A fala, no entanto, foi duramente criticada nas redes sociais. Internautas acusaram Tadeu de minimizar o que viram como um caso claro de assédio, especialmente ao comparar com uma brincadeira entre Vinícius e João Pedro. “Foi um vexame histórico”, disseram alguns usuários, revoltados com o tom adotado pela Globo.
O mais grave é que essa leveza na condução do caso expõe a diferença de tratamento dentro do próprio reality. Maike não entrou por inscrição comum, foi convidado. E isso parece ter pesado na decisão da produção em preservar sua imagem até o fim. A isso se somou o silêncio de Renata, que, mesmo sendo a vítima da importunação, optou por apoiar Maike e evitar qualquer embate direto.
A mesma participante que já se revoltou publicamente contra Vinícius por tê-la chamado de “pomba suja”, calou-se ao ser alvo de toques indesejados e insistentes por parte de Maike. Essa contradição minou a pressão do público e deu à produção o conforto necessário para empurrar o caso para debaixo do tapete.
A narrativa vendida ao público tenta colocar no mesmo patamar um caso de assédio físico com uma brincadeira mútua entre dois colegas de confinamento — também conhecida como broderagem. Essa comparação forçada revoltou quem acompanha o programa com seriedade e trouxe à tona um debate urgente sobre os limites da impunidade em realities.
A situação escancara, mais uma vez, a falência do modelo baseado em voto de torcida. O voto único, quando presente, reflete de forma mais fiel o desejo do público geral. Já os mutirões organizados e distorcidos por fanatismos seguem garantindo favoritismos injustificáveis e distantes da percepção popular.
Enquanto o programa seguir refém de recordes e de torcidas organizadas, a credibilidade vai escorrer pelas mãos. O caso de Maike é apenas o reflexo de uma produção que prefere proteger quem tem boa imagem do que agir com responsabilidade e coerência.
Se o BBB ainda quiser sobreviver, precisa voltar a respeitar o público. E isso começa com atitudes claras, discursos honestos e a coragem de punir de verdade quem ultrapassa os limites.
