundial, convidado especial do júri. Sua presença emocionou não apenas os finalistas, mas todos que acompanhavam a temporada. “Com Bachour aqui, tem de impressionar”, disse Ramiro, emocionado.

O desafio final foi à altura da ocasião: criar um menu de três sobremesas autorais que representasse a identidade de cada competidor. Mais do que técnica, o que se pedia era autenticidade — a capacidade de transformar sentimento em sabor.

Leo apostou em um trio que unia contraste, leveza e conceito. Ramiro seguiu a precisão impecável da confeitaria francesa, em uma execução quase coreografada. Cada um, à sua maneira, entregou uma verdadeira aula de confeitaria — equilibrando técnica, sensibilidade e alma. “Não é só sobre ganhar; “É sobre provar — pra mim mesmo — que eu posso transformar o que sinto em sabor.”, disse Leo.

Entre aplausos e emoção, Leo Salles foi anunciado como o grande campeão do MasterChef Confeitaria 2025. O momento coroou não apenas seu talento, mas uma nova fase da confeitaria brasileira — mais plural, mais ousada e, sobretudo, mais humana.

Ramiro, com serenidade e elegância, aceitou o resultado com um sorriso: “Quando o nível é esse, perder é quase uma vitória.” Leo levou o troféu, o prêmio e o reconhecimento merecido. Mas quem acompanhou até o fim sabe: a vitória foi coletiva — um brinde à confeitaria brasileira, que mostrou força, criatividade e respeito.

Mais do que rivais, Leo e Ramiro encerraram a temporada provando que é possível competir com elegância, admirar o talento do outro e seguir acreditando que a doçura — na cozinha e na vida — sempre vence no fim.

Mister Milk - @mistermilk.oficial (Instagram e TikTok)