Desde que o mundo é mundo as técnicas de sedução estão sendo aprimoradas e os modos de disfarçar isso também. Num RS tal sucede também, porque essa é uma das táticas que mais funcionam junto ao público telespectador. Como seria natural, as desconfianças da audiência se redobram para não comprar gato por lebre nessas horas e os concursantes se esmeram em artifícios para fazer parecer que o romance e as afinidades amorosas são verdadeiras. Eles sabem que o sucesso dessa arriscada tática depende da boa execução das mesmas.
Abre-se ressalvas para os raros casos verdadeiros, evidentemente. E para estes casos não há a menor necessidade de mesuras, dissimulações e negaças. A afinidade é evidente por si mesma e qualquer um percebe imediatamente quando é verdadeira.
Quem não é bom ator não consegue facilmente realizar tal fingimento com sucesso e o Diego sabia disso. Mas nem um bom ator consegue enganar com facilidade e o Diego não convenceu e nem teve tempo suficiente para realizar isso. Lorena jamais conseguiria entender os meandros da dissimulação necessários para o sucesso de tal empreitada.
O mesmo ocorre com relação a outras táticas ou estratégias. Eles falham no procedimento mais importante, que é não atrair a atenção para as manobras que estão realizando. Por exemplo, não ajuda dizer que não possui tática nenhuma ou dizer que não tê-las já é uma tática. Pelo contrario, isso atrai a atenção da audiência para identificar a tática real, que nunca é a que eles dizem e todos sabem disso.
Robson diz que sua linha é ir contra os líderes, os cabeças, ou os preferidos, ou minar as bases, mas vê-se que sua estratégia é ir contra os fracos ou vulneráveis segundo seu julgamento. De qualquer modo seria uma tática suicida, porque quando você vai contra os mais fortes ou preferidos, angaria antipatias do público por uma questão de afetividade natural.
DH diz que não tem estratégia, embora reconheça que não tê-la já é uma estratégia. Esta consiste em aproximar-se de quem ele julga mais inteligente ou de quem julga ser mais autêntico. De modo nenhum, a estratégia de um concursante nunca é a que ele diz estar adotando. Outros tentam convencer-nos de que não estão jogando quando realmente estão.
Muitas são as maneiras de jogar e todos sabem que uma grande parte dos ganhadores de RSs são justamente os que não jogam ou jogam o jogo mais honesto. A dissimulação então torna-se a ferramenta mais utilizada. Alguns dizem que estão brincando, ao invés de jogando. Outros dizem que estão deixando o RS rolar e indo ao sabor dos ventos, outros elegem a fofoca ou disse-me-disse. Alguns o protagonismo, a manipulação, o "chumi-chumi", o "queda bién", o santinho, mas, em síntese, todos ou quase a totalidade estão dissimulando. Até a preocupação com os animais e o exagero nessa preocupação são táticas na maioria dos casos.
A questão se resume no seguinte: se é para jogar, deve-se jogar o jogo mais honesto, apesar de não existir jogo honesto. Então seria o menos desonesto. Se não é para jogar, o mais indicado é uma entrega total, esquecendo câmeras, microfones e a vida cá fora. Mas se alguém falar isso ou querer astuciosamente dar a entender isso, é mentira. Praticamente não existem outras fórmulas ou receitas. O interessante em tudo isso é que a dissimulação tem que estar presente, de uma forma ou de outra e, vence a que for mais imperceptível ou menos detectada.
Portanto, o que se vem fazendo em RSs no Brasil ultrapassa o conceito de dissimilação e entra nos domínios da falsidade, da mentira e da hipocrisia. Tudo em nome de uma discutível audiência que não tem outro objetivo que explorar um ramo de entretenimento de forma canhestra e incompetente para faturar alguns trocados, sem nenhuma preocupação em manter produtiva uma fonte de rendas que é lucrativa. Isso seria o oposto da sustentabilidade, tão decantada em nossos dias. É uma espécie de inflação da desinteligência, da burrice galopante que assola este país..
O internauta normal não está nem aí para saber quem venceu a Prova da Chave, se a Andreia ou a Débora, a não ser o fato de saber a conexão que isso tem com os relacionamentos. No caso, as perspectivas da produção centram-se na possibilidade de distorcer essas relações com objetivos escusos, ao interromper a transmissão ao vivo pela internet e não mostrar a realização da prova. O alvo das manobras, no caso, seria o público telespectador que vê o programa exclusivamente pela TV. Contra este sim, intentam manobrar com edições fajutas e merchandising, pois não sabe o que escondem dos internautas. Os outros meios de comunicação deveriam denunciar isso e desnudar o embuste deles. Deveriam dizer: suspenderam novamente a transmissão ao vivo sem nenhum motivo plausível e a falácia da cobertura 24 horas fica mais uma vez visível.
