22 setembro 2014

"Pedofilia" na "Fazenda 7": exemplos de jornalismo preguiçoso e oportunismo


É desleal e desumano o que a Record faz com os seus participantes, criando factóides em cima de situações vividas no confinamento quando, por não poderem se defender porque estão isoladas de tudo, deveriam protegê-los. Foi isso que aconteceu na edição passada, com Scheila Carvalho, que foi muito prejudicada pela vida, que era dela, sendo debatida mais fora de sua presença do que pelo que propriamente ela estava vivendo ali - e muito disso estimulado pela própria "Record" no "Domingo Espetacular". 

Record repete o erro em nome de audiência. Tudo bem que a maioria dos participantes segue a premissa de que " falem de mim, independente do que você estiver falando", mas não acredito que Roy Rosseló, que vive à sombra de um passado de décadas que eu desconfio que ele nem se lembre mais direito, se sujeitaria a isso. Aí você pode argumentar que quem participa de um programa desses, por si só, já tem um caráter duvidoso e eu concordo com isso. Mas cheguei a transcrever a fala de Roy para entender o que grandes portais repercutiram no dia da estreia. Naquele confessionário improvisado em que os participantes, antes de chegar à sede, queimavam questões do passado, Roy disse que perdoava o dono do grupo "Menudo" pela exploração infantil e pelos abusos (vindos da exploração... TRABALHISTA). Depois, em uma frase isolada, disse que era contra a pedofilia.

São duas coisas distintas. Ser contra a pedofilia, eu também sou, e isso não quer dizer que fui abusado na infância. Mas não consigo ver relação entre a exploração de meninos adolescentes, porque na época do grupo latino Roy tinha entre 13 e 14 anos, e a frase de efeito - que a gente não sabe se foi editada ou se foi mostrada na íntegra. Quando li pelos sites que noticiaram, pensei: "será que comi bola", ou os sites repercutiram uma frase polêmica porque o autor do texto viu que aquilo seria notícia e os outros que replicaram a matéria, sem o trabalho de checar, ou assistir (gente, tem no You Tube a íntegra) acreditaram que essa seria a coisa certa a ser feita. 

A partir daí, temos dois exemplos. Um de jornalismo preguiçoso, daquele que copia, cola e cozinha (um jargão jornalístico que quer dizer "reescrever com outras palavras"). O outro exemplo é o de oportunismo, o que a Record fez, em nome de audiência e alguma repercussão para "A Fazenda" no último "Domingo Espetacular" com o questionamento: "afinal, Roy sofreu ou não o abuso?".

Quem eles chamam? A apresentadora Mara Maravilha, que namorou o cara na década de 80 - e não deixa de ser uma participante externa desta casa. Primeiro, por ser considerada a participação dela, atrelada à de Roy Rosselló, nesta edição. E agora, pelo namoro deles de trocentos anos atrás voltar a ser notícia. Ou seja, se formos muito legais e considerarmos que ela namorou o ex-"Menudo" no último ano dos anos 80, já se vão 25 anos. VINTE. E. CINCO. ANOS. Sem contar que ela é ex, e sempre haverá alguma mágoa envolvida, até porque, pelas declarações de Rosselló nesta sétima edição, a coisa não acabou bem - mas Mara até que pegou leve, disse que ele não havia falado nada sobre o assunto. 

De mais a mais, foram procurar a esposa atual, que quase confirmou que realmente havia algo estranho nesta declaração. Mas onde está a análise de discurso desta camarada? Ela simplesmente poderia acabar com o assunto em uma única frase: "Ele disse que era contra a exploração de trabalho com crianças. E disse que era contra a pedofilia". São duas coisas diferentes, que não se complementam dentro de uma mesma frase. Mas a mulher, pensando em alguma repercussão positiva para o marido, de olho em lançar uma biografia (que será pouco vendida por aqui e dificilmente gerará interesse lá fora, pois, já se passaram muitos anos)... ela não confirmou, ou quase confirmou, nem desmentiu. Na minha opinião, Roy quis apenas levantar uma bandeira que, no final das contas, foi um tiro pela culatra. E nem assim levantou algum holofote sobre ele. O foco continuou a ser em cima do grupo "Menudo".

