O que faltou dizer de Diego, por Luis Lima

Antes de comentar sobre o fim de jogo do rei Diego, faço este preâmbulo: O retorno de Gleici do quarto farol e o fim do trio mandinga. E a profecia de Gleici se realizou: “o mal por si só se destrói”. Gleici, com o poder da indicação, mandou a rainha do tabuleiro do xadrez de Diego ao paredão. E esta saiu com a maior rejeição deste BBB. Veio a prova do líder e quase Diego venceu, mas foi desclassificado pelo azar da percepção. E quem venceu? Gleici e Ana Clara. E o rei foi direto pro paredão indicando sua desafeta Gleici. Mas foi Gleici que, no final, deu o xeque-mate no jogo de Diego, no trio mandinga, no grupo G-7ou6, sei lá. Rainha e Rei xeque-matados no jogo. Dito isso, vamos falar de Diego, o professor de Deus, como disse Ana Clara.

Se eu fosse definir Diego numa palavra, seria “Empáfia”. Por que? Porque “Empáfia” retrata realmente quem Diego é no jogo, ou seja, excesso de orgulho, comportamento de quem manifesta superioridade, arrogância, pretensão, insolência e/ou soberba. Eis o cariz da personalidade deste pretenso intelectual da filosofia. Mas falando em filosofia, como eu o caracterizaria enquanto filósofo? Um verdadeiro sofista, a saber, aquele filósofo que faz sofismas. E o que é sofisma? Argumento ardiloso, aparentemente correto, que pretende induzir o erro, enganar ou silenciar o oponente. Aristóteles combatia os sofistas, justamente porque este tipo de pensador partia de uma premissa falsa, de forma ardilosa, para chegar a uma suposta conclusão (pseudo) verdadeira, cuja intenção é produzir uma ilusão da verdade, apresentando uma estrutura lógica aparentemente convincente, mas cheia de relações fraseológicas incorretas e propositalmente falsas. E aí cito algumas delas:

- Quando Diego diz que Gleici voltou soberba, cheia de rancor, ódio ou raiva, ele cria uma situação mentirosa, uma hipostasia, uma realidade fake. Basta ver a alegria de Gleici, ao descer da escada, sorrindo, alegre, (que não configura ódio, mas sede de verdade e justiça contra uma jogada ardilosa e vil de um grupo) e dizendo ironicamente mais ou menos assim: “Quem cava uma cova para o inimigo, cai nela". E aí vieram os abraços e beijos de amigos/as e, em seguida, a reação violenta de Patrícia. A própria Gleici jamais pensou que fosse entrar num barraco, como afirmou para a família Lima. Na verdade, Diego projetou nela e na família Lima aquilo que ele é de verdade: soberbo, arrogante, inumilde e covarde. Porque foi esse o jogo que Diego e o G-5 fizeram o tempo todo. O jogo da perseguição, do deboche aos adversários pelas costas, da conversa sorrateira, um jogo meio que covardemente secreto. Pode? Pode a combinação de voto secreto, um tanto acovardado, temperado de chacotas. Basta saber se o público gosta deste tipo de combinação ou queira premiar o vilão. E parece que não;

- outra foi ele dizer que “cada um ouve o que quer”. Não existiu isso em relação à Gleici e família Lima. Eles ouviram o que o oponente falou mesmo: soberba, arrogante e hipócrita. Ora, essas palavras não são interpretações a serem feitas. São alcunhas pesadas que por si só já dizem o que a pessoa é,  mesmo no jogo. Não é uma questão de ouvir o que quer ouvir. Ouviu aquilo que ele disse mesmo. Em outras palavras, as meninas jamais saberiam o que Diego fazia junto com Patrícia e “amigos” se não fosse a benção que o público deu para Gleici de ir pro quarto farol. E ainda há pessoas dizendo que foi inútil a ida dela. Será?;

- e por fim, Diego saiu com mais um sofisma dizendo que Gleici para ele é um ser indiferente. Como assim? Passou o tempo todo falando mal da Gleici para os seus comparsas, dizendo que Gleci é isso, Gleici é aquilo... ad infinitum; que Gleici ouviu errado o público gritar seu nome, dizendo que não foi Gleici e sim Leite (sobrenome de Patrícia; cada um ouve o que quer ouvir, não é mesmo Diego?); que era melhor terminar o jogo e dar o premio para ela etc.