Alguns concursantes referem-se ao diretor do programa como Deus e, não há mais inapropriada coisa que isto. Me admira muito a direção da emissora não ter ainda atentado para tal, principalmente sendo uma direção religiosa cristã. A produção coíbe referências muito menos graves (sim). Porquê não proíbem isso? É uma questão de ego? Ou querem dar a entender que nada coíbem ou censuram? Pois está na cara que sim, nos vários sentidos! LOL.
Estratégia pode apenas te por na final, mas vencer muito difícil. alguns participantes tanto de BBB quanto da Fazenda já conseguiram esse feito de chegar na final, jogando se esquivando paredão/roça, indo com as pessoas certas que não sairia ou até até não indo "Cadu BBB10".
ResponderExcluirAgora na minha opinião são atitudes suas e dos outros para com você que vão te levar a vitória de um RS de convivência.
O participante tem que ter coerência nas confusões que entra e até nas que não entra para se eximir, ainda mais quando a briga não é diretamente sua. Na Fazenda acho até mais complexas essas observações, não sei se publico vota diferente em relação a BBB, mas lá isso fica bem evidenciado. Principalmente nas duas experiencias que colocaram ex-participantes de volta.
Na primeira experiencia desse tipo Marcelo Dourado deu uma aula de como jogar alguns pontos que ele ensinou e que acho que vale para todos:
Público não reconhece seu esforço em prova, público não liga se você faz ou não ou faz mal feito atividades diárias (lavar, limpar, cozinhar, no caso da fazenda atividades com os bichos) da casa/fazenda. Então você fazendo ou não, não cobre dos outros, pois você quem se queima.
Você só tem oportunidade de jogar se jogaram com você. Não dê o primeiro passo para brigar com alguém, caso se desentenda pelo jogo não leve para o pessoal (afinal o jogo é de convivência) tente manter boa relação, deixando claro suas intenções (que pode vir a votar) se outro participante levar para o pessoal você quem ganha pontos com o público.
Na medida do possível deixe que os outros sempre deem o primeiro passo para votar em você, você mesmo não tendo motivo para votar em tal pessoa terá total direito, aós já ter sido votado, mesmo sendo mais cedo ou mais tarde.
Analise suas possibilidades de votos e avalie se seu maior desafeto tem maior ou menor chance de sair, em relação a quem seria seu próximo voto e se for caso antecipe, mesmo deixando um rival/desafeto por mais tempo, ele não vai deixar você se apagar no jogo, pode até ser bom.
Resumindo já que o foco é A Fazenda, A equipe Coelho em especial Diego Cristo e Lorena e os outros também porque compraram brigas, cometeram quase todos erros fatais.
Como Texto estava longo fiquei com preguiça de concluir o raciocínio, mas voltei para complementar.
ResponderExcluirNa segunda experiencia de ex BBBs, eles tentaram seguir essa linha de jogo, herança do Dourado, principalmente o Dhomini que já tinha sido campeão e falhou na segunda tentativa, pelo fator convivência as pessoas da segunda participação não o "ajudaram" ficou sem função no jogo. Já Anamara tentou aplicar o que tinha aprendido com Dourado, era participante da mesma edição BBB10 , mas falhou feio, isso devido sua "enorme boca" e essência de barraqueira, não se controlou e "morreu" pela própria boca, já que chegou a ser favorita. Ou seja comprou brigas que não eram dela e se deu mal, como colocado nos principais fatores para o sucesso no jogo.
Dourado foi o Anti-herói, ele exemplificou bem como é dinâmica de um Reality, mesmo não sendo o querido e sim sendo até o antipático ele desconstruiu os "mocinhos", demostrando as falhas deles e deu uma aula de como se portar num reality.
Voltando novamente na Fazenda isso que faltou no Coelho, serem os maus, mas saberem desconstruir os mocinhos eles foram a maus e apenas maus.
Lúcido, como sempre, e completamente objetivo no que quer dizer. Ler suas análises sobre o reality show, e leio sempre, não deixa de ser uma aula sobre comportamento humano. Um abraço.
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