10 outubro 2014

Frank Killer: Dissimulação

 
Dissimulação

Advogar em causa própria nunca surte o exato efeito ideal e desejado! Esta é a razão principal pela qual existem advogados, pagos. Seria o caso de reconhecer que a justiça gratuita funcionaria melhor, se bem executada e apoiada.

Desde que o mundo é mundo as técnicas de sedução estão sendo aprimoradas e os modos de disfarçar isso também. Num RS tal sucede também, porque essa é uma das táticas que mais funcionam junto ao público telespectador. Como seria natural, as desconfianças da audiência se redobram para não comprar gato por lebre nessas horas e os concursantes se esmeram em artifícios para fazer parecer que o romance e as afinidades amorosas são verdadeiras. Eles sabem que o sucesso dessa arriscada tática depende da boa execução das mesmas.

Abre-se ressalvas para os raros casos verdadeiros, evidentemente. E para estes casos não há a menor necessidade de mesuras, dissimulações e negaças. A afinidade é evidente por si mesma e qualquer um percebe imediatamente quando é verdadeira.

Quem não é bom ator não consegue facilmente realizar tal fingimento com sucesso e o Diego sabia disso. Mas nem um bom ator consegue enganar com facilidade e o Diego não convenceu e nem teve tempo suficiente para realizar isso. Lorena jamais conseguiria entender os meandros da dissimulação necessários para o sucesso de tal empreitada.

O mesmo ocorre com relação a outras táticas ou estratégias. Eles falham no procedimento mais importante, que é não atrair a atenção para as manobras que estão realizando. Por exemplo, não ajuda dizer que não possui tática nenhuma ou dizer que não tê-las já é uma tática. Pelo contrario, isso atrai a atenção da audiência para identificar a tática real, que nunca é a que eles dizem e todos sabem disso.

Robson diz que sua linha é ir contra os líderes, os cabeças, ou os preferidos, ou minar as bases, mas vê-se que sua estratégia é ir contra os fracos ou vulneráveis segundo seu julgamento. De qualquer modo seria uma tática suicida, porque quando você vai contra os mais fortes ou preferidos, angaria antipatias do público por uma questão de afetividade natural.

DH diz que não tem estratégia, embora reconheça que não tê-la já é uma estratégia. Esta consiste em aproximar-se de quem ele julga mais inteligente ou de quem julga ser mais autêntico. De modo nenhum, a estratégia de um concursante nunca é a que ele diz estar adotando. Outros tentam convencer-nos de que não estão jogando quando realmente estão.

Muitas são as maneiras de jogar e todos sabem que uma grande parte dos ganhadores de RSs são justamente os que não jogam ou jogam o jogo mais honesto. A dissimulação então torna-se a ferramenta mais utilizada. Alguns dizem que estão brincando, ao invés de jogando. Outros dizem que estão deixando o RS rolar e indo ao sabor dos ventos, outros elegem a fofoca ou disse-me-disse. Alguns o protagonismo, a manipulação, o "chumi-chumi", o "queda bién", o santinho, mas, em síntese, todos ou quase a totalidade estão dissimulando. Até a preocupação com os animais e o exagero nessa preocupação são táticas na maioria dos casos.

A questão se resume no seguinte: se é para jogar, deve-se jogar o jogo mais honesto, apesar de não existir jogo honesto. Então seria o menos desonesto. Se não é para jogar, o mais indicado é uma entrega total, esquecendo câmeras, microfones e a vida cá fora. Mas se alguém falar isso ou querer astuciosamente dar a entender isso, é mentira. Praticamente não existem outras fórmulas ou receitas. O interessante em tudo isso é que a dissimulação tem que estar presente, de uma forma ou de outra e, vence a que for mais imperceptível ou menos detectada.

Portanto, o que se vem fazendo em RSs no Brasil ultrapassa o conceito de dissimilação e entra nos domínios da falsidade, da mentira e da hipocrisia. Tudo em nome de uma discutível audiência que não tem outro objetivo que explorar um ramo de entretenimento de forma canhestra e incompetente para faturar alguns trocados, sem nenhuma preocupação em manter produtiva uma fonte de rendas que é lucrativa. Isso seria o oposto da sustentabilidade, tão decantada em nossos dias. É uma espécie de inflação da desinteligência, da burrice galopante que assola este país..