Enfim, quando Diego, Mahmoud e Mara chegaram com a pecha de intelectuais, eu fiquei muito feliz, porque achei que teríamos um BBB de conteúdo rico nas discussões. Mas foi decepcionante. Os intelectuais em BBBs geralmente são péssimos jogadores, com exceção de Jean Wyllys, que hoje muitos não gostam, por sua posição ideológico-partidária; é o anti-esquerdismo brasileiro. Gostava da Mara que infelizmente saiu cedo demais, e o povo deixando a bruxinha AP na casa. Acho que o povo se arrependeu. E Mara soltou um “Fora Temer” na saída do jogo, show! E no MultiShow Mara disse que estaria torcendo para Gleici, pela afinidade ideológica da luta política que existe entre elas.

Mas voltando ao Diego, o que eu diria para Diego de verdade? Eu diria a Diego que, apesar de toda sua inteligência filosófica e conhecimento psicológico, de toda sua retórica verborrágica, aparentemente verdadeira e bonita, seu discurso não passou de malabarismo fraseológico. O BBB não é academia universitária ou discurso filosófico. A inteligência no BBB é de outro tipo. Não é a racionalista filosófica ou calculista da filosofia positivista. BBB é inteligência emocional. É o jogo da eticidade com o outro e não o jogo que burla o oponente de forma vil e golpista. Ser um Grande Irmão é o contrário de tudo o que você fez. O grande irmão joga com honestidade, às claras, e não nas sombras dos outros. O grande irmão não usa ou instrumentaliza o outro como peça de um jogo de xadrez ou como fantoche do teatro político. Aliás, BBB não é e nunca será um jogo de xadrez. É um jogo de convivência, de solidariedade, de compreensão dos limites do outro, de se respeitar e se lhe dar com as diferenças; diria que é um jogo que requer um mínimo de ética comportamental, coisa que nem você nem Patrícia e Ana Paula e seus comparsas tiveram.

O que lhe resta? Voltar a fazer seu Doutorado, escrever sua tese e tentar ser um intelectual honesto e sério com o que se propôs a ser. Eu pessoalmente não comprei seu educadismo fino, elitizado, com fala mansa que engalana retoricamente os seus súditos da casa, os peões do xadrez. Discurso com roupagem bonita, mas vazio de certas verdades: a verborragia. A narrativa de Diego no jogo é tão dúbia quanto a sua própria lógica de ser lá. Poderia ter feito um jogo bonito, usando da filosofia existencialista, por exemplo, como instrumento de compreensão do outro, não como meio de diminuição do outro, mas como meio de enaltecimento do outro enquanto ser singular, diferente. Não, preferiu ser um nietzshiano (filósofo do pessimismo) azedo, amargo com a vida, duvidando de tudo e de todos. Menos de si mesmo. Chegou a fazer uma autocrítica, junto com Patrícia, se estavam sendo vistos como vilões aqui fora. Mas não quis ouvir a voz do coração, preferiu ouvir a voz da razão calculista. É como Diego disse para a Família Lima e Gleici: “cada um ouve o que quer ouvir”. Mas essa assertiva cabe mais a ele mesmo. Diego não ouviu a voz da sua sensibilidade “heartiana” (coração), mas ouviu aquilo que sua racionalidade fria lhe ofereceu através do desejo torpe da perseguição. Então, boa sorte no doutorado, Diego, e que seja aprovado com louvor para fazer jus a sua fina ironia, ao dizer que não estava ainda no nível intelectual de Gleici para uma conversa, ainda uma simples estudante universitária. Seu erro, Diego, foi ser um gamer e não um grande irmão. E Jéssica? Nada a dizer... de tão irrelevante que ela foi no jogo.

Por fim, não poderia deixar de retrucar a apologia de Thiago Leifert sobre Diego, ao dizer que ele jogou muito e foi um dos maiores jogadores do BBB. Errado. Diego jogou muito feio, se escondeu no início nas sombras dos outros, se camuflou para não ser identificado como mentor intelectual do G-6. O grande jogador no BBB não é quem faz manipulação no jogo combinando votos. O grande irmão (jogador) é aquele que conquista o público e vence o programa, gamer Thiago Leifert, que confunde Game virtual com BBB.

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