Por Helder Miranda
Em fevereiro de 2015

Quando entrou para a 13ª edição do reality-show Big Brother Brasil, Ivan Marcondes Antônio surpreendeu quem o conhecia, pois, culto, afirmaram que ele não tinha o perfil de um "big brother". Paulista de Rio Claro, ele trabalhava como professor de inglês, e fez faculdade de Ciências Sociais na Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Araraquara. Fã dos quadrinhos do Super-Homem e da dupla de animação Beavis and Butt-head, ele é desenhista, leitor assíduo e admirador de UFC.

Exibido de 8 de janeiro a 26 de março de 2013, em 78 episódios, o programa, dirigido por Boninho e apresentado pelo jornalista Pedro Bial, sagrou como campeã a mineira Fernanda Keulla, que levou o prêmio de R$ 1,5 milhão sem desconto de impostos, tendo como vice-campeão o gaúcho Nasser Rodrigues, que faturou o prêmio de 150 mil, e a paranaense Andressa Ganacin, em terceiro lugar, com o prêmio de 50 mil reais. 


A 13ª edição do Big Brother Brasil foi a primeira a ser exibida em HD e também o primeiro programa da Rede Globo que foi transmitido em 3D e também com Closed Caption, além de ser a segunda temporada a ser composta por antigos participantes – no total seis, das edições passadas, de um número total de 17: Kléber Bambam (vencedor da 1ª edição que, após ter desistido durante esta segunda participação, foi substituído por Yuri, da 12ª edição) e Dhomini (vencedor da 3ª edição), seguido de Eliéser (10ª edição), Anamara (10ª edição), Fani Pacheco (7ª edição) e Natália (8ª edição). Quando Bambam desistiu do jogo, entrou em seu lugar. 


O reality show perdeu uma das maiores promessas, ao eliminar logo na primeira semana a participante Aline Matos. A declaração "eu acho ridículo", sobre alguma atitude do participante Bambam, é lembrada até hoje e gerou vários memês na internet. Mas deixou no confinamento nosso primeiro ex-Big Brother entrevistado. A favor dele, o frescor de um homem sem estereótipos em meio a corpos bonitos que desfilavam exalando sexo por todos os poros e pretensões artísticas. Ivan não é nada disso e, ao mesmo tempo, é muito mais do que isso. 







Ivan foi sexto eliminado do "Big Brother Brasil", em votação recorde na décima terceira edição: 78 milhões. Saiu com 48%, Elieser Ambrósio ficou em segundo com 44% e Kamilla Salgado registrou 8% dos votos. 

A 13ª edição gerou algumas polêmicas, como a suposta crueldade do participante Dhomini com um cão, que afirmou ter arrancado os dentes do animal com um machado, repercutiu nas redes sociais e gerou indignação. Esta também pode ter sido a edição mais romântica, com o príncipe e a princesa, Fernanda e André, coroando o final feliz desse conto de fadas com o prêmio máximo para ela.


VOTALHADA - É verdade que você falou sobre o Votalhada durante o confinamento?
IVAN MARCONDES -  É possível, mas eu sinceramente não me lembro. Bem provável que eu tenha mencionado com o Nasser, mas eu não lembro do contexto.



VOTALHADA - O Big Brother é um programa que lida com estereótipos. Há os "sarados", os "barraqueiros", Os "coitadinhos"... e você não se encaixou em nenhum desses tipos. Como sobreviveu na casa por tanto tempo?
IVAN MARCONDES - Vencer o primeiro paredão me deu uma certa "moral", então fiquei um tempo sem ser votado por conta disso, creio eu. A gente sobrevive na casa fazendo amizades e alianças com as pessoas com as quais você tem algo em comum, e eu encontrei esses amigos no Nasser e na Andressa. Formar um grupo acaba sendo essencial lá dentro, por questões psicológicas mesmo.



VOTALHADA - Existe algum roteiro, ou vocês realmente vivenciam aquilo tudo espontaneamente?
I.M. - Não há roteiro, nem nenhuma direção no sentido de ordem do que devemos fazer ou dizer.


VOTALHADA - O que é real, e o que é fictício, dentro do maior reality show do país?
I.M. - Tudo é real. Acontece que se você filma 16 pessoas interagindo 24 horas por dia, você tem material pra criar a história que bem entender. Daí a edição cria o enredo que ela achar mais interessante.



VOTALHADA - Achou o resultado do seu programa justo? 
I.M. - Achei muito justo. A Nanda foi a melhor jogadora para dentro e para fora da casa.


VOTALHADA - Você se arrepende de algo que fez durante o confinamento?
I.M. - De ter ficado muito grudado na Andressa. Dentro da casa não parecia, mas vendo de fora foi um pouco demais mesmo.


VOTALHADA -Para você, participar do Big Brother Brasil abriu ou fechou portas?
I.M. - Como eu vim para os Estados Unidos fazer meu curso de desenho seis meses depois do BBB, não tive muita chance de ver o impacto do programa na minha vida profissional. Eu considero que abriu portas porque conheci muita gente interessante e fiz ótimos contatos e grandes amizades por conta da minha participação no programa.



VOTALHADA - Você é professor. Como foi, e é, a reação dos alunos ao verem você entrar em uma sala de aula?
I.M. - Desde que eu saí do BBB eu não lecionei mais, pois dei continuidade ao meu plano de fazer cursos nos Estados Unidos. Mas eu visitei meus antigos alunos e fui muito bem recebido por eles, que se divertiram com minha participação e não deixaram de me admirar. Acho que eu não teria problemas se fosse voltar a lecionar.


VOTALHADA - Como é entrar em um programa de confinamento já comprometido? O relacionamento sobrevive? 
I.M. - O meu antigo relacionamento sobreviveu ao BBB, mas foi por pouco. A minha ex teve muito ciúmes das minhas cenas com a Andressa, o que eu entendo perfeitamente. Mas conversamos e nos acertamos, inclusive passamos um tempo no apartamento do Nasser e da Andressa no Rio e as duas ficaram muito amigas. Acabamos terminando mais tarde por outros fatores, o principal sendo a distância que não estava mais suportável.



VOTALHADA - Na época de sua participação, foi dito que você se apaixonou por outra participante, a Andressa. Isso realmente aconteceu?
I.M. - Não. Nós tínhamos um relacionamento fraternal. Vendo os vídeos hoje, eu posso até entender que dá para interpretar meu carinho por ela de outra forma, mas nunca tive segundas intenções. E a edição pesou a mão nesse ponto.



VOTALHADA - Com quem você mantém amizade até hoje? E com quem você não quer contato de jeito nenhum?
I.M. - Tenho amizade com Nasser e Andressa. De vez em quando, converso com Marien e Marcello. Eu não tenho mágoas de quase ninguém e gostaria de encontrar todos eventualmente para bater um papo, com exceção do Bambam. Eu e o Bambam não temos absolutamente nada a ver.