propaganda enganosa em apostas
Três dos nomes mais populares da internet brasileira estão oficialmente no centro de um escândalo judicial que promete repercutir em toda a indústria digital. Deolane Bezerra, Virgínia Fonseca e Carlinhos Maia se tornaram réus em um processo movido por um homem que alega ter sido levado à falência após perder R$ 560 mil em apostas online, supostamente influenciado pelas propagandas dos três. A ação foi protocolada no dia 9 de julho, em Goiânia.
De acordo com os autos, o autor da ação — que prefere manter sua identidade sob sigilo — afirma ter mergulhado no vício das apostas após acompanhar, por meses, as publicações e vídeos dos influenciadores promovendo plataformas de jogos. Segundo ele, o conteúdo divulgado omitia riscos e alimentava a ilusão de lucros fáceis, o que o levou a apostar compulsivamente. A acusação central é que os réus teriam atuado como “garotos-propaganda disfarçados”, enganando seguidores.
O processo é contundente ao afirmar que os três criaram, de forma indireta e constante, um ambiente favorável ao vício. “Os três atuaram como representantes das plataformas”, afirma o documento. O autor argumenta que, por influenciarem diretamente sua conduta, devem ser responsabilizados da mesma forma que os donos dos sites. A ação mira não apenas a responsabilidade pessoal dos réus, mas também a forma como a publicidade é feita nas redes sociais.
Além dos influenciadores, instituições bancárias também foram citadas no processo. O autor alega que os bancos falharam ao não identificarem movimentações financeiras atípicas em sua conta, mesmo com o volume elevado e repetitivo das apostas. Ele afirma ter sofrido um abalo profundo em sua vida emocional, social e familiar, como consequência direta do endividamento e da compulsão adquirida.