Foto: Felipeh Campos - Reprodução/Youtube

Jornalista critica oportunismo em postagens após
morte da cantora e cobra empatia
  

A notícia da morte de Preta Gil no último domingo à noite parou o Brasil e gerou uma onda de comoção nas redes sociais. Familiares, amigos e fãs se uniram em homenagens que tentavam traduzir o impacto da perda de uma mulher que representou tantas bandeiras importantes. Mas, como mostrou Felipeh Campos em seu canal no YouTube, nem tudo foi empatia nesse momento de luto coletivo. A repercussão da morte da artista também escancarou como a internet ainda falha ao lidar com dor e respeito.

Durante o vídeo, Felipeh desabafa sobre os ataques que leu nas redes e sobre a tentativa de algumas figuras públicas de transformarem a morte da cantora em palanque. Um dos casos que mais chamou atenção foi o de Antônia Fontenelle, que publicou uma homenagem com a frase "Eu te perdoo", dando a entender que havia mágoas antigas entre as duas. A atitude dividiu opiniões. Para Felipeh, há momentos em que o silêncio fala mais do que qualquer perdão tardio: “Não é sobre ser hipócrita. É sobre ser sensível.”

Felipeh relembrou ainda que já sabia do estado crítico de Preta dias antes da notícia oficial, mas escolheu não divulgar nada por respeito à dor da família. “Não adianta querer o clique a qualquer custo. A Preta já estava em torpor há quase uma semana”, disse. Segundo ele, é preciso ter cuidado com o que se publica, principalmente quando se trata de alguém que sempre foi uma figura pública de enfrentamento, força e voz.

Em um dos trechos mais emocionantes do vídeo, Felipeh comenta uma imagem publicada por Carolina Dieckmann, que segurava a mão de Preta nos últimos momentos. A imagem fala por si: Preta já não reagia. Já estava partindo. Nesse contexto, usar o luto como arma política ou como desculpa para limpar mágoas passadas soa pequeno. "Tem histórias que a gente pode passar batido", disse Felipeh. “Nem tudo precisa ser dito publicamente.”

A trajetória de Preta Gil sempre foi marcada por coragem: uma mulher preta, fora dos padrões estéticos convencionais, que usou sua arte e voz para quebrar tabus e representar milhares de pessoas. Independentemente de posições políticas ou escolhas pessoais, sua importância cultural é inegável. Como bem disse Felipeh, "ela não era a maior cantora, mas era uma personalidade. Uma mulher que venceu todas as barreiras e nunca se escondeu."

No fim das contas, o vídeo de Felipeh Campos é um chamado à consciência. Um pedido para que deixemos as disputas de lado quando o assunto é morte. Ninguém precisa sair aplaudido quando alguém se vai. O que se espera é respeito. Respeito ao legado, à família e à própria história. A Preta já não está aqui para se defender, mas o mínimo que podemos fazer é cuidar da memória que ela deixou. 

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