O que faltou dizer de Patrícia, por Luis Lima

Quando vi a cearense Patrícia aparecer no comercial do BBB-18, falando de empoderamento das mulheres, pensei: “Esta é das minhas. Vai acontecer e fazer uma Revolução Feminina no BBB”. Ledo engano.

Patrícia começou bem no BBB, sendo simpática, alegre, brincalhona, falando do filho, sendo sociável com todos etc. Para mim, à primeira vista, seria uma grande concorrente ao prêmio. No entanto, o medo de ir ao paredão a tirou do caminho da serenidade, digamos, de um comportamento mais sincero. Não diria nem ético. Porque ética no BBB, pode ser relativa aos olhos daqui de fora, dependendo da paixonite das torcidas que ora perdoam ora condenam o participante.

Acho que foi na segunda semana que o G-6 se formou, indicando ao paredão Mahmud, no qual este levou 6 votos contra Jaqueline, azarada da garrafinha e Gleisi, esta indicada pelo Líder Lucas. O fato é que a criação deste G-6, um segundo Líder, fez com que certos personagens começassem a decair nas graças do público. As cabeças da Cobra de combinação de votos eram Diego e Ana Paula e o corpo era Patrícia, Viegas, Wagner e Caruso (existe cobra de duas cabeças). Só precisavam de seis votos para pôr o segundo no paredão. É o tipo de jogo perigoso, porque cria antipatia do público, sobretudo, feito de uma forma sórdida, sorrateira e debochante. É crime fazer combinação de votos? Não. Mas há consequências. Tanto que no terceiro paredão a bruxinha foi indicada por 7 votos aleatórios e saiu.  Um golpe no G-6 que virou G-5. Aí choro de Diego e Patrícia (e também de Kaysar apaixonado); e reflexões negativas que não os fizeram pensar em abolir este método de jogar. Após o baque, continuaram com a tática de guerrilha que pega o inimigo desavisado pelas costas.

E foi aí que Patrícia começou a perder o rumo da ética, da sobriedade, da graça quando radicalizou ainda mais a combinação de votos para se salvar do paredão. O medo a destruiu como uma boa jogadora ao prêmio. Não confiou em si mesma e resolveu fazer o jogo para dentro da casa, no cálculo frio e racional, mas ao mesmo tempo ininteligente e amoral, porque, em vez de fazer o jogo para fora da casa, conquistar o público com sua graciosidade, buscou cooptar participantes para se manter na casa, fazendo um jogo meio “sujo”. E para que? Para apenas chegar a final, se chegasse? Ou para chegar a um segundo ou terceiro lugar, se chegasse? Porque este tipo de jogo maquiavélico, frio e calculista, o público não gosta. O público gosta do ser humanizado, do que joga bonito, isto é, eticamente. E não de participante que debocha do adversário pelas costas, fazendo mímicas e chacotas de quem não gosta... Falando mal também pelas costas. Porque uma coisa é criticar o comportamento do adversário. Outra coisa é falar mal dele para o público, para os outros da casa, criando uma indução de voto no coletivo, que é a mesma coisa que destruir a imagem do outro. E era isso que o grupo maquiavélico fazia: criar uma sintonia de voto através da indução velada, da propaganda negativa.

O G-5, sem a bruxinha, conseguiu um feito extraordinário, até por culpa do outro grupo desmobilizado, que não era grupo, ao conseguir pôr no paredão, três adversários: Mahmoud, Gleici e Paula. Votação aberta e burrice de Mahmoud em execução. Alegria de Patrícia e Diego. Pulos na cama, chacota outra vez. Só que não sabiam que era um falso paredão triplo. Gleici escolhida pelo público para o quarto farol. Foi aí que Gleici começou a perceber quem era quem na casa, diria até mesmo Wagner. E assistiu Patrícia e Diego falando do jogo e dos participantes, sobretudo, Família Lima e Paula.  A ficha caiu para Gleici.

No retorno, Gleici descascou Diego e Patrícia: “o inimigo caiu na cova que cavou”. Frase épica do jogo que desestabilizou Patrícia, sobretudo, indicada ao paredão por Gleici e desmascarada para Papito e Paula. Foi neste momento que Patrícia revelou seu lado mais feio. O da raiva, o do ódio. Eu vi uma pessoa de alma sombria, nebulosa, cheia de rancor. De uma soberba incontrolável. Ela se desestabilizou completamente, que nem Kaysar conseguia absolver aquela energia tão negativa. As piadinhas, as ironias na frente ou perto da Gleici eram quase uma constante. E depois que a lei do retorno se deu, ou seja, foram três do seu grupo ao paredão, veio a indignação de Patrícia e Diego. Mas como? Não era isso que eles faziam com os outros?

Patrícia e seus últimos momentos de vida-novela no BBB.  A mulher graciosa da primeira semana virou uma amargurada destas duas últimas semanas. E aí foi a última cartada, ao radicalizar os beijos e abraços com Kaysar; e sabendo que ele poderia ser forte, poderia conquistar a torcida dele para ela. Mal sabe que a torcida de Kaysar odiava esta relação que estava o prejudicando. O momento must da ira de Patrícia foi quando ela tentou denegrir Gleici ao vivo, quando Thiago Leifert provocou o jogo da discórdia tardia. Gleici de boca aberta, sem saber o que dizer. Paula pedindo para Gleici não retrucar. Mas Gleici, no último momento, a retrucou: “eu sei quem eu sou, sei o que vim fazer aqui. E o mal por si só se destrói”. E foi isso o que aconteceu. Patrícia se autodestruiu no jogo, que poderia ser bonito o jogo dela se ela não tivesse se deixado levar pelo medo de não ir pro paredão. Quem quer vencer o BBB, tem que enfrentar o paredão, saber o que o público determina. Ao anunciar a saída de Patrícia, Gleici, no impulso de sua alegria, sorriu e pulou. Estaria certa ou errada? Era ético ou não ético? Numa competição de esporte, quando o time é derrotado, o vencedor imediatamente pula de alegria, como jogadores de futebol, vôlei etc. A alegria é tão forte que é impossível controlar o impulso. No entanto, ninguém estava na pele de Gleici sendo aviltada em rede nacional. E na saída, sendo culpabilizada de ter destruído um sonho. E quantos sonhos o G-6-5 destruíram e ficaram com aquela cara de uma tristeza hipócrita? Por fim, Patrícia pecou pela soberba, pela chacota que fez contra adversários como Gleici, Paula e Papito. Não pode reclamar e exigir respeito do adversário quando seu respeito era farisaico, hipócrita. Porque vivemos hoje a hipocrisia de uma certa “educação cínica”. E o povo percebe, mesmo com suas miopias apaixonadas pelo jogo.

Patrícia poderia ter ido longe, mas fez a escolha errada. Preferiu criar um centrão que passa como trator em cima dos outros para atingir seus objetivos. É isso. E fiz questão de não ser imparcial neste texto que visa, pelo menos, suscitar reflexões, mesmo contrárias às minhas. Um abraço.

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