Falas de concursantes que não devem ser acreditadas:

- Eu vim para brincar e não para jogar.
- Minha estratégia é não ter estratégia.
- Eu sempre falo na cara.
- Eu não falo por trás.
- Não levo desaforos para casa.
- Não tenho sangue de barata.
- Meu pavio é longo ou meu pavio é curto, etc.

Devemos acreditar apenas nos atos e atitudes. Praticamente tudo o que é dito na primeira pessoa (eu, meu, etc) dificilmente é verdade. Muitas outras afirmações também são falsas ou dissimulativas, em especial as que se referem a terceiras pessoas em diálogos ou debates. O que o julgador deve observar e no que deve estar atento são para os atos e as atitudes e abstrair das palavras. São coisas óbvias para as quais nem sempre estamos atentos.

Tal também é verdade em relação aos comentários de gente da própria estação ou pelegos, prepostos, comentaristas, puxa-sacos, etc, ligados à produção ou desta dependentes, porque a produção dirige o espetáculo com critérios que nada têm a ver com justiça ou com a realidade do RS ou consentâneos com a opinião dos telespectadores. Uma prova disso é a suspensão da transmissão ao vivo em situações capitais do RS e a sua substituição por apresentadores de sub-programas (tapa-buracos) e com participantes que nada entendem de RS, não têm opinião independente e estão a serviço da produção ou, dela e da estação estão a serviço ou são porta-vozes.

Paradoxalmente a produção joga com essas incertezas e manobras dispersivas na vã tentativa de criar enredos distorcidos da realidade. Mas são teimosos e eles querem provar que é possível enganar a todos, apesar de sempre estarem apanhando na cara com as baixas audiências. Não há meios de convencê-los, de derrubar sua arrogância e pretensão, contra todas as evidências ao longo dessas 8 edições. Eles não conseguem perceber que as eventuais coincidências entre manobras que deram certo e as inclinações do público são fortuitas e ao acaso e que o senso coletivo é mil vezes maior que os sensos individuais.

A ciência por trás disso (da comunicação social) consiste em alavancar as preferências do público e, não, ir contra ela ou manobrá-la, não dirigi-la, não desorientá-la, não confundi-la, não conduzi-la, etc. Carelli - não é Deus coisa nenhuma e é até blasfêmia dizer isso - e qualquer outro diretor de entretenimentos ou apresentador em TV são meros diretores e apresentadores de programas e não diretores ou indutores da coletividade nacional. Deveria existir uma lei bem elaborada para punir quem tenta isso em TV. Ponham isso em suas mentes!

A democracia estabelece e protege as suas liberdades civis, profissionais, etc, mas não garante a sua liberdade para invadir as mentes e os espaços alheios. A comunicação invasiva é delito e deveria ser crime, assim como a invasão de privacidade. Quem é totalitário ou está em estado especial de beligerância não é fonte apropriada para prestar serviços de comunicação para alguém que se pretenda democrático. Quem está imbuído de prevenção contra a opinião  pública, em situações especiais ou não, não deve ser comunicador.


Na noite de eliminação, cerca de uma hora antes do programa, DH pediu a Robson para ir para a roça contra o Diego, caso este voltasse dessa roça. Helô falou mais cedo um pouco que qualquer um dos dois que voltasse ela indicaria para a próxima roça. Talvez não faça isto, em vista dos novos desdobramentos relacionais, mas tudo indica que veremos mais uma dupla de integrantes do grupo Ovelha na chapa quente. Em minha opinião pesou mais o fato de ser mais ágil e capaz de vencer provas físicas que o Diego foi eliminado com tanta diferença de votos de desvantagem, independentemente dele ser ou não pessoa pior que Felipeh, pois em minha opinião os dois se equiparam.

O internauta normal não está nem aí para saber quem venceu a Prova da Chave, se a Andreia ou a Débora, a não ser o fato de saber a conexão que isso tem com os relacionamentos. No caso, as perspectivas da produção centram-se na possibilidade de distorcer essas relações com objetivos escusos, ao interromper a transmissão ao vivo pela internet e não mostrar a realização da prova. O alvo das manobras, no caso, seria o público telespectador que vê o programa exclusivamente pela TV. Contra este sim, intentam manobrar com edições fajutas e merchandising, pois não sabe o que escondem dos internautas. Os outros meios de comunicação deveriam denunciar isso e desnudar o embuste deles. Deveriam dizer: suspenderam novamente a transmissão ao vivo sem nenhum motivo plausível e a falácia da cobertura 24 horas fica mais uma vez visível.