Caberia, a partir daí, duas outras observações. Os participantes, que estavam lá, não fizeram nenhum comentário sobre o assunto - pelo menos, isso não foi mostrado. Se o discurso do Roy fosse nesse sentido - há algumas cabeças pensantes ali - haveria algum burburinho, mesmo que ao pé do ouvido de alguém. "Você viu? Houve pedofilia no 'Menudo!", alguém comentaria. Mas não houve, Ele apenas quis levantar uma bandeira, mas foi devorado pela máquina do sensacionalismo. 

Primeiro, por sites que precisavam, a todo o custo, de um gancho para falar sobre esta sétima edição - e gerar cliques para a reportagem. Segundo, pela emissora, que nunca protege os participantes confinados - apenas os expõe mais. A outra observação vem na postura de Brito Jr., que segue omisso e desatento no cargo de apresentador. Pedro Bial, no "Big Brother Brasil", questionaria e acabava com o bafafá em dois tempos. mas parece que tanto a emissora, quando o apresentador, optam pelo caminho mais fácil. Ela, de explorar ao máximo um assunto sério, ele, de varrer para debaixo do tapete - tudo bem, segundo ordens - e continuando em sua zona de conforto.

E, nesta segunda, tem votação. Tudo vem sido desenhado desde a briga envolvendo Lorena Bueri, Heloisa Faissol e Diego Cristo. Ao que tudo indica, pelo menos um deles, estará nesta roça (dependendo do poder da Arca, conquistado por Bruna Tang, que faz parte do time a morena e do ator). Maroni é presença quase certa e, se não ganhar o fazendeiro, sai. Independentemente de quem for com ele. Felipeh Campos tem dado umas tiradas bacanas, como aquela em que estava fofocando com Lorena Bueri e Diego Cristo sobre Maroni e eis que ele chega. 

Os outros dois, ficaram calados, mas ele pediu licença "Estávamos falando sobre você". É preciso ser muito macho para assumir-se fofoqueiro dentro de um reality de confinamento, ele subiu no meu conceito. Heloisa tem minha simpatia. O DH, do Cine, traduziu, do confinamento, a leitura que tenho do jogo de Diego: ele quer fazer uma guerrilha entre "pobrinhos" e "riquinhos". 

Percebeu que, a partir daí, Heloisa é um alvo fácil, já que as pessoas, em geral, tem certa aversão por ricos. Juntando isso a algumas características de Helô - que é explosiva, chata, grita pra caramba - ela pode ser facilmente colocada como vilã. Só não contavam com uma carta na manga, dela, para ela mesma: ela é humana. Demais.

4 comentários:

  1. PENSEI EXATAMENTE ISTO! Quando via a repercursão eu disse aqui" o cara ta falando de abusos no trabalho dele, como menudo"
    Contra a pedofilia é outra posição!

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    1. Quando li esse sensacionalismo em sites grandes, Teresa, eu pensei: "acho que comi bola". Mas fui ver depois. Esse pessoal precisa fazer sensacionalismo e o pior de tudo é que a emissora que exibe o programa cai na pilha! Enfim... :-(

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  2. Credo, vcdfendendo aquele grosso, sem educação do Felipe? tava de admirando, mas acabou de perder pontos comigo.akilo fo a maior forma de desrespeito por outro participante. esse seu colega de profissão envergonha sua classe. FATO

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    1. Puxa, Erci! Perdi pontos com você porque fui verdadeiro? Concordo com você em termos, pois não o defendi. Mas tudo o que ele ganhou de pontos comigo quando falou para o Maroni que a turminha estavam falando dele e pediu licença, perdeu quando ridicularizou Mortágua e Sorvetão. Mas não é por causa disso que ele deixe de ser divertidíssimo, concorda?

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