10 setembro 2011

11 de setembro



Algumas pessoas sabem e muitas outras não: fui testemunha ocular de um dos maiores atentados terroristas da história.

Cheguei a Nova Iorque no dia 29 de agosto de 2001.
Pensei que seriam três meses de uma longa e merecidas férias com muita diversão, passeios, musicais, concertos, óperas...
Fiquei hospedado na casa de uma grande amiga, em Manhattan, não muito longe do World Trade Center, as tão conhecidas Torres Gêmeas.
O dia 10 de setembro amanheceu convidativo para um passeio de bicicleta pelo sul de Manhattan.
Eu e minha amiga passamos ao lado da torre sul, pela calçada, em direção de um parque junto ao rio.
Alguns anos antes já havia visitado o deck de observação da torre sul, no 107º andar, conhecido como Top of the World.
No fim da tarde cruzei de trem o rio Hudson em direção a New Jersey para um jantar com um casal de amigos.
A noite foi muito boa. O vinho rolou solto. Ficou tarde e fui convidado a dormir por lá mesmo e retornar na manhã do dia seguinte.
Ao acordar fui surpreendido pelas terríveis imagens na televisão. Custei a me dar conta do que acontecia. Primeiramente me pareceu ser um filme e de repente o espanto - aquilo estava acontecendo naquele exato momento.
Meio confuso resolvi tomar um ônibus até a estação de trem. Esse ônibus me levou primeiramente ao fim da linha, ao lado de um shopping, na beira do rio.
Dali pude assistir paralisado as tristes imagens daquele atentado e a queda da primeira torre.
A visão foi forte. Baixei os olhos. Não pude mais assistir.
Ao chegar à estação fui informado que Nova Iorque estava fechada. Ninguém entrava na cidade.
As comunicações estavam péssimas e só fui conseguir contato com o Brasil para dar notícias minhas no fim da tarde.
Fiquei na casa de meus amigos até o dia 13, quando consegui retornar.
É muito difícil descrever os dias que se seguiram. Algumas ruas pareciam cidades fantasmas, sujas, empoeiradas. Muitas paredes com fotos de pessoas desaparecidas, mensagens, flores pelo chão.
Uma tristeza ímpar. Nova Iorque não era mais a mesma.
Voltei para o Brasil no dia 31 de outubro, um mês antes do previsto.
Nunca mais retornei aos Estados Unidos. Não sei se retornarei um dia.
Ainda dói.


Essa era a visão que eu tinha da tragédia

Uma foto que jamais repetirei




5 comentários:

  1. Não consigo imaginar a situação. Não sei como me comportaria frente a isso. Imagine o desespero das pessoas que estavam dentro daqueles prédios e aviões, suas famílias e amigos. Lamentável.

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  2. uau! Nem sei o que dizer! A minha irmã morou lá por 8 anos e para ir trabalhar passava pelas torres, mas ela voltou alguns meses antes dos atentados. Quando aconteceu eu estava almoçando com meus filhos, jamais esquecerei o quanto a comida perdeu o sentido e ficamos horrorizados, paralisados na mesa. Só consegui agradecer a Deus por minha irmã já estar aqui em segurança.
    Volte lá! Acho que pode ser uma maneira de homenagear aqueles que morreram e dar força para os que ficaram. NY sempre será o coração do mundo e ele tem que continuar batendo.

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  3. A manhã de 11 de Setembro de 2001 perdurará, contudo, com sofrimento e dor de muitos milhares. Aos familiares dos quase 3000 mortos, originários de 90 países, dos ataques juntaram-se os que viram os seus entes queridos morrer por doenças provocadas pelas poeiras soltas pelo embate dos aviões nas torres e as consequentes derrocadas. E há ainda aqueles a quem o sofrimento psicológico tornou a vida num inferno.

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  4. Já havia feito meu comentário anteriormente e não consegui postar.
    E como eu tinha dito.
    No dia 11 de setembro de 2001, no momento do primeiro ataque, eu estava dentro do onibus indo trabalhar de White Plains para Scarsdale em NY. Alguem, que ouvia as notícias pelo radio do cellular, disse que um avião havia atingido uma das Torres gemeas. A principio as pesoas se assustaram com a not´cia e ficaram tentando entender a causa do "acidente". Cheguei no trabalho no exato momento em que o outro avião atingiu a outra torre, e todos ficaram assustados, achando que era o inicio de uma guerra. Nessa hora, eu entrei em pânico, pois o meu filho estava recém formado e havia conseguido um emprego numa empresa em Manhattan, e naquele dia seria o seu primeiro dia de trabalho. Tinha saído de casa radiante e eu lhe havia desejado boa sorte. Tentei falar com meu filho, mas os telefones não funcionavam. Fiquei na esperança dele ter voltado pra casa, mas, mais tarde fiquei sabendo que as estadas estavam fechadas e os trens e onibus, estavam parados. Eu estava em pânico e aguardando noticias.
    Dois dias depois, graças a Deus, meu filho voltou pra casa. Ele estava em estado de choque, empoeirado e contou tudo o que passou e presenciou.
    JAMAIS ESQUECEREMOS ESSE DIA!

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  5. Uauuuuuuuuuuuuuuuu estou lendo só agora.
    Não gostaria de estar em seu lugar não,com certeza depois disso estaria fazendo analise até hoje

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