Alguns concursantes referem-se ao diretor do programa como Deus e, não há mais inapropriada coisa que isto. Me admira muito a direção da emissora não ter ainda atentado para tal, principalmente sendo uma direção religiosa cristã. A produção coíbe referências muito menos graves (sim). Porquê não proíbem isso? É uma questão de ego? Ou querem dar a entender que nada coíbem ou censuram? Pois está na cara que sim, nos vários sentidos! LOL.


3 comentários:

  1. Estratégia pode apenas te por na final, mas vencer muito difícil. alguns participantes tanto de BBB quanto da Fazenda já conseguiram esse feito de chegar na final, jogando se esquivando paredão/roça, indo com as pessoas certas que não sairia ou até até não indo "Cadu BBB10".

    Agora na minha opinião são atitudes suas e dos outros para com você que vão te levar a vitória de um RS de convivência.

    O participante tem que ter coerência nas confusões que entra e até nas que não entra para se eximir, ainda mais quando a briga não é diretamente sua. Na Fazenda acho até mais complexas essas observações, não sei se publico vota diferente em relação a BBB, mas lá isso fica bem evidenciado. Principalmente nas duas experiencias que colocaram ex-participantes de volta.

    Na primeira experiencia desse tipo Marcelo Dourado deu uma aula de como jogar alguns pontos que ele ensinou e que acho que vale para todos:

    Público não reconhece seu esforço em prova, público não liga se você faz ou não ou faz mal feito atividades diárias (lavar, limpar, cozinhar, no caso da fazenda atividades com os bichos) da casa/fazenda. Então você fazendo ou não, não cobre dos outros, pois você quem se queima.

    Você só tem oportunidade de jogar se jogaram com você. Não dê o primeiro passo para brigar com alguém, caso se desentenda pelo jogo não leve para o pessoal (afinal o jogo é de convivência) tente manter boa relação, deixando claro suas intenções (que pode vir a votar) se outro participante levar para o pessoal você quem ganha pontos com o público.

    Na medida do possível deixe que os outros sempre deem o primeiro passo para votar em você, você mesmo não tendo motivo para votar em tal pessoa terá total direito, aós já ter sido votado, mesmo sendo mais cedo ou mais tarde.

    Analise suas possibilidades de votos e avalie se seu maior desafeto tem maior ou menor chance de sair, em relação a quem seria seu próximo voto e se for caso antecipe, mesmo deixando um rival/desafeto por mais tempo, ele não vai deixar você se apagar no jogo, pode até ser bom.

    Resumindo já que o foco é A Fazenda, A equipe Coelho em especial Diego Cristo e Lorena e os outros também porque compraram brigas, cometeram quase todos erros fatais.

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  2. Como Texto estava longo fiquei com preguiça de concluir o raciocínio, mas voltei para complementar.

    Na segunda experiencia de ex BBBs, eles tentaram seguir essa linha de jogo, herança do Dourado, principalmente o Dhomini que já tinha sido campeão e falhou na segunda tentativa, pelo fator convivência as pessoas da segunda participação não o "ajudaram" ficou sem função no jogo. Já Anamara tentou aplicar o que tinha aprendido com Dourado, era participante da mesma edição BBB10 , mas falhou feio, isso devido sua "enorme boca" e essência de barraqueira, não se controlou e "morreu" pela própria boca, já que chegou a ser favorita. Ou seja comprou brigas que não eram dela e se deu mal, como colocado nos principais fatores para o sucesso no jogo.

    Dourado foi o Anti-herói, ele exemplificou bem como é dinâmica de um Reality, mesmo não sendo o querido e sim sendo até o antipático ele desconstruiu os "mocinhos", demostrando as falhas deles e deu uma aula de como se portar num reality.

    Voltando novamente na Fazenda isso que faltou no Coelho, serem os maus, mas saberem desconstruir os mocinhos eles foram a maus e apenas maus.

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  3. Lúcido, como sempre, e completamente objetivo no que quer dizer. Ler suas análises sobre o reality show, e leio sempre, não deixa de ser uma aula sobre comportamento humano. Um abraço.

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