Discurso do apresentador revolta espectadores e reforça crise de credibilidade do reality.  

Maike deixou o BBB 25 pela porta da frente, com prêmios no bolso e nenhum tipo de punição mais severa, mesmo após protagonizar um episódio de importunação em rede nacional. O que poderia ser tratado com seriedade virou apenas uma nota de rodapé lida por Tadeu Schmidt, como se se tratasse de um simples mal-entendido.

Durante o programa ao vivo, o apresentador afirmou:
“Maike, você sabe que houve excessos, né? Na hora, a própria Renata te advertiu, a produção também, duas vezes inclusive.”
E seguiu, como se encerrasse o assunto:
“Tem que ficar atento.”

A fala, no entanto, foi duramente criticada nas redes sociais. Internautas acusaram Tadeu de minimizar o que viram como um caso claro de assédio, especialmente ao comparar com uma brincadeira entre Vinícius e João Pedro. “Foi um vexame histórico”, disseram alguns usuários, revoltados com o tom adotado pela Globo.

Comentários indignados tomaram conta das redes:
"Aí depois a TV Globo querer fazer propagandas sobre respeito, igualdade, ou o Falas Femininas... e ao mesmo tempo apoia esse tipo de atitude do Maike. É impressionante a irresponsabilidade!"
"Validou as atitudes do homem porque o casal conversou depois! E assim a violência contra a mulher continua normalizada! Uma vergonha!"
"Realmente foi um constrangimento assistir à edição! Muitas mulheres morrem por dentro com seu psicológico abalado por pedidos de desculpas e logo em seguida são cobradas: 'por que você deixou eu beber tanto?'. Assédio não é normal e não é brincadeira! Infelizmente a torcida dela não viu."

O mais grave é que essa leveza na condução do caso expõe a diferença de tratamento dentro do próprio reality. Maike não entrou por inscrição comum, foi convidado. E isso parece ter pesado na decisão da produção em preservar sua imagem até o fim. A isso se somou o silêncio de Renata, que, mesmo sendo a vítima da importunação, optou por apoiar Maike e evitar qualquer embate direto.

A mesma participante que já se revoltou publicamente contra Vinícius por tê-la chamado de “pomba suja”, calou-se ao ser alvo de toques indesejados e insistentes por parte de Maike. Essa contradição minou a pressão do público e deu à produção o conforto necessário para empurrar o caso para debaixo do tapete.

A narrativa vendida ao público tenta colocar no mesmo patamar um caso de assédio físico com uma brincadeira mútua entre dois colegas de confinamento — também conhecida como broderagem. Essa comparação forçada revoltou quem acompanha o programa com seriedade e trouxe à tona um debate urgente sobre os limites da impunidade em realities.

A situação escancara, mais uma vez, a falência do modelo baseado em voto de torcida. O voto único, quando presente, reflete de forma mais fiel o desejo do público geral. Já os mutirões organizados e distorcidos por fanatismos seguem garantindo favoritismos injustificáveis e distantes da percepção popular.

Enquanto o programa seguir refém de recordes e de torcidas organizadas, a credibilidade vai escorrer pelas mãos. O caso de Maike é apenas o reflexo de uma produção que prefere proteger quem tem boa imagem do que agir com responsabilidade e coerência.

Se o BBB ainda quiser sobreviver, precisa voltar a respeitar o público. E isso começa com atitudes claras, discursos honestos e a coragem de punir de verdade quem ultrapassa os limites.

 

Fonte/Reprodução/Imagens/Vídeos
Créditos: gshow.globo.com/Internet 



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