26 abril 2014

Helder Miranda Comenta:
Entre o “profeta póstumo” e a “melhor pessoa do que líder”, saiu Nico Puig

Entre o “profeta póstumo”
e a “melhor pessoa do que líder”,
saiu Nico Puig

Surpreendeu a demissão de Nico Puig justo no comecinho do programa. Eu, particularmente, acreditava que os primeiros eliminados seriam os menos expressivos no meio artístico. Tudo bem que Nico fez muito sucesso nos anos 90 e depois desapareceu, pelo menos aos olhos do grande público. Mas chamou atenção, desde o primeiro episódio, a insegurança que apresentava diante de Justus. Na prova que definiria alguma vantagem, até então desconhecida, talvez ele tivesse ganhado caso não colocasse mais peso na balança, até chegar aos seis quilos, diante do questionamento de Justus.

A equipe vencedora da primeira prova foi a Next, liderada por Nahim, que mostrou falta de prática com os negócios. Dormir, e permitir que a miss Priscila Machado dormisse, diante da realização da prova, não foi legal para a sua imagem. Por isso, a indignação de Cacá Rosset, diante daquele folheto ridículo em que Nahim aparecia – e estava dormindo no hotel, independentemente do tempo que tenha trabalhado – se fez coerente. Propaganda enganosa “brava”. Acreditem, existe gente em sã consciência que é fã de algum destes participantes, quem nunca, nem por curiosidade, passaria pela barraca e até compraria algo na barraca só para interagir com esses, digamos, no dito popular, “artistas”?

Um adendo: acredito que Christiano Cochrane – não sabia que ele era filho da jornalista Marília Gabriela e o alvo de um boato ridículo com Reynaldo Gianecchini, cujo nome aparece ao lado do participante do programa no Google – recebeu, sim, a informação errada de Renato Santos, consultor do Sebrae, por isso não “torrou” todo o dinheiro em produtos, inclusive a verba a mais que Nahim tinha ganhado na prova sem pé nem cabeça, imposta aos mais bem colocados em talento, no primeiro episódio. Mas, óbvio, Renato negaria que tivesse passado uma informação errada.

Ganhou “Next”, com a “mulher rica” Andréa Nóbrega sendo premiada com uma viagem para Lima, capital do Peru, por ter se destacado na prova. Mônica Carvalho também brilhou, quando foi repreendida por Justus ao explicar que seu grupo executou uma ação de marketing como "chafariz" do público, não “chamariz”. Nervosismo ou algo bem semelhante às perolas de outro confinamento, da mesma emissora, e rural?

Não sei se fui claro no texto anterior, mas considerei Alexia Dechamps tremendamente injustiçada (e não estou cedendo ao Google + da atriz que, por algum motivo que eu ainda não entendi, me considerou desinformado pelo texto que escrevi), porque, pelo menos no stand-up do circo, se saiu melhor que as outras duas, a socialite Beth Szafir e a jogadora de vôlei Ana Moser. E, entre o individualismo da socialite – encarado como algo positivo na avaliação do conselho de Justus – e a insegurança da atriz – apontado pelo júri técnico – optaram pela primeira. Porque rende mais ao programa, quem sabe. 

A injustiça se repetiu, mas desta vez de uma maneira compreensível. O “Aprendiz – Celebridades” já tem o seu vilão, e ele atende pelo nome de Pedro Nercessian. Ouvi um comentário engraçado de que ele passa a impressão de estar com algum dente inflamado, por ser “bochechudinho”. Mas o que um ator, com pouca expressão em seus trabalhos, pode contribuir para o programa? MUITO! Como telespectador, ótimo. Difícil seria conviver com uma pessoa assim.

Só pela garra com que pisou nos outros, fomentando argumentos para derrubar um a um, e o argumento repetitivo do sono, promete fazer o que for para ganhar esse prêmio. Como participante, é promissor. Para a carreira artística após o programa, questionável. O “Aprendiz” é um programa onde se julga as atitudes e, pelo menos neste episódio, o caráter do participante não foi pintado de uma maneira muito bonita. Deveria ter sido eliminado. Ou até Amon Lima, que efetivamente contribuiu para a tarefa usando a “sua celebridade”, como ele mesmo disse, tocando violino. E depois... confessando ser fã de “O Aprendiz”.

Nico Puig, pelo contrário, saiu rápido, mas saiu bem. Com pouco tempo, mostrou a que veio, construiu uma trajetória bonita, diferentemente dos vilões que estava acostumado a fazer nos anos 90. Papéis grandes, por que ele sumiu? Nico tem o semblante e a postura de que aprendeu muito com a vida. Respeita os adversários mais do que a si mesmo. É ético, é belo e é imperfeito, desconstruindo todo o arquétipo de galã que estamos habituados. Ele é o que está por trás do galã, o homem real, que titubeia diante do chefe, que erra tentando fazer o certo. Entre o “profeta póstumo” e o “artista apaixonado”, optaram pelo primeiro.

É interessante como alguns participantes despertam algum tipo de comoção entre os que assistem. Amor ou ódio. A saída de Nico, “melhor pessoa do que líder”, como ele mesmo disse, deu vontade de querer abraçá-lo. O discurso de Justus foi coerente. Para liderar, é preciso não respeitar tanto as pessoas, mas ter respeito próprio acima de todas as coisas. Importar-se com os outros, neste caso, pode ser uma regra prejudicial a quem participa de um programa como estes. Nico Puig não se curvou ao “não se importar”. É por estas e outras que perder é relativo.



Helder Miranda - @senhorhelder
Editor do site cultural Resenhando.com
Repórter da coluna social Clara Monforte, do Jornal da Orla
Redator do site
Clara Monforte

Blogueiro do Diário do Litoral

Produtor do programa Olhos nos Olhos com Clara Monforte,
no Programa JB - TV Santa Cecília


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