
O Padre Fábio de Melo usou suas redes sociais nesta semana para fazer um desabafo forte e doloroso sobre os efeitos da polarização e do ódio nas redes sociais. Após se envolver em uma polêmica com um gerente de cafeteria em Santa Catarina — episódio que culminou na demissão do funcionário —, o religioso passou a receber uma onda de ataques na internet e decidiu abrir o coração em um texto publicado no Instagram.
Segundo Fábio de Melo, o ambiente digital tem se tornado cada vez mais cruel. Ele lamentou a forma como críticas, calúnias e discursos de ódio se espalham com facilidade nas redes. "As pessoas querem odiar. A qualquer custo, querem odiar", escreveu. Para ele, essa agressividade não nasce apenas da situação em si, mas de uma frustração acumulada que encontra nas redes um terreno fértil para se manifestar, sobretudo contra figuras públicas.
O padre também criticou a polarização política, que, segundo ele, transforma qualquer posicionamento — ou até mesmo a ausência dele — em motivo de ataque. Ele afirmou que sempre optou por não se alinhar a nenhum extremo, o que acabou fazendo com que fosse atacado por todos os lados. “Os ataques são orquestrados pelos que não ficaram satisfeitos em não nos ter nos palanques de suas predileções”, pontuou. Até postagens afetivas, como homenagens à mãe, vêm sendo alvo de comentários ofensivos.
Para Fábio, as palavras carregam um poder destrutivo. "Elas são a mais perigosa das armas", declarou. Comentários maldosos, além de atingirem a imagem pública de alguém, também machucam emocionalmente. "Ainda que o post seja uma homenagem à minha mãe, lá estão os comentários desqualificando a minha vida, ferindo a minha honra, atentando contra a minha verdade", desabafou.
No trecho final do texto, Fábio de Melo revelou estar esgotado com o cenário tóxico que domina as redes. “Estou a um passo de desistir”, escreveu. Ele classificou o ambiente digital como uma armadilha espiritual: “Você está sob a mira da mais assertiva armadilha que o Diabo criou: o mundo virtual”. A reflexão acende o alerta sobre os impactos emocionais da exposição digital e levanta um questionamento importante sobre os limites do discurso e da empatia na internet.
